segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Oito porções de coco, cerca de 80g, correspondem ao consumo proteico semelhante a um filé de frango. Os benefícios são obtidos quando se come a fruta ou se toma o leite feito a partir dela. A restrição fica por conta da grande quantidade de gordura saturada contida no alimento. Coco também é rico em fibras.




Pesquisa americana encontrou substância do vinho tinto que pode prevenir a surdez Foto: Getty ImagesA lista de benefícios do vinho tinto acaba de aumentar. Além de estar relacionado com a menor probabilidade de câncer, doenças cardíacas e demência, um pesquisa do Hospital Henry Ford, nos Estados Unidos, descobriu que pode prevenir perda de audição. Os dados são do jornal Daily Mail.  
Os cientistas deram a alguns ratos saudáveis resveratrol, composto encontrado em uvas vermelhas e vinho tinto, e depois os expuseram a um ruído alto por longo período. Constatou-se que a substância reduziu a perda auditiva induzida pelo ruído. 
“O resveratrol é uma substância química muito poderosa que parece proteger contra o processo inflamatório do organismo, que se refere ao envelhecimento, cognição (função cerebral) e perda de audição”, disse o líder do estudo, Michael Seidman.

sábado, 23 de fevereiro de 2013


De acordo com a Organização Mundial da Saúde 10% da população do globo tem algum grau de deficiência auditiva. Só no Brasil estima-se que existam mais de 15 milhões de pessoas nessa situação a maioria não dá ouvidos às suas dificuldades para captar toda a sonoridade do mundo e ignora que deixou de ouvir bem. Há ainda 350 mil brasileiros com surdez profunda que, sem a ajuda de aparelhos, vivem mergulhados no absoluto silêncio, de acordo com os últimos levantamentos do IBGE segundo os quais, de todas as deficiências que atingem os sentidos, a auditiva é a que mais afeta nossa população.
Em todo o ruidoso planeta, o problema só tende a aumentar, como alerta a organização não governamental Hear the World, com sede em Londres. Nos próximos oito anos o número de indivíduos que não ouvem bem deverá duplicar. A culpa, em parte, é do aumento da expectativa de vida, com uma população mundial cada vez mais idosa. Mas só em parte: em princípio a audição é um sentido sem prazo de validade, que seria capaz de perceber o mais baixo zunido por muitos anos se não a castigássemos com tanto barulho.
E aí vem o outro lado da questão leia-se tocadores de MP3, festas rave, trios elétricos, baladas, a poluição sonora nas cidades, a rotina estrondosa que começa na juventude. Não é de estranhar que a comunidade científica esteja de orelhas em pé, captando qualquer sinal de esperança para resolver as questões auditivas. Para os casos graves a aposta é o desenvolvimento de terapias genéticas capazes de regenerar as responsáveis pela percepção dos sons as células ciliadas. Já se ouvem por aí resultados positivos.
Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, deram nova vida a essas estruturas em testes com mamíferos, ativando um gene conhecido como Atoh1. É mesmo para a gente gritar comemorando, uma vez que, danificadas, essas células morrem para todo o sempre. "Outra grande esperança é o uso das tão comentadas células-tronco, mas aí mora um desafio, o de criar tecnologia para transformá-las nas tais células ciliadas do corpo humano", diz o médico Arthur Castilho, presidente da Sociedade Paulista de Otorrinolaringologia.
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


A alimentação é o combustível que mantém o corpo em funcionamento, mas também está associada a diversos problemas de saúde. Um dos principais produtos ligados a doenças, como aumento das más gorduras no sangue ou maior risco do desenvolvimento de câncer, as carnes são as fontes mais conhecidas de proteínas.
Cada vez mais os alimentos de origem animal ocupam destaque nas preocupações com a saúde devido aos altos níveis de gordura, bem como aos antibióticos e substâncias químicas usadas na criação dos animais. "O excesso de alimentos de origem animal, ricos em proteínas e gorduras, e a carne vermelha, podem intoxicar o corpo e acidificar o sangue, drenar o cálcio, sobrecarregar o fígado e os rins, estagnar a digestão e destruir as bactérias benéficas", escreveu Gillian McKeith no livro Você é o Que Você Come, publicado no país pela editora Campus.
As proteínas são necessárias para formação e manutenção dos órgãos, tecidos e células e devem corresponder a 15% do valor calórico total consumido diariamente. Pois saiba que os cuidados em relação ao consumo de carnes não devem excluí-las totalmente do cardápio.
Em contrapartida, há também diversos alimentos, boas fontes de proteínas vindas de cereais e frutas, que fornecem ao organismo as chamadas proteínas completas, fontes dos aminoácidos essenciais ao corpo.




São nada menos do que 150 (você leu certo) os sinais que anunciam a chegada da menstruação. Entre os mais incomuns destacam-se a intolerância a estímulos sensoriais, transpiração, acne, cansaço, perda de apetite, insônia, palpitação, tremores, diminuição do desejo sexual, dores articulares e indecisão. Imagine quando um ou mais deles se juntam aos sintomas clássicos — inchaço, irritabilidade, dor de cabeça... 
Entre as medidas contra o desconforto generalizado, a alimentação é decisiva — confirmam cientistas da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. Ao longo de dez anos, eles compararam a dieta de 1 968 mulheres assintomáticas (que não sofriam nada às vésperas de menstruar) com a de outras 1 057 típicas vítimas de TPM. E concluíram: a incidência de sintomas foi menor nas que consumiam regularmente leite, queijo, iogurte — ótimas fontes de cálcio —, além de suco de laranja fortificado com vitamina D (nos Estados Unidos, a bebida muitas vezes é enriquecida com esse nutriente).
"A ingestão de cálcio equivalente a quatro copos de leite por dia proporciona um risco 30% menor de desenvolver TPM", revelou à SAÚDE! a professora de epidemiologia Elizabeth Bertone-Johnson, coordenadora da pesquisa. "Estudos anteriores já apontavam que algumas mulheres com TPM têm deficiência de cálcio e outras apresentam taxas muito altas de substâncias relacionadas ao aproveitamento desse mineral", diz. A ginecologista Márcia Gaspar Nunes, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), assina embaixo: "O cálcio alivia contrações musculares e, conseqüentemente, as cólicas", exemplifica.
A vitamina D, no caso, é ótima coadjuvante, pois favorece a absorção do mineral pelo organismo. No Brasil, como os produtos fortificados não são comuns, os peixes podem entrar no lugar deles, fornecendo a vitamina — embora em dosagens menores do que as encontradas nos sucos consumidos pelas americanas.
As últimas estatísticas revelam — e o trabalho de Massachusetts confirma — que nove em cada dez mulheres apresentam algum sintoma da TPM. A síndrome foi destaque no I Congresso Internacional de Nutrição e Clínica Funcional, que acaba de acontecer em São Paulo. A ginecologista Maria Elizabeth Ayoub, especialista em nutrologia e terapia biomolecular, falou sobre a importância do fígado na regulação dos hormônios. "Uma sobrecarga de toxinas, gorduras ou álcool impede a fabricação de substâncias essenciais e a eliminação natural de outras que, em excesso, prejudicam o organismo na TPM", justifica a pesquisadora.

