quinta-feira, 31 de janeiro de 2013



Á saúde começou com o sistema de amortecimento, aquele que minimiza o impacto da passada, resguardando as articulações. "No início, o desenvolvimento desse tipo de sistema era o carrochefe das indústrias de calçados", pontua Júlio Cerca Serrão, educador físico da Universidade de São Paulo (USP). E as tentativas de aperfeiçoá-lo cada vez mais parecem nunca ter fim. 

Apesar de essencial, o amortecimento não é, nem de longe, a única área em que os calçados esportivos deram saltos rumo ao bem-estar. Esse tipo de sistema melhorou muito a vida dos esportistas. Mas, se o pé não se ajusta ao calçado, o corpo continua sofrendo. "É por isso que a tendência recente é desenvolver tênis que sejam mais individualizados", explica Ricardo Cury, professor do grupo de cirurgia do joelho e trauma esportivo da Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Sim, estamos falando dos modelos voltados para os pés supinadores, cuja passada é para fora, ou pronadores, para dentro. Eles têm uma distribuição de força específica por toda sua sola e, assim, necessitam de palmilhas e solados customizados. 

"Apesar dessas diferenças, ainda existem limites, já que cada pé é único e há pessoas que não se adaptam nem sequer a esses tênis", lamenta Arnaldo José Hernandez, ortopedista e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. Aí, o jeito é apostar nas palmilhas ortopédicas, que corrigem a maneira de pisar de cada um. 

Por falar em personalização, um terreno novo, e que ganha espaço, é o de materiais esportivos específicos para cada modalidade — incluindo, claro, os tênis Afinal, atividades como o futebol e o golfe requerem calçados que garantam muita aderência ao solo. Por sua vez, outros esportes, caso do basquete e do vôlei, exigem um sistema de amortecimento especial. "Ou seja, na hora de comprar um modelo, é preciso levar a sério sua finalidade", ensina Cláudio Pavanelli, fisiologista da Universidade Federal de São Paulo. Não vale levar outro par mais bonito, porém feito para outro esporte. 

Os componentes cada vez mais duráveis empregados nos tênis também são destaque nos calçados modernos. Para ter uma ideia, é possível percorrer até mil quilômetros, correndo ou caminhando, sem que a capacidade de absorção de impacto seja alterada. "E essa distância quase nunca é ultrapassada por amadores, que geralmente compram outro par quando o velho já está sujo e feio", relata Serrão, que conduziu uma pesquisa para comprovar que os modelos atuais são campeões em resistência. Bom para a sua saúde — e, claro, para o seu bolso.



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013


Na hora de escolher o que colocar nos pés para correr, as opções de tênis são tantas (e cada um mais estiloso que o outro) que é fácil ficar em dúvida. Afinal, o que é melhor: usar um modelo com amortecimento ou correr com um calçado minimalista, daquele que parece que você está descalço?
 
O dilema surgiu no mundo da corrida há cerca de dois anos, quando um estudo da Universidade de Harvard publicado na revista científica americana Nature revelou que treinar com o pé no chão é melhor do que usando tênis. A explicação: como você acaba tocando o solo primeiro com o meio ou a parte da frente do pé - e não com o calcanhar, como fazem 80% das pessoas que usam tênis tradicionais -, a prática diminui o impacto com o chão e, com isso, a incidência de lesões. Antes de aderir à tendência, veja o que dizem os especialistas:
 
1. Se você é iniciante na corrida, prefira um tênis com amortecimento, estabilidade e conforto. Se já corre, pode experimentar um modelo minimalista. Esse tipo de tênis tem sola fina, não conta com amortecimento e é bem maleável. Estudos mostram que ir para a rua ou esteira com um tênis assim ajuda a fortalecer a musculatura do pé e aumenta a percepção da força exercida pelos músculos. Além disso, devido à leveza do calçado (existem modelos com menos de 150 gramas cada pé!), você consegue correr até 3% mais rápido do que usando tênis tradicional (que pesa em média 340 gramas cada pé).
 
2. A transição do tênis tem que ser gradual. "O estudo de Harvard mostrou que o impacto é menor para quem sempre correu aterrissando com a parte da frente do pé", fala o professor de educação física Alexandre Shimizu, especialista em treinamento funcional, de São Paulo. "Pessoas acostumadas a tocar o chão com o calcanhar apresentaram um impacto até sete vezes maior", completa.
 
3. "Os maiores perigos de trocar de repente o tipo de tênis são fratura por stress nos ossos do pé e tendinite no tornozelo", esclarece o professor de educação física Carlos Klein, de São Paulo. Uma estratégia para evitá-los é começar fazendo o aquecimento com o tênis minimalista e trocar para o comum na hora do treino. "Daí, aos poucos, você pode alternar trechos usando um e depois o outro até conseguir fazer todo o percurso como se estivesse descalço", orienta Carlos Klein.

A novidade dos modelos de tênis minimalistas como o Five Fingers - ou cinco dedos, em inglês, está na ausência de tecnologia: com ele, a sensação é de andar descalço. Desde que a criação subiu ao pódio, em 2006, há cada vez mais adeptos do calçado que protege do calor e das pedras enquanto simula a pisada natural. 

O segredo está no passo. Com um tênis tradicional, o calcanhar toca o chão primeiro, e o amortecedor absorve parte do impacto, que é maior nesse tipo de pisada. Mas, com o minimalista, o peito do pé chega antes, suavizando o contato, e o choque com o solo é todo assimilado pelo corpo. Um estudo do professor Daniel Lieberman, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, sugere que aterrissar com o calcanhar leva o corredor a sofrer mais lesões por esforços repetitivos. "Dessa forma há uma parada súbita do pé, e isso gera um pico de força até três vezes maior que o peso da pessoa. Essa energia extra não existe quando a parte da frente chega primeiro", explica a professora de biomecânica Sarah Ridge, da também americana Brigham Young University. 

No entanto, optar pelo minimalista da noite para o dia pode ser perigoso. O ortopedista Rogério Teixeira, do Hospital e Maternidade São Luiz, na capital paulista, esclarece por quê: o calcanhar tem uma camada de gordura muito mais generosa que o peito do pé, protegendo esse membro. Quilos extras também são um problema. "Se você está bem treinado e sem excesso de peso, o minimalista não causará danos. A questão é que muita gente começa a correr justamente para emagrecer", constata Teixeixa. "Quem está acima do peso e não usa amortecimento vai ter uma lesão mais cedo ou mais tarde", ele alerta. 

A musculatura é outro ponto importante a considerar. O fisiologista Júlio Serrão, da Universidade de São Paulo, explica que o calçado minimalista exige bem mais esforço dos músculos do pé e do tríceps sural, popularmente conhecido como batata da perna. "O corredor suaviza a colisão com o solo, mas força essa área, já que ela é mais utilizada, aumentando o risco de lesões", constata Serrão.


terça-feira, 29 de janeiro de 2013


Para coçar, basta começar. Muitos cães sabem muito bem o significado dessa expressão. Não à toa. Os problemas dermatológicos são um dos principais motivos que levam a cachorrada ao consultório do veterinário. E a sarna é disparado a campeã da coceira sem fim. Ela se manifesta de duas maneiras, cada uma delas com um nome mais esquisito do que o outro: escabiose e demodécica. Na verdade, a única diferença entre elas é o fato de a demodécica ser transmitida apenas da mãe para os filhotes nas primeiras horas de vida, aproveitando a baixa imunidade do animal recém-nascido para dar as caras.
De resto, todo esse coça-coça tem uma gênese comum: as fêmeas dos ácaros causadores da sarna. Invisíveis a olho nu, essas malfeitoras microscópicas se acasalam e, em seguida, abrem túneis na pele do bicho para depositar seus ovos. Durante a escavação, elas liberam uma substância chamada escabina, que desencadeia o prurido. "No tratamento da sarna, são usados xampus e sabonetes específicos contra esse tipo de parasita", diz a veterinária Valéria Régia Franco Souza, da Universidade Federal de Mato Grosso.
Nessa coceira toda, as diminutas pulgas também têm culpa no cartório. Quando picam o animal, sua saliva provoca uma reação que, por sua vez, deflagra um quadro caracterizado por comichão, vermelhidão e feridas. É a chamada dermatose alérgica, ou atopia. Novamente xampu e sabonetes, bem indicados, dão cabo da situação.
Além das pulgas, substâncias presentes em alguns produtos de limpeza doméstica podem despertar uma irritação na pele do seu pet. Aí, o conselho é evitar exageros na hora de usá-los e enxaguar o ambiente com bastante água. E finalmente, assim como os seres humanos, existem cachorros que ficam empipocados ao devorar determinados alimentos — rações, para sermos mais específicos. "Corantes artificiais e fontes de proteína, como carne vermelha e frango, geralmente estão por trás desses problemas de pele", revela a veterinária Ana Cláudia Balda, professora das Faculdades Metropolitanas Unidas, em São Paulo. Por sorte, hoje é possível realizar exames que identificam a substância responsável pela amolação. Resultado em mãos, basta ficar atento para que o cão não tenha contato com a razão do tormento.
As infecções causadas por bactérias são um caso à parte. Secundárias na maioria das vezes, elas acometem os animais com a epiderme já fragilizada. Assim, ao se coçar, o cachorro se machuca. Abrese, então, uma brecha para que certos germes que vivem ali em equilíbrio se multipliquem além da conta. É o caso dos estafilococos. "Eles chegam aos folículos pilosos e causam lesões que coçam, contribuindo para falhas na pelagem", diz Ana Claudia. Para debelar a bagunça microbiana, são receitados antibióticos para a coceira não pintar mais no pedaço, ou melhor, na pele do animal.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013