Para fazer uma boa faxina no fígado, Maria Elizabeth Ayoub recomenda alimentos ricos em enxofre, como alho, cebola, alho-poró, cebolinha e também aqueles da família dos crucíferos, como brócolis, repolho, couveflor, nabo, agrião e alcachofra. E, claro, tem que reduzir a ingestão de álcool, gordura, açúcar e cafeína — pratos cheios para a produção de toxinas. Esse tipo de ajuste no cardápio também evita a formação de compostos inflamatórios, que contribuem para o desconforto desse período crítico feminino.
Não se pode esquecer do intestino, o grande responsável por expulsar boa parte do que não é aproveitado pelo corpo. "É essencial manter o seu ritmo de trabalho, consumindo grãos integrais, líquidos, frutas, legumes e verduras", ensina Elizabeth. "Esse hábito previne a prisão de ventre e impede a reabsorção dos hormônios que precisam ser eliminados na fase pré-menstrual."
 


Os sons vibram diferente em gente madura, já notou? É natural. A voz, assim como tudo no corpo, envelhece. É por isso que ela sai do tom fica menos firme. No caso dos homens, ainda por cima, torna-se mais fina e, no das mulheres, mais grossa. O tratamento antienvelhecimento consiste em malhar as cordas vocais. Isso mesmo. Afinal, elas são formadas por fibras musculares, mas a sessão de exercícios deve ser feita sob orientação de um fonoaudiólogo.
Maus hábitos também contribuem. Talvez você fique sem fala de espanto, mas gravata apertada, por exemplo, prejudica a voz. Pelo menos por proximidade, isso faz algum sentido. Mas o que me diz de um cinto muito justo? Esse acessório, assim como o nó que comprime o pescoço e, conseqüentemente, a garganta, atrapalha a passagem do ar, o que é fundamental para a fala, explica a fonoaudióloga Kennia Iumatti, do Instituto Cecaf, entidade paulistana que tem como especialidade a comunicação oral.
 E pensar que até a TPM pode afetar os sons que saem do aparelho fonador, formado por pulmões, brônquios e traquéia. Isso, vamos logo esclarecendo, se a mulher falar demais. O inchaço, típico dessa fase, afeta as cordas na garganta, avisa a fonoaudióloga Márcia Toledo, que também trabalha no Instituto Cecaf.
Tudo isso mostra o quão vulneráveis são as pregas vocais (outro nome para as cordas) diante de fatores externos e problemas orgânicos capazes de alterar o timbre alterações que, muitas vezes, soam mal. O uso inadequado da voz, instrumento de trabalho de cerca de 30% da população do planeta, tem culpa no cartório, sem dúvida. Mas todos não só os que tiram dela o seu sustento, caso de professores, operadores de telemarketing, locutores e tantos outros precisam ficar atentos nas modulações, que, às vezes, indicam alguma encrenca de refluxo gastroesofágico a câncer.
Em geral a rouquidão resulta de um pólipo, que é um inchaço nas cordas vocais, ou um calo, que nada mais é do que um nódulo provocado pelo atrito entre elas, exemplifica o otorrinolaringologista Eduardo Lutaif Dolci, da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. O certo é ficar de ouvidos bem ligados para diferenciar uma aspereza vocal passageira, provocada por uma gripe ou algo assim, daquela que denuncia um problema mais grave. Se uma modificação do tom durar mais do que 20 dias, procure um médico, avisa Dolci. Vale mesma recomendação para as pessoas que vira e mexe ficam roucas.
Às vezes a rouquidão é tão forte que a voz vira um fiapo, perdendo a força até desaparecer. O risco de ficar afônico aumenta quando se é obrigado a ingerir certos medicamentos. Os ansiolíticos, por exemplo, interferem na circulação sangüínea e chegam mesmo a alterar o controle dos músculos envolvidos na fala, afirma Márcia Toledo. Já os diuréticos ressecam as cordas vocais, enquanto o ácido acetilsalicílico dilata os vasos e pode até provocar o rompimento de um deles se a pessoa falar demais. O que fazer?
Bem, se não for possível evitar essas drogas, capriche na hidratação. Quem usa muito a voz ou trabalha em ambientes com ar condicionado, que retira boa parte da umidade do ar, também deve beber muita água ao longo do dia, indica a fonoaudióloga Mara Behlau, diretora do Centro de Estudos da Voz, em São Paulo. Se apesar de todos os cuidados a voz teimar em falhar, não é uma boa idéia apelar para tratamentos paliativos, como pastilhas para a garganta e sprays. Diferentemente do que se pensa, esses recursos não resolvem o problema.
Ao contrário, podem até piorá-lo. Não à toa. As cordas vocais ficam anestesiadas, a pessoa se sente mais confortável e acaba falando além da conta. A primeira medida para qualquer alteração de voz é simples: repouso. Dá até para traçar um paralelo entre a voz judiada e um atleta que torce o tornozelo e, em vez de imobilizá-lo, prefere usar um medicamento anestésico para voltar ao jogo, compara Eduardo Lutaif Dolci. A lesão ficará ainda mais grave. Portanto, prefira fazer alguns minutos de silêncio.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013


Repare na quantidade de informações sobre o seu interlocutor fornecidas por uma simples conversa ao telefone. Sem vê-lo dá para presumir se é homem ou mulher, paulista ou gaúcho, jovem ou maduro, se está feliz ou triste, se anda disposto ou abatido... Talvez seja a voz, e não os olhos, o verdadeiro espelho da alma. A questão é que a nossa marca sonora registrada, tão singular quanto as impressões digitais, carece de cuidados para não falhar no dia a dia. E qualquer ruído que ouse enferrujá-la por certo tempo merece ser eliminado. 


Com o propósito de despertar a atenção para o assunto e organizar a conduta dos especialistas, a Academia Americana de Otorrinolaringologia acaba de publicar novas diretrizes de tratamento do tormento vocal mais comum no planeta, a rouquidão. "Ela é, na verdade, uma sujeira da voz", define Mara Behlau, coordenadora do Departamento de Voz da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Sujeira que deve ser removida da garganta. "Um dos nossos objetivos é aumentar o conhecimento sobre as causas do problema, além de alertar que ele tem de ser levado a sério, porque pode acusar algo mais grave", declara a SAÚDE! Seth Schwartz, líder do trabalho. E de pensar que a voz rouca já foi um dos atributos das atrizes mais sensuais do cinema… 

"Se a rouquidão persistir por cerca de 15 dias, é preciso procurar um médico", avisa Mara. Só ele pode decifrar o motivo da aspereza. Para tanto, conta com um velho e eficiente exame: a laringoscopia. "Introduzimos um instrumento rígido na boca do paciente ou um tubo flexível em seu nariz para visualizar a laringe e verificar o que há de errado", descreve o otorrinolaringologista Luciano Neves, da Universidade Federal de São Paulo. As autoridades americanas também levantam uma bandeira contra a automedicação — erro típico de quem convive com a garganta irritada. "Pretendemos reduzir o uso inapropriado de anti-inflamatórios e antibióticos, que oferece riscos ao corpo inteiro", diz Schwartz. 

Mas o que será que povoa a voz de ruídos? "Em primeiro lugar estão os abusos vocais", responde o otorrinolaringologista Domingos Tsuji, do HC paulistano. Cometem esse delito as pessoas que, em uma festa ou na torcida de futebol, gritam sem parar ou que, ainda, precisam falar por horas a fio. Não por menos, professores, radialistas e operadores de telemarketing encabeçam a fila dos que enfrentam o transtorno. O abuso da voz é gatilho para a formação de nódulos, popularmente chamados de calos — a causa número 1 da rouquidão. 

Logo após o diagnóstico, porém, uma faxina comandada por um fonoaudiólogo consegue liquidá-los. "A reabilitação de voz é a primeira opção de tratamento, desde que não seja detectado um problema mais grave, como um tumor", diz Mara Behlau. "São exercícios orientados de acordo com o laudo do paciente, que podem trabalhar a respiração, a dicção e a vibração das pregas vocais", explica a fonoaudióloga Carla Cielo, da Universidade Federal de Santa Maria, no interior gaúcho. "A terapia é capaz até de promover a reabsorção do nódulo", completa. Alguns casos, porém, requerem cirurgia — e o bisturi ainda é a solução para outros tipos de lesão que acometem as cordas. A rouquidão também costuma ser consequência de infecções respiratórias. Em gripes e resfriados, além de repouso, podem ser receitadas drogas para barrar os micróbios e a inflamação que aterrorizam a garganta. 

Talvez você pergunte: a rouquidão sempre sinaliza perigo? Depende. Há quem ostente desde pequeno, por um capricho da natureza, um tom suavemente rouco. Também é compreensível que as cordas vocais reajam após um baile de Carnaval, por exemplo — mas, aí, a aspereza é passageira. E lembre-se: com o avançar da idade, elas se tornam mais frágeis e suscetíveis às intempéries. 

Só não vale tachar de inocente uma rouquidão que surge do nada e não cede. "Ela pode ser o sintoma inicial de um câncer de laringe", alerta Ronaldo Frizzarini, da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia. "Infelizmente, o Brasil é o vice-campeão mundial na incidência desse tumor, relacionado ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool." Se descoberto cedo, porém, são altas as chances de cura. A mensagem, que deve ser divulgada em alto e bom som, é desconfiar de um martírio vocal prolongado e adotar os hábitos listados nesta reportagem, que afastam a poluição sonora na garganta. Sua voz agradece — e isso vai dar o que falar.

Entenda como o vírus do herpes fixa residência no organismo e fica à espera do melhor momento para entrar em ação

1 O malfeitor desta história atende pelo nome de Herpes simplex 1. Ele invade o corpo por meio de uma gotícula de saliva, por exemplo, e percorre a mucosa da boca até se instalar em terminações nervosas, especialmente nos gânglios. 

2 Lá, ele fica quietinho, esperando uma brecha para se manifestar. Quando as defesas do indivíduo se enfraquecem, o vírus sai do gânglio e refaz o percurso rumo aos lábios, onde irá deflagrar uma ferida — sinal de que está pronto para infectar outras pessoas e perpetuar sua existência.
 
Pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra, descobriram uma relação entre o vírus Herpes simplex 1 e a ocorrência de Alzheimer, doença degenerativa que detona a memória. “Identificamos a presença do micro-organismo no cérebro de pessoas idosas com Alzheimer”, diz a SAÚDE! Ruth Itzhaki, autora do estudo. “Há indícios de que isso contribua para a formação das placas de proteína que são o estopim da deterioração dos neurônios”, diz a especialista. Segundo ela, tratamentos com drogas que diminuem a atuação do vírus minimizariam o risco de ele ir parar na massa cinzenta.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


Esclareça, de uma vez por todas, as dúvidas e boatos que pairam sobre o herpes
    É possível contrair o vírus utilizando um batom ou copo de quem está em plena crise?
    Claro que sim! Embora não se saiba exatamente quanto tempo o vírus sobrevive em superfícies como um copo ou xícara, o contágio pode ocorrer se o objeto for utilizado logo após o contato com a secreção de alguém infectado. Ou seja, por segurança, não compartilhe. 

    A transmissão também se dá por meio de toalhas e roupas de banho?
    Seria muito azar. Teoricamente isso poderia acontecer se essas peças guardarem gotículas de secreção contaminada. Na prática, a probabilidade é quase nula. 

    É possível pegar herpes beijando alguém que não tenha lesão aparente?
    Pena dizer: a resposta é sim. Um pouco antes de a ferida aparecer, o portador do vírus sente coceira e uma ligeira ardência nos lábios. No espelho, ainda não se vê nada. Mas, nessa hora, ele já está com uma altíssima quantidade de vírus nos lábios — prontos para saltar para outros lábios... 

    É verdade que consumir carne de porco favorece o reaparecimento do herpes labial?
    Essa é uma enorme bobagem. Não existe evidência científica de que a carne de porco ou qualquer outro alimento favoreçam as feridas na boca. Esqueça.


    Uma coceirinha discreta acompanhada de um leve ardor no canto dos lábios anuncia a saga que está por vir. A vermelhidão, as bolhas e a dor desconcertante e, às vezes, até mesmo febre não tardam a arrebatar a vítima. Sem falar no constrangimento de exibir uma ferida proeminente no rosto. Inicia-se, então, uma via-crucis que irá perdurar por cerca de sete longos dias, dificultando tarefas simples como comer e conversar. Quem já teve uma crise de herpes conhece bem esse martírio. E quem nunca enfrentou o problema não está totalmente livre dele. "Cerca de 90% da população já teve contato com o vírus da doença, mas apenas de 10 a 15% manifestam os sintomas", estima o dermatologista Reinaldo Tovo Filho, da Sociedade Brasileira de Dermatologia — Regional de São Paulo. 

    Grande parte das pessoas contrai o micróbio na infância, por meio do contato com gotículas de saliva — haja beijocas de tios, tias... — ou brinquedos contaminados. Já na idade adulta, a transmissão costuma se dar, por assim dizer, boca a boca. A moçada que se orgulha de contabilizar o número de beijos ao final da balada tem aí um motivo para moderar na empolgação. Uma vez infectado, cada um depende da capacidade de seu organismo de reagir ao vírus. "Algumas pessoas nunca apresentam crises. Outras passam por apenas uma ocorrência. Na pior das hipóteses, o indivíduo infectado começa a sofrer de manifestações recorrentes", explica o infectologista Gilberto Turcato, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. Esse último caso requer cuidados especiais. 