Para garantir sempre uma rotina agradável ao seu pet, é fundamental oferecer a ele uma dieta nutritiva e também exercitá-lo diariamente. Portanto, comprar uma boa ração não basta. A nossa correria cotidiana afeta - e muito - o dia a dia dos nossos amigos de pelos e patas. A agenda do dono cheia de compromissos implica em menos tempo para passeios e brincadeiras. E a situação se agrava com a falta de espaço nos apartamentos, opção de moradia cada vez mais difundida nos grandes centros brasileiros, para as estripulias. Pense em áreas para os bichos, dentro e fora de casa, planeje rotas na rua e objetos para estimulá-los. Ah, mais um motivo para dedicar tempo a eles: estudos mostram que pessoas que andam diariamente com seus cachorros, por exemplo, controlam melhor o consumo e o gasto calóricos.

A saúde do animal na velhice também é consequência direta de como lidamos com o calendário de vacinação e os tratamentos veterinários ao longo dos anos. São compromissos que previnem doenças graves no bicho e até na família, já que alguns problemas são transmissíveis para o homem. Outro hábito a ser lembrado é a escovação dentária dos pets. Embora muitos achem que ela seja exclusiva aos seres humanos, cães e gatos precisam ter suas presas limpas diariamente para evitar o acúmulo de bactérias e tártaro, que podem facilitar doenças nos rins e no coração. E o que dizer de vermes e pulgas? Esses parasitas causam transtornos inclusive em uma faixa etária avançada. A vermifugação a cada 6 meses e o uso mensal de antipulgas são medidas-chave para ter um companheiro forte por muito tempo. Esses e muitos outros cuidados importantes serão discutidos neste espaço.


Bom, quem conhece essa raça sabe como esses cães são preguiçosos e apresentam uma enorme tendência para engordar. Por isso, tenho uma preocupação com a frequência com que se exercitam. Os dois caminham meia hora, duas vezes por dia, inclusive aos sábados e aos domingos. O ideal para todos os cachorros é que as saídas sejam feitas em horários mais frescos e durem de 30 a 40 minutos. Se o pet ficar exausto durante a volta, vale um descanso com água fresca em abundância, descontando a pausa do tempo total de exercício. Alguns indícios de fadiga são, por exemplo, a respiração ofegante e a língua arroxeada.

Voltemos, então, ao Greg e à Tetê. Além da caminhada diária, eles têm três horários fixos para se alimentar, com ração de quantidade controlada e boa qualidade. Mesmo com todas as regras seguidas corretamente, observei que Tequila ganhou uns quilinhos a mais nos últimos meses e Gregório emagreceu. Pois bem, fui investigar detalhes que, às vezes, não são tão óbvios. Percebi que Tetê, mais faminta que Greg, comia a ração dela e parte da dele, o que a engordou. Para consertar a situação, uma saída simples: separei os dois nos horários de refeição. E não é que a Tequila já demonstra resultados na balança?

Estabelecer uma rotina para o animal e prestar atenção aos seus hábitos são cuidados essenciais. Para manter o peso saudável, fique sempre de olho se ele come a quantidade ideal e nas mesmas horas, dorme bem e demonstra alegria no momento de passear - atividade essencial para a saúde. Até porque os benefícios dos exercícios físicos regulares vão muito além do controle dos quilos, também ajudam na estabilização da frequência cardíaca e da pressão arterial.

domingo, 27 de janeiro de 2013


É verão! Nesse período, as pulgas se desenvolvem de forma rápida no ambiente e na pele de nossos cachorros. A preocupação com esses parasitas, porém, está longe de ser apenas devido ao incômodo que provocam por meio da coceira e de lesões na pele. Acreditem: o caos que é a infestação dos bichinhos pode causar até mesmo anemia, além das feridas na cútis, principalmente em volta da cauda, e da perda de pelos nos cães. Alguns animais, dependendo da coceira, podem até perder o apetite e, assim, ficar mais propensos também a outras doenças.

Além de todas as questões expostas acima, as pulgas podem também ser responsáveis pela transmissão do Dipilidium, um verme bastante comum e que compete com os nutrientes ingeridos pelo cão. Para conter os transtornos, existem produtos tão modernos e eficientes que podem até mesmo ser utilizados em filhotes.

Alguns são sprays, utilizados em toda a pelagem, e outros são aplicados pelo método denominado top-spot, que consiste em pingar uma pequena quantidade do produto na região da nuca. O remédio é então absorvido pela pele e espalhado para as demais regiões do corpo com ajuda da gordura que fica abaixo da cútis. Em geral, essas substâncias são seguras e duram cerca de três semanas. Depois, siga a risca a manutenção do tratamento.

Seja em spray ou top-spot, é importante não banhar ou escovar o animal dois dias antes e dois dias após a aplicação. Isso fará com que o produto dure o período desejado. No mais, em casos de grande infestação, deve-se tratar, além do bichinho, também o ambiente. Isso mesmo! Muitos donos de pets tratam o seu melhor amigo e esquecem que é no ambiente que se instalam os ovos de pulgas e suas próximas gerações.
 
Para tratar o local, deve-se escolher uma empresa que realize uma dedetização especial contra pulgas e avisá-la sobre a utilização de um produto que não seja tóxico aos animais. Na dúvida, tire férias junto ao seu pet! Uma saída pode ser a melhor opção nesse período.

É imprescindível também lembrar que o tratamento para evitar as pulgas deve ser constante, pois, em um simples passeio, elas podem infestar novamente o bichinho. Nesse caso, a prevenção é a maior aliada do controle!


O corpo fabrica vitamina D graças ao contato com os raios solares. O ideal é se expor diariamente em média 15 minutos entre as 10 e as 15 horas. Passe o filtro solar no rosto e deixe pernas e braços livres, já que o creme limita a absorção da luz. "No entanto, pessoas mais claras, que necessitam de proteção solar absoluta, obtêm a vitamina mais facilmente, se expondo menos de 15 minutos três vezes por semana", diz o dermatologista Marcus Maia, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. 

Parceira do cálcio 

Calcula-se que apenas 15% desse mineral vindo da alimentação é absorvido pelo intestino na ausência da vitamina D. É por isso que ela tem papel de destaque na prevenção e no controle da osteoporose, o mal dos ossos fracos. Não bastasse isso, estudos sugerem o seguinte: quem suplementa cálcio sem se abastecer de vitamina D corre mais risco de sofrer uma calcificação nas artérias, fenômeno que precede ataques cardíacos. 

A pitada da alimentação 

O sol é a principal fonte de vitamina D, mas o cardápio pode reforçar essa cota. Para facilitar a vida, chegam agora ao mercado iogurtes e leites enriquecidos com a substância.

sábado, 26 de janeiro de 2013


A vitamina também se destaca como uma patrocinadora do sistema imune. "As células de defesa usam esse hormônio, que ajuda a regular sua atividade", explica o neurologista Cícero Galli Coimbra, da Universidade Federal de São Paulo. Mais do que debandar infecções, nossa protagonista vem sendo explorada no contraataque às doenças autoimunes, como a artrite reumatoide — uma das hipóteses para a erupção desses distúrbios, aliás, é justamente a carência da molécula. "Na esclerose múltipla, que ataca o sistema nervoso, corrigir essa deficiência permite que muitos pacientes fiquem livres das manifestações do problema", afirma Coimbra. As doses, nessas condições, costumam ser mais elevadas, é claro. 

A substância ainda é empregada contra a psoríase, doença crônica marcada por lesões na pele. Mas, em vez do suplemento, o médico receita uma pomada à base da vitamina. "Na psoríase, as células da pele estão desreguladas e se multiplicam num ritmo acelerado, gerando as crostas", explica a dermatologista Letícia Secco, da Sociedade Brasileira de Dermatologia. "O creme permite que essas células voltem a replicar em velocidade normal e os sintomas tendem a zerar." Seja dentro de uma loção, seja em forma de gotas; seja com as bênçãos do sol, seja na degustação de um salmão: cada vez mais se reconhecem os méritos da vitamina D — e quem ganha com essa fama somos nós.


Para um número cada vez maior de cientistas, a protagonista desta reportagem merecia ser eleita a molécula do século no que sito longevidade. Depois de provar seu papel protetor aos ossos, ela acumula de tempos em tempos um novo potencial preventivo ou até terapêutico. De doenças cardíacas a câncer, a impressão é que boa parte dos males crônicos tem menos probabilidade de aparecer quando os níveis da substância — que dentro do corpo trabalha como hormônio — estão em alta. A história seria perfeita se todas as pessoas tomassem banhos diários de sol, se abastecessem de salmão e sardinha e, acima de tudo, não houvesse fatores capazes de atrapalhar a produção da vitamina pela pele. 

A realidade, porém, é diferente: estima- se que entre 30 e 50% da população mundial apresente taxas inadequadas de vitamina D — fenômeno que não poupa um país tropical como o Brasil. Essa defasagem tende a ser maior nas grandes cidades, porque, dentro de casa, do escritório ou do carro, as pessoas acabam fugindo do sol. 

Atingir a cota de 400 a 600 unidades internacionais, preconizada a adultos saudáveis, não é tarefa hercúlea. "Bastaria caminhar no parque permanecendo com braços e pernas expostos ao sol, sem filtro solar, durante 15 minutos pela manhã", diz a nutricionista Lígia Martini, da Universidade de São Paulo. 

Mas, como você deve imaginar (ou sentir na pele), a rotina atribulada e as variações climáticas dificultam as coisas. "Além disso, depois dos 50 anos a necessidade de vitamina D aumenta para cerca de mil unidades diárias", observa a reumatologista Vera Szejnfeld, da Universidade Federal de São Paulo "E, com o avançar da idade, nossa pele perde a capacidade de sintetizar a substância a contento." Daí, não adianta torrar sob o sol. A solução definitiva também não seria se refestelar de salmões, por exemplo. Convenhamos: não há apetite que aguente. 

O fato é que, se os níveis da molécula no sangue ameaçam minguar, é recomendável estudar a possibilidade de recorrer à suplementação, ou seja, às gotas da versão sintética da vitamina. "Além de contribuir com a osteoporose, o déficit desse hormônio provoca dores nos ossos e fraqueza", avisa Vera. Bem indicados, os suplementos exibem altos índices de segurança. "As doses recomendadas não oferecem o risco de intoxicação nem efeitos colaterais", garante a professora. 

Existem grupos para os quais a suplementação é extremamente bem-vinda. Isso significa que entre essa gente faz todo o sentido dosar a molécula no sangue e, se necessário, adotar em seguida o conta-gotas. Encabeçam a lista as mulheres na menopausa, alvos fáceis da osteoporose. Sozinho, o cálcio não faz milagre pelos ossos: é a vitamina D que assegura sua absorção no intestino. Quem tem mais de 65 anos também deve investigar suas taxas. Além de o organismo perder a competência para produzi-la, essa turma está mais ameaçada de fraturas. "E a vitamina D ajuda inclusive a evitar a perda da massa muscular", afirma a nutricionista Camila Freitas, de São Paulo.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013


No processo de transfusão, a mistura entre os tipos sanguíneos pode ocasionar reações adversas ao receptor. Febre e calafrios ou, em casos mais graves, anemia, reações alérgicas diversas, insuficiência renal, coagulação intravascular e até a morte. Esses problemas podem ocorrer, porque os glóbulos vermelhos carregam ou não em sua membrana celular proteínas denominadas antígenos, responsáveis pela produção de anticorpos, que rejeitam hemácias vindas de determinados doadores.
A incompatibilidade anti-D, referente ao fator Rh positivo ou negativo, pode ser menos perigosa. O primeiro contato entre os tipos desencadeia a produção de anticorpos contra as hemácias recém-chegadas, sensibilizando o organismo. As consequências, entretanto, são, geralmente, percebidas a partir da segunda relação, podendo ser tão graves quanto à incompatibilidade do sistema ABO.
Confira abaixo a tabela de compatibilidade entre os tipos: 


Uma palavra resume bem a busca pelo checkup inteligente: individualidade. "O ideal é que haja uma lista básica de exames e outros sejam acrescentados de acordo com a idade, as condições e o histórico familiar", diz o cardiologista César Jardim, responsável pela equipe de checkup do Hospital do Coração, na capital paulista. Não é o mundo inteiro que precisará repetir o hemograma a cada mês, se submeter a um ultrassom de abdômen anualmente... Tudo depende de bom senso — do médico e do próprio paciente. Dado o recado, SAÚDE! convoca uma seleção de testes indispensáveis em algum momento da vida.


PRESSÃO ARTERIAL



O QUE É? O médico usa um aparelho para conferir a pressão do paciente.
QUANDO FAZER? O exame costuma ser feito a partir dos 18 anos — mas deveria ser requisitado ainda na infância. Precisa ser repetido, no mínimo, uma vez por ano.
POR QUÊ? Detecta alterações na pressão arterial e diagnostica a hipertensão, fator de risco para infartos e derrames.



HEMOGRAMA



O QUE É? É o exame de sangue clássico, que registra o estoque de células vermelhas e brancas.
QUANDO FAZER? É solicitado desde a infância. A menos que haja algum motivo, pode ser refeito anualmente.
POR QUÊ? Sinaliza o estado do sangue e do sistema imunológico, acusando problemas como infecções.

COLESTEROL E GLICEMIA




O QUE SÃO? Testes sanguíneos que avaliam a concentração de gorduras e de açúcar na circulação.
QUANDO FAZER? Podem ser receitados desde a infância, mas depois dos 18 anos a indicação ganha ainda mais consistência. O prazo para repeti-los varia. Depois dos 40, vale uma picada anual.
POR QUÊ? Flagram altos níveis de colesterol e triglicérides, que favorecem as placas capazes de obstruir os vasos. Já a medida da glicose acusa a propensão ao diabete.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


1. Quem pretende ser um voluntário deve se dirigir a um hemocentro, munido de documento de identificação e ciente de todos os requisitos e os impedimentos, temporários e definitivos, para a realização do processo. No local de doação, é preenchido um cadastro pessoal.

2. São realizadas triagens clínicas e hematológicas para checar a pressão arterial, os batimentos cardíacos, o peso, a temperatura corporal e até mesmo a quantidade de hemácias no volume total de sangue, determinando ou não a anemia. Para isso, basta um furinho no dedo e uma gota do líquido. Em caso positivo, o indivíduo não estará apto a doar. Em uma entrevista, analisam-se antecedentes patológicos e fatores de risco que impedem o procedimento. Há casos de doenças não detectadas pelos exames de sorologia ou que estejam  ainda em janelas imunológicas, ou seja, no intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus e a produção de anticorpos que confirmam a patologia. "Esse período, hoje, foi bastante reduzido pelos testes de última geração, como o NAT (teste de biologia molecular) para hepatite C e HIV. Claro que isso não exclui a necessidade de uma checagem criteriosa e bem feita", pondera Thomaz Nicoletti Filho, hemoterapeuta e médico assistente do serviço de hemoterapia do Hospital do Servidor Público Municipal, em São Paulo. Portanto, é muito importante ser sincero em todas as respostas, evitando incidentes nas etapas de doação e transfusão sanguíneas. Em casos de constrangimento no momento das perguntas, o voto de autoexclusão pode solucionar o problema. Após um telefonema confidencial, a bolsa de sangue será desprezada, mesmo que os resultados dos exames realizados sejam negativos.

3. O passo seguinte é a coleta de sangue e de amostras para tipagem e sorologias. Essa etapa compreende a própria doação e os testes para doenças infecciosas que possam causar riscos ao receptor.