    A má notícia é que, em quaisquer dessas condições, não dá para se livrar do vírus: o hospedeiro terá que conviver com ele para o resto da vida. O pior de tudo é que, além do desconforto que o enxerido provoca, ele não é tão inofensivo quanto parece. "Em situações mais raras, o herpes ataca o cérebro, provocando meningite, ou os olhos, levando à cegueira", alerta o infectologista Davi Uip, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Sem contar que um estudo novíssimo acaba de associar a presença do vírus no corpo à ocorrência do mal de Alzheimer.
     

    terça-feira, 19 de fevereiro de 2013


     Em tempos de Carnaval, beijo também vira festa, porém, segundo o infectologista da Universidade Federal de São Paulo, Paulo Olzon Monteiro, o beijo também pode ser o responsável pelo desenvolvimento de doenças que atingem as vias respiratórias, como a gripe, o sarampo, a rubéola. "Há também vírus como o da mononucleose, responsável pela chamada doença do beijo, e outras do mesmo grupo viral, como o herpes, que são transmitidas pela saliva", afirma o médico.
     
    O dentista Anderson Bernal alerta para algumas doenças que podem ser transmitidas pela saliva, mas que possuem sintomas facilmente confundidos com doenças mais leves. São elas:
     
    Mononucleose - A famosa "doença do beijo", causada pelo vírus Epstein- Barr, tem como principais sintomas a febre alta, a dor de cabeça, o inchaço no braço, o mal-estar, a fadiga, e, ainda, o aumento nos gânglios do pescoço e das axilas. Costuma se manifestar entre trinte e cinquenta dias após a contaminação.
     
    Citomegalovírus - Pertencente à família dos herpes vírus, assim como a herpes e a catapora, possui sintomas parecidos com os da mononucleose. No entanto, se a pessoa não estiver com a imunidade baixa, pode ser assintomática. Em alguns casos, pode comprometer o sistema digestivo, o sistema nervoso central e a retina. Além da saliva, pode ser transmitida também por tosse, espirro, por relação sexual sem proteção e transfusão de sangue.
     
    Herpes simples - O conhecido herpes começa com uma pequena coceira na região da boca, e em seguida há o aparecimento de bolinhas agrupadas. Quando acontece o rompimento dessas bolinhas, um liquido cheio de vírus é liberado, e essa é a fase em que o contágio está mais fácil. Após se infectar, a pessoa terá o vírus presente em seu corpo para sempre.
     
    Sífilis - O contágio pelo beijo é raro, mas pode acontecer se a boca de um dos envolvidos estiver com alguma lesão ativa da sífilis.
     
    DST - Uma curiosidade é que as conhecidas doenças sexualmente transmissíveis, não são transmitidas pelo beijo, uma vez que não há concentração de vírus capaz de gerar a infecção.
     

    A síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) entrou para a história provocando efeitos colaterais na ciência. Diante de um problema desconhecido e altamente letal, investimentos astronômicos foram canalizados para os centros de pesquisa. Um vírus, o da imunodeficiência humana (HIV), movimentou uma caça às bruxas e, quando descoberto, tornou-se inimigo público número 1. O clima era o de ameaça à espécie humana, mas estávamos prestes a entender, com detalhes, alguns dos mecanismos que explicam a vida. Os resultados dos estudos focados na nova epidemia transbordaram, isto é, não ficaram restritos à aids. "A doença acelerou o progresso científico", observa o infectologista Stefan Cunha Ujvari, autor de A História da Humanidade Contada pelos Vírus (Ed. Contexto).

    Em meio a essa corrida, que invadiu o século 21, aprendemos como é organizado nosso sistema imunológico e desvendamos a natureza e as estratégias de ataque dos vírus. "A virologia se divide em antes e depois do HIV", sentencia o infectologista Caio Rosenthal, do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo. Avançamos na compreensão do genoma. "Com os estudos em HIV, passamos a identificar perfis genéticos que acusam se uma pessoa terá uma progressão mais lenta ou rápida da doença", conta a farmacêutica Rejane Grotto, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. O boom de informações geradas em laboratório extrapolou os ganhos contra a aids e aprimorou a abordagem das hepatites virais e do câncer.

    "Não tenho dúvida de que o conhecimento gerado em função do HIV ainda não foi totalmente empregado em outras doenças", diz o infectologista Celso Granato, do Laboratório Fleury. Na esteira do progresso, porém, exames se aperfeiçoaram e novas drogas surgiram. A ordem de conter o vírus resultou em mais segurança nos procedimentos médicos, como a triagem do sangue para doação e o uso de agulhas descartáveis. São mudanças que mal notamos no cotidiano, mas que afetam, e muito, a nossa vida.

    segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


    Alguns dias antes do feriado de 7 de setembro de 1982, um jovem entrou no consultório da dermatologista Valeria Petri, em São Paulo. "Ele apresentava uma lesão única no pé, muito diferente do que costumávamos observar", conta a médica, da Universidade Federal de São Paulo. A tal lesão era o sarcoma de Káposi, tumor maligno que representava um cartão de visita da aids, até então desconhecida no Brasil. "Como não sabíamos o que era a doença, seguíamos a pouca literatura médica estrangeira e aprendemos como tratá-la na prática", recorda o infectologista Caio Rosenthal, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Junto com Valeria, Rosenthal integrou a equipe que fez o diagnóstico dos primeiros casos de infecção pelo vírus HIV no país. 

    "Àquela época, o sujeito morria rápido porque chegava ao hospital com muitas doenças oportunistas que se aproveitavam da presença do vírus incubado", relata o médico. Houve pânico. Mas o surgimento de remédios ao longo dessas três décadas faz com que, hoje, o soropositivo não lembre nem de longe a imagem do sujeito magro e debilitado a que era associado. Após uma verdadeira revolução medicamentosa, o prognóstico é dos mais favoráveis e a aids é considerada quase uma doença crônica. "Se tratada precocemente, a pessoa infectada vive tanto quanto quem não carrega o HIV no sangue", garante Rosenthal. 

    As boas-novas não se restringem ao portador desse vilão. Ora, o soropositivo passou a viver bem mais do que alguns poucos meses justamente porque se investigou seu sistema imune para descobrir como o vírus agia. E, assim, os cientistas confirmaram: nossos hábitos influenciam, e muito, as defesas do corpo. Não é um achado irrelevante. Podemos dizer que a aids, de certa maneira, transformou o que soava a sabedoria popular em conhecimento científico. 

    Para o portador do HIV, o famoso estilo de vida saudável conta muitos pontos. Os fármacos disponíveis para quem convive com a doença exigem atenção redobrada para prevenir problemas que, antes, ninguém relacionaria à aids, como um infarto ou o diabete. É preciso disciplina. Portanto, apesar da perspectiva otimista, ainda não é tempo de celebrar. "As pessoas estão encarando a aids como um mal tratável e se esquecem de que não há cura", alerta o médico especialista no assunto Valdez Madruga, diretor da Sociedade Paulista de Infectologia, a SPI. 

    "Quando os primeiros diagnósticos surgiram, eu já afirmava que não era o vírus que matava, mas, sim, a vulnerabilidade psicológica a que o paciente ficava submetido", conta o psicólogo Esdras Vasconcelos, pioneiro no acompanhamento multidisciplinar do soropositivo no Brasil. O grupo de estudos liderado por ele na Universidade de São Paulo saiu à frente ao comprovar que os hormônios que vão às alturas quando passamos por fortes emoções afetam o modo como o corpo reage ao HIV. "E isso é válido, agora se sabe, para uma simples gripe à doença autoimune", completa Vasconcelos. "Um beijo de mãe vale mais que uma pílula", reitera Lucinha Araújo, fundadora da Sociedade Viva Cazuza, que apoia indivíduos soropositivos, e mãe do cantor e compositor que empresta o nome à instituição. 

    A importância do afeto e de gerenciar o estresse continua pesando, mesmo com os coquetéis de remédios que esticam a expectativa de vida. Assim como a ciência continua observando de perto as respostas do organismo diante do invasor. "Se antes o paciente definhava, agora ele apresenta um problema na distribuição de gordura. Ela diminui nos braços e no rosto e aumenta no abdome - e, ali, eleva mais o risco cardíaco", explica o pesquisador Luis Fernando Deresz, da Universidade Federal de Ciência da Saúde de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Os responsáveis por esse efeito colateral são os inibidores de protease, drogas anti-HIV disponíveis desde o fim da década de 1990. 

    Por combater esse revés, o exercício passou a ser um forte aliado no tratamento. Aliás, foi estudando o laço entre movimentação e soropositividade que uma equipe de cientistas gaúchos destrinchou um mecanismo com potencial para colocar a atividade física de vez na lista de armas contra uma série de doenças, com direito a dose certa e tudo. A intensidade da malhação, descobriu o time, pode modular a ação de uma molécula, a HSP70. Ela, por sua vez, consegue frear a multiplicação do vírus ao impedir que ele se ligue às células imunes. "Aparentemente, a HSP70 controla a atividade inflamatória. Na aids, não há tanta inflamação. Já no diabete, ela é exacerbada", compara o líder do trabalho, Paulo Ivo Homem de Bittencourt Júnior, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Prescrever exercícios visando ajustar a dose dessa molécula para mais ou para menos, então, seria a chave para que as benesses do esporte sejam aproveitadas ao máximo por todos. 

    O curioso é que, há alguns anos, o exercício dificilmente seria associado ao controle da aids. E ele é apenas um dos hábitos que, com o salto da sobrevida, passaram a integrar a estratégia de combate ao HIV ao lado do coquetel antirretroviral. A alimentação é outra peça - e tem suas particularidades. Tanto que o Ministério da Saúde lançou em 2006 uma cartilha com instruções para a nutrição de quem vive com o HIV. "Isso só reforça que é necessário a união de especialistas de diferentes áreas para aumentar ainda mais a sobrevivência desses indivíduos", opina o infectologista e soropositivo americano Anthony Mills, da Universidade da Califórnia em Los Angeles. 

    O conceito de sexo seguro também se ampliou. O uso de camisinha é agora considerado primordial mesmo na relação entre dois soropositivos. "Ou um portador corre o risco de pegar do outro um tipo diferente de HIV. E isso tornará o tratamento mais difícil", orienta Valdez Madruga, da SPI. Ou seja, camisinha sempre. Até pelo óbvio: sem preservativo, o soropositivo pode contaminar quem não carrega o vírus. Aliás, para Lucinha Araújo, "o lado negativo dessa evolução na qualidade de vida é que a aids saiu de moda e ninguém fala mais de contágio". 

    O sociólogo Alexandre Grangeiro, do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo, concorda: "Quando o HIV deixou as rodas de discussões e os jornais, abriu-se caminho para que velhos preconceitos voltassem e métodos de proteção caíssem em desuso, dificultando o trabalho de prevenção". De fato, a doença está longe de ser considerada passado. "A aids no Brasil está estabilizada, porém em patamares muito altos", constata Eduardo Barbosa, diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. 

    Segundo o último boletim do ministério, 33 mil novos casos foram diagnosticados no ano passado, 14 mil óbitos em decorrência da síndrome, e devem existir 250 mil brasileiros vivendo com aids sem saber. "Precisamos focar ainda mais os jovens", opina Barbosa. "Eles já sabem tudo sobre preservativos, mas não mudam de comportamento. Além disso, é primordial convencer todo mundo a fazer o teste." A importância do exame será o mote da próxima campanha do governo federal. Independentemente da orientação sexual de cada um e do número de parceiros durante a vida, saber se o HIV corre no sangue parece ser o caminho certo para que a aids possa ser controlada

    Camisinhas e suas diferenças - Prevenir-se contra doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada não necessariamente tira o prazer do rala e rola. Basta escolher o preservativo adequado a você
     
    História
    A história de medidas cautelares contra DSTs e filhos inesperados é mais antiga do que se imagina. Os romanos, por exemplo, cobriam o pênis com um invólucro feito de intestino de cordeiro ou de bexiga de cabra. Diversos materiais já foram testados com relativo sucesso: papel de seda, bexiga natatória de peixe, saco de linho, borracha e até veludo. O látex, material utilizado atualmente, surgiu em 1930. 

    Armazenamento seguro 
    A carteira e o carro são péssimas opções para guardar o preservativo. Largados nesses lugares, eles estragam rapidamente. Prefira locais secos e protegidos do calor. 

    Não quer gastar dinheiro? 
    Desde 1994 a rede pública de saúde distribui gratuitamente camisinhas. 

    domingo, 17 de fevereiro de 2013


    É automático: todo mundo associa maçã à dieta. Queijo branco também. Porém, ao contrário do que se imagina, vários dos alimentos que se tornaram símbolos do regime alimentar nem sempre merecem a fama que tem. Não que eles não sejam recomendáveis. São, sim. Mas nem tanto para enxugar medidas. Há outras opções bacanas para quem, além de emagrecer, busca variar o menu. Com a ajuda da nutricionista Cynthia Antonaccio, diretora da Equilibrium Consultoria em Nutrição e Bem-Estar, de São Paulo, nós mostramos o lado B desses amigos-da-onça. 