Após a doação
Depois de colhido, o sangue é fracionado em hemocomponentes e estocado até que os resultados sorológicos para liberação ou desprezo das bolsas sejam confirmados. Se o líquido doado for aprovado em todos os testes anteriores, seu envio e sua transfusão estão autorizados. "Durante a coleta, existem procedimentos de identificação das bolsas, componentes e amostras com códigos de barra que acompanharão o sangue até seu destino final", esclarece o hemoterapeuta.

  

Receita sanguínea 
Ela é preparada na medula óssea, o recheio de alguns ossos - o famoso tutano. É lá dentro que hemácias, leucócitos e plaquetas são fabricados

Plasma 55%.
Hemácias 44%.
Plaquetas e leucócitos 1%.
 
Nada de seringa 
Os tubos funcionam a vácuo, sistema indolor e rápido. Cada cor de tampa sinaliza um tipo de exame e pode conter alguma substância. No caso… 

Roxo: EDTA para contar células sanguíneas.
Verde: Heparina para exames de gasometria.
Azul: Citrato de sódio para checar a coagulação.
Lilás: Fluoreto de sódio para ver a glicemia.
Vermelho: Sem nada em testes de sorologia, para o sangue coagular.
 
Curiosidades
- O sangue sai da aorta a 108 km/h, superior à velocidade máxima do metrô de São Paulo, que é 100 km/h.
- Um adulto de 70 quilos tem cerca de 5 litros de sangue.
 
O mergulho no sangue 
Do cérebro ao dedão do pé, o exame do líquido avermelhado é um espelho de nosso estado de saúde. Seus dados, porém, são complementares ao teste clínico, feito pelo médico

Observações:
- Um micrômetro (1 µm) é a milésima parte de um milímetro.
- Leucócitos (linfócitos, neutrófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos): integram o sistema de defesa, que enfrenta todo tipo de ameaça.
 
Fontes: Cláudio Pereira, diretor de análises clínicas do Delboni Medicina Diagnóstica; Edgar Gil Tizzatti, gerente de pesquisa e desenvolvimento e assessor médico de hematologia do grupo Fleury; Cristóvão Luis P. Mangueira, gerente médico do laboratório clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013


Para você, o que é ser um cidadão responsável? Talvez sua resposta seja algo como reciclar, economizar água ou respeitar a faixa de pedestres. No entanto, nos países europeus, essa noção vai além: faz parte da rotina do bom samaritano a doação sanguínea. As atrocidades das  guerras que massacraram o local no século 20 mudaram o comportamento por lá. Ao verem parentes, amigos e inocentes feridos, os povos do velho continente passaram a encarar o gesto como uma ação cotidiana, passada de geração em geração.

Mas por aqui o cenário é diferente. Apenas 1,9% da população doa sangue anualmente, segundo dados da Fundação Pró-Sangue, o maior hemocentro da América Latina, ligado à Secretaria de Estado da Saúde e ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). A opinião corrente é que o problema tenha origem cultural. Especialistas que defendem essa teoria sustentam que, ao contrário da Europa, o território brasileiro nunca foi atingido por guerras avassaladoras. Por esse motivo, nossa nação não teria desenvolvido o hábito de doar. Para reverter o quadro, então, o primeiro passo é entender o que está por trás de todo o processo de transfusão.

No Brasil, é possível doar de quatro formas: voluntária, vinculada - também chamada de reposição -, específica e autotransfusão. Na primeira, o indivíduo contribui com os bancos de sangue. No segundo caso, o doador tem a intenção de repor a quantidade de líquido vermelho utilizada no tratamento de um conhecido. Na categoria específica, a bolsa é destinada a um determinado paciente. Por fim, a autotransfusão permite que a pessoa reserve seu sangue para, mais tarde, ela mesma utilizá-lo.


Quem não aprecia comparações que nos perdoe, mas o checkup nada mais é do que a bola de cristal do médico. É por meio de exames que ele vislumbra o provável futuro do paciente e, se preciso, intervém no presente para lhe proporcionar um destino melhor. Tudo perfeito se não houvesse uma tendência em abusar desse expediente, o que transforma a bola de cristal em um caro truque de ilusionismo.

O alerta mais recente vem de uma pesquisa do instituto Consumer Reports, nos Estados Unidos, que avaliou cerca de 8 mil americanos acima dos 40 anos submetidos a checkups cardíacos. A entidade concluiu que 44% dos participantes passaram, em algum momento, por exames desnecessários. Eles não portavam história ou condições que justificassem a realização de uma ressonância cardíaca ou de um ultrassom de carótidas, por exemplo.

No Brasil, a demanda por exames também parece se intensificar, tanto da parte do clínico quanto do paciente. "As pessoas acreditam que, quanto mais testes elas fazem, mais protegidas ficam", observa a gastroenterologista Patrícia Oliveira, do serviço de checkup do Laboratório Fleury, em São Paulo. Essa crença, além de ilusória, não está isenta de perigos. Segundo Patrícia, quando um exame mal indicado tem um resultado falso positivo, a investigação prossegue à toa com métodos mais invasivos e dotados de riscos — basta pensar, insistindo na área da cardiologia, no cateterismo ou na tomografia do coração, a qual requer uma dose, ainda que mínima, de radiação.

"Há uma pressão do paciente por exames. Se o médico não os prescreve, ele até procura outro especialista pensando que foi mal atendido", lamenta o endocrinologista Frederico Marchisotti, da rede Diagnósticos da América, em São Paulo. Também temos o outro lado da história. "Existem profissionais que não ganham muito por consulta, o que os obriga a reduzir o tempo da avaliação clínica e a solicitar mais testes para ganhar segurança", diz Marchisotti.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013


Uma pesquisa da Temple University, nos Estados Unidos, descobriu que a maioria dos jovens acima do peso deseja emagrecer, mas alguns de seus hábitos do dia a dia, como o fumo ou a falta de atividades físicas, funcionam como inimigos do corpo sadio. Por isso, é importante que os pais deem suporte à garotada, com direito a visitas a um profissional, como o nutricionista, e até o estabelecimento de rotina, com refeições na hora certa e prática de esporte durante a semana.


Correr, nadar e pedalar
Faça desses meses de férias os mais ativos do ano

Futebol
Perseguir a bola, pela quadra ou pelo campo, é uma ótima maneira de se exercitar.

Pega-Pega
Fugir de alguém com toda aquela vontade é divertido e saudável. Precisa de mais alguma coisa?

Natação
É recomendada para os mais gordinhos porque não força as articulações.

Bicicleta
Equilibrar-se sobre duas rodas é um belo de um exercício e fortalece os músculos. 


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013



Depois de um semestre de concentração, lições de casa e provas, a recompensa é certeira: férias. A ideia de dormir até tarde e assistir a televisão o dia todo encanta qualquer jovem. No entanto, essas atitudes pesam na balança quando o sedentarismo e a má alimentação se apropriam do período.

Para comprovar a parcela de culpa que esses meses têm no ganho de peso em crianças e adolescentes, a Universidade Estadual de Campinas, no interior de São Paulo, avaliou 400 estudantes entre 10 e 16 anos de idade. O resultado mostra que aqueles com sobrepeso ou obesos mantiveram os quilos a mais. E, desastre, os com o índice de massa corporal (IMC) no patamar ideal exibiram uma massa gordurosa maior na volta às aulas. "A faixa etária mais vulnerável é a dos 10 aos 13 anos", revela Fábio Ferreira, especialista em saúde da criança e do adolescente e autor do trabalho.

Outro achado da pesquisa foi a diferença de distribuição do peso no corpo dos meninos e no das meninas. Nos garotos, a região da cintura foi a mais afetada. "O acúmulo de gordura nessa área pode causar doenças cardiovasculares na vida adulta", lembra Ferreira. Já entre as garotas, se espalhou igualmente pelo corpo.

Para evitar a inflação dos pneus entre os teens, uma das táticas é incentivar brincadeiras físicas de três a sete vezes por semana. A televisão e o videogame são divertidos — não se pode negar —, mas atividades como futebol e dança se encarregam de dois benefícios ao mesmo tempo: o entretenimento e a manutenção do peso. O importante é brincar até cansar.

Mas só o exercício não é suficiente para prevenir a obesidade. A alimentação é o outro pilar que sustenta a saúde e a fisionomia esbelta — e com os jovens não é diferente. "Exceções na hora de comer podem e devem ocorrer, mas, em um período sem rotina rígida, é preciso tomar cuidado para que as indulgências não virem regra", ressalva a nutricionista Ana Lia Haag, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Um dia na frente da TV e um bocado de salgadinhos estão longe de serem os vilões da história. O problema está no exagero e na constância. Os pais precisam intervir caso percebam que o filho prefere ficar na frente do computador dias a fio a sacolejar o esqueleto ou se está trocando todas as refeições por petiscos muito calóricos. Isso garante que os jovens voltem à escola carregando, como peso extra, apenas a mochila.


"Nenhum exercício vai fazer desaparecer a barriga, mas ajudar a fortalecê-la, sim", fala o professor de educação física Rodrigo Sangion, da assessoria esportiva BXR SportsLife, em São Paulo. Para se livrar da gordura, o certo é combinar alimentação equilibrada com atividade aeróbica. O ideal é fazer exercícios que acionem todas as partes da musculatura da barriga (abdominal reto, oblíquos e transverso).
 
Mas, se quer atacar diretamente a porção inferior do abdômen, inclua o exercício na prancha declinada e o com elevação de quadris.
 
Uma alimentação rica em fibras e pobre em gordura é importante para manter os níveis corretos do colesterol: HDL (o bom) acima de 40 mg/dl e LDL (o ruim) inferior a 110 mg/dl. Mas há outros fatores que interferem no equilíbrio dessa gordura circulante no sangue. Se um dos seus pais tem tendência a acumular LDL, por exemplo, você é um forte candidato a apresentar o problema.
 
Alteração na glândula tireoide e menopausa também ameaçam o equilíbrio do colesterol, assim como stress e sedentarismo. "Esses dois últimos fatores, típicos da vida moderna, têm alterado o colesterol até mesmo dos jovens, que ficam predispostos a doenças do coração", alerta Celso Cukier, nutrólogo do Hospital do Coração, em São Paulo.
 

domingo, 20 de janeiro de 2013


1. Focar só os exercícios aeróbios e esquecer a musculação
Para perder peso e gastar calorias, muita gente opta por realizar atividades que envolvem suar muito e não fazer força. Mas esse é uma estratégia que pode não dar certo. Segundo a educadora física Ana Dâmaso, integrante do grupo de estudos da obesidade da Universidade de São Paulo (USP), as atividades aeróbias, como caminhada, spinning e corrida, são mais efetivas para a redução de gordura no corpo, mas não são suficientes para manter a Taxa Metabólica de Repouso (TMR) em alta - ou seja, o gasto do corpo quando não está em movimento. Uma pessoa que possui a TMR elevada, por exemplo, tem mais facilidade para perder peso, pois o organismo trabalha mais rapidamente durante a queima de energia. Além do consumo calórico mais intenso, a combinação de exercícios aeróbios e musculação também favorece a substituição da gordura corporal por músculos, deixando o corpo mais firme e livre de lipídios ameaçadores à saúde. "Os dois tipos de atividade, juntos, são mais efetivos no controle dos processos inflamatórios associados à obesidade, diminuindo, então, os riscos de diabete, doenças cardiovasculares, gordura no fígado e hipertensão", afirma. O especialista em medicina esportiva Jomar Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), ressalta também que a musculação reduz a velocidade da perda de massa muscular que vem com a idade. "O ideal é que os grupos musculares sejam exercitados em dias alternados para permitir sua recuperação, prevenindo uma sobrecarga e, consequentemente, lesões", ele orienta.
 
2. Não realizar pausas entre as séries de exercícios
O descanso é essencial para manter a qualidade do treino e repor os estoques de creatina fostato (CP), moléculas usadas para gerar a energia de alta intensidade típica da musculação. O organismo precisa de três a cinco minutos para se recompor após o esforço. A educadora física Alessandra Dianin, da Bio Ritmo Academia, salienta que as pausas programadas fazem parte do treino. "Se fizermos uma série com muitas repetições, precisamos de intervalos entre elas. Caso esse tempo não seja respeitado, a terceira e as demais repetições provavelmente não serão com o mesmo ritmo das primeiras, comprometendo o exercício", explica a professora. Consequência? O treino é bem mais doloroso e os resultados, pífios.
 
3. Evitar a ingestão de líquidos para o ponteiro da balança não subir
Se você acha que suar ajuda a emagrecer, atenção: a sudorese, ou suor, é uma reação do corpo para reduzir a temperatura que se eleva durante o exercício físico. "A redução de peso com a perda de suor é sinal da desidratação do corpo e não da perda de gordura", esclarece Jomar Souza. "Sem uma hidratação adequada, a temperatura central do corpo pode se elevar de maneira perigosa, resultando em hipertermia. O ideal é que o praticante de exercícios beba cerca de 200 ml de água, o que equivale a um copo a cada 20 ou 30 minutos de atividade, principalmente em locais com temperatura e umidade elevadas", completa. No caso de treinamentos mais longos, isotônicos são boas pedidas.
 
4. Exagerar no peso para compensar as faltas em treinos 
Se deixou a musculação de lado por alguns dias, não tente usar a lei da compensação com cargas mais pesadas nos aparelhos. Ultrapassar a quantidade de quilos e de repetições indicados pelo educador físico aumenta o risco de se machucar. Pode haver um desgaste precoce das articulações e até mesmo lesões completas de tendões, exigindo até intervenção cirúrgica para a reparação dos mesmos. O ideal é conversar com o instrutor e checar se a carga está adequada. Se ficar sem treinar por algum tempo, os resultados se perdem, sim, e muito rápido. "Mas não é possível recuperar todos os treinos em falta de uma hora para outra", esclarece Alessandra Dianin, educadora física da Bio Ritmo.
 
5. Ignorar os instrutores em busca de resultados rápidos
O profissional de educação física tem o conhecimento teórico e prático necessário para orientar as pessoas sobre a forma correta de praticar exercícios, sem o risco de se machucar. A postura de sabe-tudo do aluno, além de colocar o corpo à mercê de lesões, certamente não vai proporcionar os efeitos desejados. "Tanto o treinamento aeróbio quanto o de musculação devem ser indicados por profissionais especializados", comenta Ana Dâmaso. Mesmo aqueles que treinam há muito tempo não estão preparados para decidir qual é o momento de mudar a sequência de exercícios e podem errar a mão no planjeamento de um trabalho a longo prazo. Não existem resultados grandiosos em pouco tempo. Alessandra acrescenta que as mudanças visíveis levam algum tempo. "A adaptação é gradativa justamente para evitar lesões e para que o corpo se acostume lentamente, dando resultados mais duradouros", explica.


Desacelere o movimento 
Por que muda: não é só a carga que determina a resposta do músculo ao exercício - a velocidade da execução também, pois significa o tempo em que a musculatura fica sob tensão. Em vez de contrair devagar e relaxar depressa, como é mais fácil, demore um pouco mais na fase final do exercício - a abertura das pernas na cadeira adutora e a descida dos braços na rosca bíceps, por exemplo - se quer incrementar o crescimento do músculo. "O ideal é que a fase de relaxamento leve o mesmo tempo ou mais do que a contração", fala o professor de educação física Ricardo Wesley, da Cia. Athletica, em São Paulo. "Se levar dois segundos para contrair, relaxe em dois ou três", acrescenta. 

Pegue menos carga 
Por que muda: reduzir o peso pode contribuir para aumentar seu rendimento no leg press e no supino, desde que você aumente o número de repetições - fazer séries de 15 em vez de 8 -, de acordo com um estudo no periódico americano Journal of Strength & Conditioning Research. 

Malhe o abdômen na bola 
Por que muda: porque para manter o equilíbrio em cima da bola você vai ativar os músculos do core (abdômen e de parte das costas) e contrair os glúteos, além de trabalhar as porções da barriga já acionadas quando faz o exercício no solo. 

Treine sem pausa 
Por que muda: na musculação, em vez de esperar parado entre uma série e outra, termine as repetições de um, passe direto para outro e volte ao anterior, tudo sem descanso. Ou faça um treino em circuito - passando de uma máquina para outra sem intervalo. Uma alternativa é intercalar a musculação com tiros na esteira, no elíptico ou na ergométrica. Assim, você mantém a frequência cardíaca alta o tempo todo, queima mais calorias e injeta motivação na ginástica. 