    1. MAÇà
    Ela é praticamente o ícone número 1 da dieta. De fato, tem muitos nutrientes e fibras, que seguram o gatilho da fome. No entanto, há quem jure de pés juntos que a fruta deixa um buraco no estômago. Esse é o seu caso? Isso acontece porque, apesar do alto teor fibroso, trata-se de uma fonte de carboidratos simples, como a frutose, que é absorvida rapidamente pelo organismo. Um outro ponto a se considerar são as calorias: uma pequena maçã tem cerca de 70, enquanto uma grande, 100. E sabe quantas estão em uma banana nanica? 78! Ainda assim, coitada, o fruto da bananeira leva a fama de fazer engordar. Uma injustiça. Porque ele também é rico em fibras insolúveis, que mantêm a glicemia estável, driblando a fome e a produção excessiva de insulina. A banana é capaz até mesmo de dar maior saciedade do que a popular maçã por apresentar mais amido (um carboidrato complexo, presente em maior quantidade nas menos maduras) e uma textura encorpada. E não pára por aí: a banana preserva a saúde da flora intestinal e contém vitamina B6, que alivia sintomas da TPM. Assada com canela na forma de sobremesa, é uma ótima pedida para o paladar de quem não dispensa um sabor adocicado ao final da refeição. 


    2. QUEIJO BRANCO 
    Quem nunca apostou num sanduíche mega-recheado de queijo branco como refeição magrinha? Xiiiii, você sabe quantas calorias tem o queijo branco? Uma fatia do tipo minas (30 g) soma 66. Já 1 porção fina (15 g) de mussarela tem 46 e uma grossa (30 g), 92. Ou seja, o branco não é tão econômico assim e acaba pesando no prato por uma simples razão: Esse tipo é geralmente cortado em fatias bem grossas e, no final, as pessoas acabam comendo muito, alerta Cynthia. Basta lembrar o tamanho dos sanduíches feitos em lanchonetes ou padarias que levam o tal recheio eles são bem grandinhos. Além disso, o queijo branco (assim como a mussarela e o queijo prato) também é rico em gorduras saturadas (que podem fazer mal à saúde, principalmente a do coração, quando consumido em excesso). Pudera, é feito com leite integral. Tem também um teor alto de sódio, que provoca hipertensão. Atenção: ninguém aqui está sugerindo que você exclua o queijo branco do cardápio. Mas dê preferência à versão light e limite sua quota a 2 fatias finas por vez. Vale até mesmo optar por 2 pedaços também fioas de queijo mussarela vez ou outra. Melhor mesmo é apostar na variedade, alternando com o peito de peru ou presunto (sem capa de gordura), acompanhado de itens mais leves, como 1 colher de sopa rasa de requeijão light (40 cal) ou de margarina light (32 cal) ou de maionese light (29 cal). 


    3. TORRADA 
    Muita gente desistiu do pão por achar que ele é um tremendo vilão, mas se esbalda com torrada afinal, ela está muito associada a regime. O motivo? Mistéeeerio... Na verdade, torrada é pão sem água. Acontece que a água ajuda a saciar mais. Logo, um pão, no caso, doma mais o apetite do que uma torrada. Seu teor crocante é outro fator que gera uma certa compulsão basta lembrar dos salgadinhos de pacote. Não precisa cortar esse ingrediente do menu. Só é preciso comer com consciência. E saber que o pão pode entrar, sim, na sua dieta, de preferência na forma integral. Alguns dados: 1 torrada light tem em média 35 calorias, enquanto 1 fatia de pão integral light, 50.


    As dietas mais famosas do planeta simplesmente não funcionam. Quem nos permite fazer a afirmação sem titubear são os estudiosos do Instituto Nacional da Saúde e Pesquisa Médica Francês. É que eles analisaram questionários respondidos por cerca de 105 mil pessoas mensalmente ao longo de três anos e perceberam - justiça seja feita - que os entusiastas de cardápios restritivos secaram a barriga de forma impressionante. Só que eles recuperaram os quilos perdidos vaptvupt. Na contramão, 76% daqueles que resolveram seguir recomendações nutricionais menos drásticas e mais, digamos, oficiais não só nocautearam o ponteiro da balança como mantiveram a nova cintura seis meses após decretar o fim da dieta. 

    A conclusão não surpreendeu os especialistas ouvidos nesta reportagem. "É impossível se manter fiel a dietas radicais, dessas que propõem o corte total de algum alimento", afirma, categórico, Alfredo Halpern, endocrinologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Fora que o organismo é bem mais astuto do que se imagina. Ao enfrentar uma temporada de vacas magras, ele entende que precisa se preparar melhor para enfrentar futuras contenções. Daí, quando a alimentação normal é restabelecida, sua meta passa a ser estocar energia. Somando o fato de que a maioria das pessoas volta a dar garfadas extras como antes, tudo culmina no retorno daqueles quilos eliminados. "Por isso, para ser eficiente em longo prazo, uma dieta de emagrecimento não pode se afastar muito daquilo que é familiar ao indivíduo", ensina Halpern. 

    Mas atenção: esse motivo, que é mais manjado, não é o único para você desistir, de vez, de aderir a planos alimentares. Sua saúde, é claro, também deve ser levada em conta. E, quando se exclui, da noite para o dia, algum nutriente, o corpo sofre. Um caso clássico é a retirada brusca de carboidratos da rotina - o que muitas dietas da moda pregam como medida básica. "Ele é fonte nobre de energia para o organismo", frisa Elisabete Almeida, diretora executiva do programa Meu Prato Saudável.

    sábado, 16 de fevereiro de 2013


    Por que quando bate a ansiedade é comum atacar a geladeira? 
    Arthur Kaufman: Isso acontece porque alguns alimentos, especialmente os ricos em carboidrato e açúcar, funcionam como calmantes em pessoas com baixo nível de serotonina, a substância do bem-estar. A pessoa ansiosa utiliza estes alimentos como uma espécie de automedicação. 

    A ansiedade faz a gente comer sem pensar no que está ingerindo? 
    Arthur Kaufman: Sim, pois a sensação de falta de proteção e até mesmo o desespero podem fazer com que a pessoa procure a tal solução rápida. E essa solução frequentemente é a busca de drogas capazes de acalmar. Algumas comidas, caso dos doces e dos salgadinhos, podem funcionar como drogas.
     
     O chocolate parece ser um grande aliado ou seria um vilão nessas situações? 
    Arthur Kaufman: Trata-se de um alimento saudável, sobretudo os tipos pouco açucarados, que concentram mais cacau. Assim, não dá para classificá-lo nem como herói nem como vilão, tudo depende da forma como é utilizado. Quando é consumido em busca de prazer, na dose certa, pode ser sim um aliado. Por outro lado, se for utilizado como automedicação, em excesso, nas versões com grande concentração de açúcar, daí o chocolate está mais para bandido do que para mocinho.
     
     Aliás, existem alimentos que ajudam a atenuar a ansiedade? 
    Arthur Kaufman: Sim, os chás de ervas, caso da cidreira, da camomila e da melissa. O maracujá também tem esta função, tanto que existem medicamentos que são derivados da espécie.