Corra intervalado 
Por que muda: esse tipo de exercício, que alterna períodos em ritmo forte e outros em ritmo leve, tem um gasto energético mais elevado do que a corrida em velocidade contínua, e o melhor: mantém o metabolismo rápido - e, portanto, a queima de calorias alta - por até 48 horas depois do fim da atividade

sábado, 19 de janeiro de 2013


Nada de aparelhagens complexas, aula de boxe ou pilates. A próxima onda nas academias de ginástica é o exercício que tira proveito simplesmente da atração que a gravidade exerce sobre o corpo. É o que aponta uma pesquisa do Colégio Americano de Medicina do Esporte na qual mais de 3 mil profissionais de educação física dos cinco continentes opinaram sobre o que será tendência no ano que vem. No levantamento já tradicional, feito há sete anos, pela primeira vez o chamado body weight training figura entre os cinco principais tópicos referentes ao mundo do fitness na próxima temporada. 

O princípio desse tipo de treino é usar a massa corporal como carga, permitindo que o indivíduo se exercite em qualquer lugar, sem a necessidade de equipamentos. São os clássicos movimentos de agachamento, flexão de braço e polichinelo, conjunto de práticas pra lá de conhecidas, mas com uma roupagem diferente. Numa das versões, batizada de TRX, elásticos e fitas entram em ação, aumentando um pouco a resistência e, consequentemente, a eficiência. 


Força e boa postura

"O resultado da pesquisa surpreendeu. É a volta ao básico, com uma embalagem nova", diz Walt Thompson, um dos coordenadores do estudo e professor de análise dos movimentos na Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos. "Acredito que as pessoas estejam procurando algo com baixo custo, que possa ser feito ao ar livre e seja efetivo", avalia o especialista. A palavra-chave é simplicidade, e a ideia definitivamente não é conseguir a aparência de um halterofilista. 

"Músculos grandes, conquistados com o aumento constante de carga nos exercícios, não significam saúde", opina Marcelo Miranda, mestre em motricidade humana pela Universidade Estadual de Campinas, no interior paulista. "O importante é que sejam fortes para sustentar o corpo", ele complementa. Para Tony Meireles, coordenador do curso de pós-graduação de educação física da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, está aí a vantagem do body weight training. "A prática se baseia em força, resistência e também alongamento, trazendo benefícios para todos os sistemas do organismo", explica. As sequências previstas no treinamento põem em movimento partes do corpo que, em tempos modernos, vivem inertes diante do volante do carro ou nas muitas horas em frente do computador. Ao fortalecer os músculos das costas e do abdômen, por exemplo, ela garante a boa postura, dando um basta às incômodas dores lombares.



E de tanto ser repetida, a ladainha se transformou em um dogma quase incontestável. Por isso SAÚDE! resolveu passar essa história a limpo — e com um respeitável time de especialistas. Primeira pergunta: como se chegou a essa quantidade de 2 litros? “O corpo de um adulto gasta em 24 horas uma média de 2 litros de água em funções como digestão, respiração, transformação dos nutrientes em energia e também por meio do suor e da urina”, contabiliza a nutricionista Tânia Rodrigues, da RG Nutri, em São Paulo. E é desse cálculo de gastos que vem a quantidade de água preconizada.
A idéia é manter a homeostase do corpo, que é o seu estado de equilíbrio. Em outras palavras, o que foi consumido precisa ser reposto. Essa é a tese. Porém, avisam os experts, não convém generalizar. “Cada pessoa deve beber a quantidade adequada para o seu caso e o seu estilo de vida. Afinal, o metabolismo, a estrutura corpórea, o tipo de exercício físico e até o clima são variáveis que precisam ser levadas em conta”, lembra o fisiologista Paulo Zogaib, do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, que também é especialista em medicina esportiva. “Há muita diferença entre o gasto de água de quem vive andando na rua e o de uma pessoa que trabalha sentada”, compara ele.
Como nem todo mundo se dá ao luxo de uma consulta para calcular o gasto diário de líquido, os médicos utilizam, por segurança, a porção de 1 a 2 litros como parâmetro. “Para definir com mais precisão a quota ideal, a pessoa deve se pesar no começo do dia e depois de duas horas de trabalho. A diferença representa o quanto foi consumido de água nas funções rotineiras”, explica Paulo Zogaib. Exemplo: se você perdeu 60 gramas, vai ter que repor 60 ml de água. Ou seja, a cada grama corresponde 1 mililitro. Como um copo de água equivale a cerca de 200 mililitros, faça a conta. “Quem pratica atividade física deve subir na balança antes e depois da malhação. E, se beber água nesse período, tem que deduzir a quantidade ingerida do resultado final”, avisa Flávia Abdallah, nutricionista do ambulatório de medicina esportiva do Hospital das Clínicas de São Paulo.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013


1. O que é ressaca?
É um tipo de crise de abstinência. Como qualquer outra bebida ou alimento, o álcool é metabolizado e distribuído pela corrente sangüínea para todas as células do corpo. A sensação de embriaguez e relaxamento ocorre quando ele chega ao cérebro. É o momento da intoxicação. O corpo faz um grande esforço para dar conta das doses excessivas. Quem mais trabalha é o fígado, que precisa produzir enzimas para absorvê-lo, transformá-lo em gordura e secretá-lo pela bile. Quando o trabalho acaba, o fígado quer mais e entra numa espécie de depressão, desorganizando todo o metabolismo. O sistema nervoso, que também foi acelerado, tem uma reação parecida. O resultado é uma queda da força muscular, dor de cabeça, enjôo, diarréia, sensibilidade à luz e um cansaço enorme. 

2. Ardência no estômago é sintoma de ressaca?
Essas dores também estão associadas ao excesso de bebida, em especial os destilados, como cachaça, uísque, conhaque e vodca. O álcool em demasia agride as paredes do estômago e do esôfago. Dependendo da gravidade essas lesões precisam ser tratadas com medicamentos. 

3. A ressaca de algumas bebidas é maior do que a de outras?
Quanto maior o teor alcoólico, maior a probabilidade de intoxicação e ressaca. Além disso, as bebidas destiladas tendem a entrar mais rapidamente na corrente sangüínea do que as fermentadas. Portanto, são mais perigosas. 

4. O mal-estar depende da quantidade de bebida?
A ressaca sempre é provocada por uma grande quantidade de álcool, mas é o corpo que determina os limites. Para quem nunca bebe, o excesso pode ser apenas uma única dose. As pessoas habituadas a beber são mais resistentes. O fígado está treinado, ou seja, produz facilmente as enzimas necessárias. Mas, quando bebem além do que o corpo considera limite, não se livram da ressaca. 

5. É possível evitar a ressaca?
Respeite seus limites. Aumente a tolerância fazendo o álcool entrar mais lentamente na corrente sangüínea. A melhor forma de fazer isso é comer bem, antes e enquanto estiver bebendo. 

6. Algumas pessoas recomendam uma colher de azeite de oliva antes de começar a beber. Isso tem fundamento?
O azeite é um alimento e, portanto, ajuda a evitar a rápida entrada do álcool no sangue. Mas tomado puro pode provocar enjôo. O melhor é usá-lo como tempero de uma salada de batatas, carboidrato que ajuda a processar a bebida. 

7.Tomar água ajuda a combater os sintomas desagradáveis?
Quanto mais água, melhor. Antes, durante e depois de beber. A água dilui o álcool e reduz as chances de intoxicação. Facilita o trabalho do fígado e dos rins, que eliminam mais rapidamente os resíduos tóxicos do organismo. 

8. Um copo de cerveja pode rebater a ressaca?
Como ela é uma síndrome de abstinência de álcool, "aquela cervejinha para rebater" e outras receitas, como o blood mary (vodca com suco de tomate) ou o gim-tônica, podem ajudar o fígado a se recompor. É como recuperar um drogado ministrando doses cada vez menores da mesma droga. A cerveja ainda tem a vantagem de estimular o funcionamento dos rins, acelerando a expulsão dos resíduos tóxicos pela urina. Mas isso depende de reações individuais. Há quem não suporte o cheiro de álcool por algum tempo. 

9. Fumar piora a situação?
Sim. Álcool e fumo formam uma dobradinha imbatível. Mesmo quem fuma moderadamente aumenta a quantidade de cigarros quando está bebendo. E, quanto mais nicotina, menos oxigênio no sangue. Daí o processo de intoxicação pela bebida alcoólica é mais rápido. 

10. Qual a melhor forma de superar uma ressaca?
Em primeiro lugar, não se deve exigir demais do organismo, que já está estressado. Se possível, faça só o que o corpo pede. Fique em casa, no silêncio e no escuro, descansando. E tome muito líquido: água e sucos de frutas para repor as vitaminas e os sais minerais perdidos na batalha contra o álcool. Comida, só se sentir fome. A primeira refeição deve ser leve. Purê de batata, canja de galinha ou chazinho - boldo, de preferência - caem bem.