    Quem anda em luta com a balança muitas vezes acha que a batalha está perdida quando a ansiedade resolve dar as caras. É que certas emoções disparam aquele desejo irrefreável de atacar a geladeira e lá se vai a dieta. Para falar sobre o assunto convidamos o psiquiatra Arthur Kaufman. Confira a entrevista exclusiva ao Emagrece, Brasil!:
     
    A ansiedade pode ser considerada como um dos fatores que interfere com o ganho de peso?
     Sim, a pessoa ansiosa quer uma saída rápida para sanar o problema, ela deseja alívio imediato. Por essa razão, se tiver medicação ansiolítica em casa, ela toma. Mas, quando o remédio falta, ela recorre à comida e não demora a perceber que consegue se acalmar quando exagera nas garfadas ou quando consome determinados tipos de alimentos, em geral os hipercalóricos. O preço disso - dependendo sempre de sua idade e de sua predisposição genética - será o aumento de peso.
     
     Qual a definição para a ansiedade? Ela é resultado de um desbalanço químico no cérebro? 
    Ela pode ser uma reação normal, uma resposta do corpo a algum tipo de estressor externo ou a um perigo real ou imaginário. Algumas alterações físicas são comuns, caso do aumento do ritmo cardíaco, da respiração rápida, do rubor e da inquietação psicomotora. É considerada uma doença quando é desproporcional ao estímulo agressor ou em situações nas quais não existe um motivo real, ou seja, é como se pessoa "fabricasse" a situação. Várias substâncias químicas estão envolvidas na questão. Há as chamadas aminas biogênicas, caso da noradrenalina, da dopamina e da serotonina. Existem ainda os aminoácidos, como o ácido gama-aminobutírico (GABA) e por fim há os esteroides e o maior representante aqui é o cortisol, que também é popularmente conhecido como "hormônio da ansiedade".
     
     Quando é o caso de tratar a ansiedade com medicamento? 
    Se há sintomas psicossomáticos, caso da insônia, da dificuldade para dormir e para comer e quando existem interferências na vida sexual. Somam-se a isso, os casos em que a ansiedade é tão forte que impede a pessoa de ter uma vida normal, distrair-se e aproveitar as situações de bem- estar que a vida pode lhe estar oferecendo. E, ainda, quando o paciente passar a roer ou comer unhas, a chamada onicofagia e arrancar cabelos, isto é, a tricotilomania. Todos esses sinais denunciam a indicação de remédio.

    sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


    Vale a pena reservar uma horinha para estreitar o vínculo com o seu filho. E de um jeito muito especial: massageando todo o corpo dele. "Não encare a massagem como uma técnica pura e simples. Esse é um momento para aprimorar o afeto em família", enfatiza a enfermeira e psicomotrista Maria das Graças Barreto da Silva. Ela coordena um grupo da Universidade Federal de São Paulo que investiga os benefícios da massagem e ensina mães e pais a aplicá-la. Sim, os homens também podem e devem participar.

    "Há um trabalho em andamento que pretende elucidar como o pai vivencia a experiência de tocar o próprio filho", conta. As mães, já se sabe por uma pesquisa anterior, reconhecem que, graças à massagem, passam a compreender melhor as reações do filhote. E os bebês? Atualmente o grupo da Unifesp busca comprovar que a massagem reduz o estresse dos pequerruchos. No mínimo o sono melhora, como mostrou um estudo feito no ano passado com nove crianças. "Mais relaxadas, elas dormem profundamente", observa Maria das Graças.

    Um artigo inglês publicado este ano no periódico científico Paediatric Nursing confirma que os toques sistemáticos são relaxantes, aliviam cólicas e ajudam no desenvolvimento motor e psicológico da criança. Mas há outro benefício ainda mais surpreendente: eles fortalecem o sistema imune. "O toque bem-feito reduz a quantidade do hormônio chamado cortisol. E isso permite que as células de defesa, em especial as natural killers, capazes de combater vírus e até câncer, sobrevivam", explicou à SAÚDE! a cientista americana Tiffany Field, do Instituto de Pesquisas sobre o Toque, em Miami. Há até mesmo estudos com prematuros mostrando que a massagem estimula o ganho de peso, além de diminuir o tempo de hospitalização. E nem precisa ser uma técnica específica. "Qualquer pressão moderada com as mãos faz bem", garantiu a especialista. 
    A mais famosa de todas as massagens é a milenar shantala. Essa prática indiana chegou ao Ocidente na década de 1960 na maleta do obstetra francês Frédérick Leboyer, criador do famoso método "Nascer Sorrindo", que reduz o risco de sofrimento do bebê na hora do parto. Em uma visita ao país, Leboyer se encantou ao ver a cena de uma mulher massageando seu bebê com extrema naturalidade. Decidiu, então, ensinar às ocidentais a linguagem instintiva do toque, que batizou com o nome da jovem mãe indiana. 


    A medicina hoje dispõe de drogas e equipamentos que conseguem aniquilar tumores com a precisão de um ataque aéreo. Mas acredite: uma boa massagem deve fazer parte do arsenal na guerra contra um câncer. Ela garante a dose de bem-estar de que indivíduos com a doença necessitam em meio à batalha. Palavra da ciência. Pesquisas recentes constatam que, feita de maneira correta, a massagem reduz tensões e alivia a dor nesses pacientes. 

    Ninguém precisa ser um especialista ou massoterapeuta para proporcionar esse benefício (veja no passo a passo ao lado). Basta ter noções básicas. Dessa forma, pais, filhos, irmãos, parceiros — todas as pessoas próximas, enfim — podem colaborar com a recuperação dedicando-se alguns minutos a esse contato terapêutico. É o que revela um novo estudo orientado pela Collinge Associates, uma organização americana que investiga o efeito de terapias complementares para o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.

    Depois de acompanhar 97 voluntários — com diferentes tipos de câncer em variados estágios —, os pesquisadores constataram que os toques na pele têm um profundo impacto na qualidade de vida de quem enfrenta um tumor. “Uma massagem de 20 minutos já é capaz de reduzir pela metade a ansiedade e as dores”, diz William Collinge, médico que dá nome à associação e que coordenou o experimento. “Imagine se ela for realizada no conforto de casa, onde orientamos o paciente a ser massageado três vezes por semana. Naturalmente, a vantagem é muito maior.” Segundo o médico, que foi professor na Faculdade de Saúde Pública da Universidade da Califórnia, seu estudo atesta cientificamente que a massagem deve ser considerada uma terapia de suporte eficaz, ajudando o paciente a aguentar firme o tratamento do câncer em si.

    O trabalho de Collinge resultou em um programa que pode ser seguido por meio de um DVD. Por enquanto, ele só está disponível em inglês, espanhol e mandarim. Mas é possível ter uma ideia do seu conteúdo no site www.revistasaude.com.br.

    Os mecanismos que fazem da massagem um bálsamo ainda não foram totalmente esclarecidos. “Alguns estudiosos sugerem que ela aumenta a liberação de substâncias como serotonina e dopamina, as responsáveis por reduzir a transmissão do impulso doloroso para o sistema nervoso central”, explica a enfermeira Karine Leão, que é assessora de pesquisa acadêmica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. “A massagem também distrai, tirando o foco da atenção do incômodo.”