Não há nada que seja 100% eficiente contra a ressaca, garantem os especialistas. Entre as atitudes bacanas pré-festa, comer algum prato nutritivo para forrar o estômago e alternar os drinques com bons goles de água ou suco de frutas são uma boa pedida. Depois de entornar o caneco, de nada adianta engolir uma colher de azeite, se esbaldar nos doces e refrigerantes ou recorrer aos remédios. A melhor coisa é evitar a bebida por um tempo e descansar. No final das contas, só há um jeito perfeito contra a tal veisalgia: não exagerar.
 
fontes Arthur Guerra, presidente executivo do Centro de Informações Sobre Saúde e Alcool (CISA); Maria Lucia Formigoni, professora do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo; Thiago Fidalgo, psiquiatra e pesquisador do programa de orientação e atendimentos a dependentes da Universidade Federal de São Paulo.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013


Se você tivesse que se mudar levando poucos objetos de estimação, quais escolheria? Parece mais um daqueles testes de revista, mas a questão pegou em cheio a jornalista paulistana Christina Campos. Contratos assinados para ela e o marido, também jornalista, trabalharem no Japão, Chris soube que moraria em um apartamento da empresa. "Não tinha idéia de como seria, nem sequer do seu tamanho", lembra-se a moça, cuja paixão pelos assuntos domésticos gerou ate um site e o livro homônimo, editado pela Record.
Diante do dilema, não teve dúvida: encaixotou peças que eram a síntese de um lar — melhor, do seu lar. Levou porta-retratos, um sino de vento, miniaturas de plástico, livros e muitos paninhos de crochê. "Com aquilo ao meu redor não me sentiria em um hotel." Para Chris lar é isto: um lugar que traduz a personalidade, os sentimentos e as memórias de quem vive ali. "Nada a ver com dinheiro ou moda", resume. "Até mesmo quem não curte decoração se sente em um lar quando tem por perto a foto de alguém querido, uma lembrança de viagem", exemplifica.
A idéia de que uma casa em que a gente realmente se sinta bem pressupõe um mínimo de personalização é partilhada por gente dos mais diferentes hábitos e histórias de vida. A assessora de imprensa Deni Bloch é um tipo quase nômade. Em quatro décadas de vida morou em mais de uma dezena de endereços. Em todos eles imprimiu toques pessoais: "Troquei até a decoração de um flat".
A artista plástica Maria Inês Chiavone é o oposto de Deni. Aos 50 anos, ainda mora no lugar onde nasceu — só que o sobrado de vila pouco lembra o imóvel da infância. "Desde que me casei, há 25 anos, mudei tanto a decoração que até me esqueço de que sempre vivi aqui. A casa ficou com a minha cara, não com a dos meus pais."


Misturar nutrientes e alegria não é nenhuma piada. Trata-se de um assunto tão sério que já ocupa centros de pesquisas respeitadíssimos ao redor do planeta. Na Grã-Bretanha, por exemplo, há o Food and Mood Institute, ou Instituto da Comida e Humor, na tradução literal, que, por meio de pesquisas de milhões de libras, soma dados e dados a respeito da influência da dieta nos ânimos. 

Aqui no Brasil também existem estudiosos investigando essa história. É o caso da neurocientista Patrícia Brocardo, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que, inclusive, tem trabalhos publicados no periódico científico internacional Neuropharmacology. Não há dúvida sobre a interferência daquilo que comemos nas variações de humor, afirma.

Ingredientes vindos do prato são capazes de modular a fabricação de neurotransmissores. O palavrão ao lado, que não tem nada de divertido, tampouco de saboroso, refere-se a um grupo de substâncias químicas responsáveis pela comunicação das células no nosso cérebro. Para que você se sinta feliz, disposto e tranqüilo, é fundamental que esse grupo desempenhe bem o seu papel e esteja em níveis adequados na massa cinzenta. E são três os principais envolvidos com o alto-astral: serotonina, dopamina e noradrenalina. O professor brasileiro Ivan de Araújo, que trabalha com neurociências na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, explica que o primeiro é derivado do triptofano e os dois últimos são produzidos com a ajuda da tirosina. Não fique zangado com todos esses nomes. Leia as próximas linhas com calma para saber aonde quero chegar. 

Proteínas para sorrir
Pois bem, o desconhecido triptofano pode estar mais perto do que você imagina. Alimentos como o grão-de-bico, a ervilha e os feijões oferecem boas doses dele. Carnes, peixes, ovos, leite e, ufa!, seus derivados também são fornecedores. Dietas recheadas com essas opções garantem serotonina. O triptofano funciona como os tijolos no processo de montagem molecular do neurotransmissor, compara Araújo. O resultado é uma tendência bioquímica a se sentir feliz. Isso porque a sinalização serotonérgica como os especialistas definem a atuação da substância tem tudo a ver com a regulação do humor. Portanto, se faltam fontes de triptofano no prato, abrem-se brechas para que o dia-a-dia seja cinza, sem a menor graça.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013



1. Adote uma dieta saudável
"Parece óbvio, mas, quando você corrige os hábitos alimentares, fornece também os nutrientes adequados para acelerar o metabolismo. Lembre-se: só uma pessoa bem nutrida consegue emagrecer e manter o peso." O cardápio ideal contém: alimentos energéticos (de cinco a nove porções de massas, pães e cereais -- de preferência integrais -- por dia); alimentos reguladores (de três a cinco frutas e quatro ou cinco porções de hortaliças); alimentos construtores (três porções de laticínios, uma ou duas de carne e ovos e uma de leguminosas).

 
2. Faça mudanças no seu estilo de vida
"Além de comer direito, a atividade física é essencial. De novo, começar é fácil. O difícil é não desistir. Não existe mágica, mas, se o exercício for prazeroso e se você adotar uma rotina que possa pôr em prática pra valer, vai gostar muito mais da novidade." Um exemplo: você começou a fazer vôlei, mas só consegue reunir a turma para jogar nos finais de semana. Em vez de desistir do esporte, já que não dá para praticá-lo com a frequência desejada, caminhe todos os dias e dedique-se às partidas aos sábados e/ou domingos.
 
3. Reduza a ingestão de calorias
"Calma, ninguém precisa viver de restrições alimentares severas. Basta cortar 100 calorias por dia, o que, cá entre nós, não é nenhum sacrifício." Quer ver? Duas fatias de abacaxi, com 80 gramas cada, alcançam esse valor, assim como 2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado. Então, fique com uma única fatia da fruta e bote só uma colher do queijo na macarronada. Pronto: lá se vão as tais 100 calorias. Em uma semana, a economia é de 700 e, em 5 meses, 15 mil. Isso significa 2 quilos a menos. Sem passar fome nem vontade. E, se você se mexer, melhor ainda. Dance ou faça alongamento durante cerca de 20 minutos e outras 100 vão embora.
 
4. Estabeleça metas possíveis de alcançar
Prazos reais. Repita essas palavras como um mantra. "É muito desestimulante estabelecer metas inviáveis ou perigosas. Quem põe na cabeça que vai emagrecer 5 quilos em uma semana não só ficará muito frustrado, porque não será bem-sucedido, como pode acabar com a saúde abalada." Imponha-se uma perda de 600 gramas semanais, que é um resultado possível e, além de tudo, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).


Você já deve ter ouvido falar da teoria dos seis graus de separação. É aquela que nos coloca a uma distância de até meia dúzia de pessoas do resto do mundo. Pela hipótese, qualquer um é capaz de apertar as mãos, por exemplo, dos vencedores do Prêmio Nobel de Medicina 2008 — os franceses Françoise Barre-Sinoussi e Luc Montagnier, que descobriram o vírus causador da aids, o HIV — acionando apenas alguns poucos contatos. Entre os matemáticos, ainda restam cálculos que comprovem tal fenômeno, que eles chamam de pequenos mundos. Já no campo da cura e da prevenção de doenças, os pesquisadores somam cada vez mais evidências de que essa mesma rede de amizades funciona como um poderoso canal de contágio de bom humor, bem-estar e até felicidade. 
O que pesquisas recentes mostram é que, assim como vírus e bactérias, a saúde também é transmissível — só que por meio dos laços afetivos criados entre nós. Na prática, quem se aproxima de gente que faz ginástica, por exemplo, tende a espantar o sedentarismo sem sofrimento. Aqueles que presenciam a decisão de um amigo de parar de fumar têm mais chances de largar o cigarro. E os que preferem conviver com pessoas alegres acabam tornando-se mais satisfeitos com a vida. De acordo com um estudo assinado pela Harvard Medical School, nos Estados Unidos, se um grande amigo seu ficar contente, a probabilidade de você começar a rir à toa só por conviver com ele é de 60%. 
Como humores e hábitos se tornam contagiosos? Os mecanismos que permitem a propagação de algo que não cabe em um tubo de ensaio ainda pedem mais esclarecimentos. Os cientistas, porém, têm algumas pistas. "Os animais sociais, como é o caso do homem, nascem com a capacidade de imitar seus pares mesmo sem ter consciência disso. É o efeito camaleão" explica a neurocientista Eliane Volchan, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Fazendo isso, o indivíduo consegue incluir-se no grupo e obter a necessária proteção para sua sobrevivência." 

Seria como uma mímica involuntária ou instintiva, a mesma que nos rege toda vez que presenciamos um bocejo — quando nos damos conta, já estamos com o bocão aberto. Mas o trabalho do pessoal de Harvard vai ainda mais longe: sugere que a transmissão pode se dar entre desconhecidos, e a distância. De acordo com os pesquisadores, existem até três graus de contágio social. Ou seja, o amigo do vizinho de porta do seu melhor amigo tem influência sobre sua felicidade. 



Nossa proposta é que você faça uma auto-análise para identificar (e tentar mudar) comportamentos que resultam em rusgas cotidianas. E eles são muitos, admita. É o ciúme que estraga os relacionamentos, um jeito ansioso de ser que faz pequenos problemas ganharem corpo ou ainda a intransigência, às vezes um empecilho para o crescimento profissional. 

"O homem se transforma o tempo todo", garante a psicanalista Rita Charter, professora da Pontifícia Universidade Católica, a PUC de Campinas. Tem até pesquisa - e das sérias - pondo por terra aquela velha tese que pode ser resumida em uma frase: "Eu sou assim e pronto". A Universidade de Berkeley, que fica na Califórnia, nos Estados Unidos, estudou por três anos cerca de 132 mil voluntários, de 21 a 60 anos, e concluiu que a personalidade se altera com a idade e, na maioria dos casos, para melhor. Não que ocorram profundas transformações, mas sim uma espécie de renovação interna. 

Em resumo, os pesquisadores constataram que, entre 20 e 30 anos, pessoas de ambos os sexos tornam-se em geral mais disciplinadas, organizadas, criativas e abertas a novos conhecimentos. Já as mulheres dessa faixa etária monstram-se mais extrovertidas do que os homens - uma diferença de comportamento que não fica tão evidente com o passar do tempo. E as emoções, como se comportam? Bem, no time feminino elas vão ficando mais equilibradas, diferentemente do que ocorre com o masculino. Por volta dos 50 anos, é como se homens e mulheres se avaliassem com outra lente e subissem vários degraus no quesito solidariedade. "Não há dúvidas de que as pessoas continuam a amadurecer durante a fase adulta", diz a psicóloga Suely Sales Guimarães, da Universidade de Brasília, no Distrito Federal. É o aprendizado ao longo da vida e as descobertas sobre nós mesmos que ditam a necessidade de mudar comportamentos que não têm mais a ver com a gente. "Novas atitudes sempre dependem de decisão própria e de ação", faz questão de ressaltar Suely.

O primeiro passo para a reestréia da sua personalidade é encarar aqueles problemas de comportamento que estão empatando a sua vida. E aí a saída é botar a cabeça em ordem, organizar os pensamentos e tentar descobrir os motivos da sua forma de agir. Insegurança? Trauma? Encontrar respostas para questões do gênero desperta a consciência de que atitudes indesejadas podem ter uma origem externa e não necessariamente fazem parte da sua personalidade. "Fica mais fácil quando você cria condições que favorecem as mudanças e abandona aqueles padrões de comportamento que as impedem", ressalta a psicóloga gaúcha Ana Maria Rossi, especialista em estresse. Alguém já disse que a melhor maneira de não errar é não fazer nada. Só que esse imobilismo, é claro, não leva a lugar nenhum. Então, tenha paciência com os seus erros e nem pense em desistir da empreitada. Se a tal da reinvenção parecer difícil, procure ajuda de um especialista. Você só precisa se dar a segunda chance a que todos nós temos direito na vida. E, quem sabe, a terceira, a quarta, a quinta...



segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Fim da obrigatoriedade de exame médico em academias divide opiniões entre médicos, alunos e instrutores Foto: Getty Images
Academias de São Paulo não são mais obrigadas a exigir exame médico de novos alunos ou renová-lo após seis meses. A regra, que era válida até o dia 9 de janeiro, foi modificada pelo vereador licenciado Antonio Donato (PT) e promulgada pelo presidente da Câmara Municipal, José Américo (PT). Se por um lado alguns alunos comemoram uma etapa a menos na hora na matrícula, por outro os médicos criticam a mudança.
A partir de agora, só precisarão fazer exames alunos que estão fora da faixa etária entre 15 e 69 anos.  Os demais só serão obrigados a responder um questionário com perguntas relacionadas a problemas ósseos, nas articulações, circulatórios e cardíacos. Caso haja suspeita de alguma doença ou complicação, a academia pode encaminhá-lo a um especialista, mas não é obrigada a assumir qualquer responsabilidade.
Incentivo à prática de exercícios
A justificativa para apresentar o projeto foi de que a obrigatoriedade do exame médico faz com que os alunos percam o incentivo às atividades físicas em academias e optem por exercícios em casa ou ao ar livre, o que pode causar mais danos à saúde. A iniciativa, porém, divide opiniões entre alunos, instrutores e médicos.

 “Nós ficamos muito felizes com a mudança. Acredito que não existe lugar melhor e mais seguro para praticar exercícios físicos do que dentro de uma academia. O grande risco é comprar uma revista e treinar sozinho, sem orientação de um profissional ou descer no condomínio e treinar em três ou quatro equipamentos por conta própria. Esse é um lugar com profissionais treinados para orientar os alunos”, defendeu Peter Thomas, diretor da Runner. Para ele, a obrigatoriedade servia como tática para “capitar clientes para consultas”. “A gente recebia atestado de oftalmologista, ginecologista e outros profissionais que não são especializados em condicionamento físico. Era uma lei muito fácil de ser burlada”, disse.
Frequentador assíduo de academia, o designer Paulo Brandão, de 26 anos, não gostou da novidade. “Independente de a pessoa praticar ou não exercícios físicos, ela precisa se consultar com um médico para ver se está tudo bem”, opinou. Ele pratica musculação todos os dias e não abre mão de fazer avaliações sempre que preciso.
Diferentemente de Paulo, o publicitário Leonardo Novaes, de 24 anos, que também não fica um dia sem fazer musculação, acha que essa é uma barreira a menos para os alunos. “O exame médico nunca serviu para nada, boa parte das academias só o exigia quando o aluno se matriculava. Avaliações mais completas que medem os níveis de gordura e tamanho dos músculos são mais úteis e efetivos para quem faz musculação”. Para ele, o fim da obrigatoriedade só coloca em prática o que já acontece nas academias porque “ninguém se importa com o exame médico”.
Doença silenciosa
Preocupados, profissionais da saúde criticam a medida e alertaram para “doenças silenciosas”, que podem causar um ataque cardíaco durante a prática de exercícios.  “No consultório, você faz um exame clínico, vê as condições do paciente. Se necessário e dependendo da idade, são realizados alguns exames como o eletrocardiograma. A maior incidência de infarto é aos 65 anos, então liberar pessoas entre 15 e 69 anos é muito preocupante”, justificou André Negrão, clínico geral e cardiologista do Hospital São Luiz, em São Paulo

Por isso, ainda que alguns alunos comemorem a facilidade do processo, médicos são contra as mudanças, principalmente para pessoas sedentárias, que resolvem se exercitar depois de muito tempo. “Mesmo se for apenas uma caminhada, ela gera um grau de energia capaz de flagrar uma doença no coração. As doenças cardíacas são silenciosas”, alertou o cardiologista.
“É importantíssimo realizar o exame médico no consultório para adequar o estado da pessoa com a atividade física. Todo exercício precisa ser monitorado. Já vi algumas tragédias em academias. Eu me lembro de um rapaz jovem que enfartou enquanto fazia exercícios. Desceu para o vestiário com dores e acabou tendo uma parada cardíaca”, relembrou André. De acordo com ele, isso é mais comum de acontecer do que a gente imagina.