    Outras pesquisas demonstram que a técnica realizada nos pés, ou superficialmente pelo corpo, por um tempo médio de 30 a 60 minutos, reduz dor, fadiga, náusea, tristeza e depressão. “Esse efeito dura por volta de 48 horas. Daí por que a terapia deveria ser administrada a cada dois dias, no mínimo”, acredita Karine.

    Diferentemente do que se pensava até anos atrás, a manobra não facilita a disseminação de células cancerosas no organismo, isto é, a metástase. No entanto, nem todo paciente que enfrenta um câncer pode desfrutar da massagem. “Um mínimo de contato já é suficiente para provocar uma fratura em indivíduos cujo tumor se espalhou pelos ossos”, exemplifica Marcelo Fanelle, diretor clínico do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo.

    Em outros casos, o procedimento deve ser apenas adiado — como quando há risco de infecção e sangramento, algo denunciado pela baixa contagem de plaquetas de um hemograma. Ou se há uma ameaça de trombose, e um coágulo pode se deslocar perigosamente. “Mesmo assim, há sempre áreas seguras que podem ser tocadas e causar relaxamento”, tranquiliza Collinge. “Pegar nas mãos, nos pés, na cabeça e no rosto, por exemplo, traz a mesma sensação de acolhimento.”

    quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


    Pesquisadores da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, descobriram que combinar o tratamento medicamentoso com sessões semanais de massagem e fisioterapia minimiza tanto a intensidade quanto a frequência dos incômodos. "A cada visita, também realizamos exercícios que incentivam o paciente a relaxar e a usar corretamente o diafragma, músculo da respiração", ensina a fisioterapeuta Débora Bevilaqua, uma das responsáveis pelo trabalho. O método aplaca a tensão muscular principalmente em volta do pescoço, importante gatilho para sensações dolorosas. E, embora o ideal seja mesmo buscar um especialista, dá para a própria pessoa se massagear com o intuito de ao menos relaxar um pouco. Confira abaixo como fazer isso. 

    Ah, o alívio 
    Toques suaves abrandam o tormento da dor de cabeça 

    1. Peso nas costas Os músculos que concentram a tensão estão no pescoço e no trapézio, a região abaixo dos ombros. 

    2. Técnica anestésica Para debelar a enxaqueca, os dedos devem deslizar da nuca aos ombros, pressionando levemente os locais que apresentam dores. 

    Outros remédios naturais 

    - Faça exercícios físicos regularmente 

    - Controle o estresse 

    - Durma em ambientes escuros e silenciosos


    Além de ataque cardíaco, a perda do emprego pode trazer prejuízos a curto e a longo prazo.
     
    É o que aponta um estudo publicado no periódico Archives of Internal Medicine. "A descarga de adrenalina desencadeada pela má notícia pode fazer com que os pequenos vasos do coração se contraiam e não consigam nutri-lo corretamente, originando o problema", explica o cardiologista Mauricio Wajngarten, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Segundo ele, a perda do emprego traz prejuízos também a longo prazo. "Quem já não cuida da saúde habitualmente costuma deixá-la mais abandonada se não está trabalhando."

    sábado, 9 de fevereiro de 2013


    São Assustador este dados, cada dia mas percebemos a quantidade de pessoal vicia, onde a cada dia tornam-se dependente desta praga.

     Os dados do Ministério da Saúde são de deixar os pais de cabelo em pé. Seis em cada dez crianças entre 10 e 14 anos já deram suas tragadas. Nessa faixa etária, o número das que fumam diariamente chega a 400 mil. Somando todos os jovens em idade escolar, ou seja, entre 10 e 18 anos, cerca de 3 milhões, pasme! já estão completamente dependentes da nicotina.
    Em matéria de tabagismo, os brasileirinhos estão entre os mais precoces: eles dão as primeiras baforadas aos 13,5 anos, em média. Não à toa, os especialistas apostam que a melhor maneira de diminuir o contingente de fumantes no país e, conseqüentemente, as encrencas relacionadas ao tabaco é conscientizar a garotada de que ficar aspirando fumaça não está com nada. Afinal, o tabagismo é responsável por 30% das mortes por câncer em geral, 90% das que ocorrem por tumores de pulmão e 25% das provocadas por infarto e derrame.
     Mas tanto os pais quanto os educadores enfrentam um dilema: como abordar esse assunto sem chatice? Dizer simplesmente um não bem redondo ou, pior, ameaçá-los caso insistam no hábito tem efeito contrário, adianta o oncologista José Clemente Linhares, do Instituto de Oncologia do Paraná, em Curitiba, vencedor do 2° Prêmio SAÚDE! na categoria relacionada às crianças.
    Segundo ele, é possível tratar essa questão pesada de uma maneira leve. Aliás, foi por isso que Linhares levou nosso troféu para o Paraná. Ele e um grupo de teatro escreveram uma peça sobre o tema que já foi apresentada a mais de 15 mil adolescentes de escolas públicas, particulares e outras instituições. A encenação mostra o que nos faz procurar o cigarro e explica que devemos ser mais fortes do que a influência dos amigos ou da mídia, resume. Depois da apresentação os jovens debatem o assunto e escrevem depoimentos com sua opinião. Você, aliás, pode fazer algo parecido em casa: chamar seu filho para uma boa conversa e aprender a ouvir o que ele pensa disso tudo. Sem, de novo, caretice.
    Participar efetivamente da vida dos filhos e isso significa, entre outras coisas, acompanhar de perto seu desenvolvimento e conhecer bem seus amigos ajuda a afastar o cigarro de casa. Em geral os estudantes passam a fumar porque precisam sentir que fazem parte do grupo, sobretudo se a maior parte da turma já dá suas tragadas. Questão de auto-afirmação afinal, ter um cigarrinho fumegando entre os dedos dá mais segurança nessa fase da vida.
    Manter diálogo é essencial, garante a pneumologista Maura Malcon, uma das maiores especialistas brasileiras no tema, que se dedica a investigar o tabagismo na garotada na Universidade Federal de Pelotas, no Rio Grande do Sul. O adolescente é ávido por informações e, para engatar uma boa conversa, nada melhor do que estar cheio delas, diz Maura. Mostre reportagens e livros sobre tabagismo e converse a respeito. O oncologista José Clemente Linhares dá outra dica: Evite a proibição. A escolha é dele. O importante é que esteja o mais consciente possível ao fazê-la.
    Segundo os especialistas, os jovens sofrem de uma síndrome de super-homem, porque acreditam que não vão se viciar. Uma pesquisa do Datafolha aponta que menos da metade dos estudantes que fumam se considera dependente da droga. Esse engano tem a ver com o desconhecimento sobre os efeitos da nicotina uma das substâncias que mais levam à dependência, comparável à heroína, conta o psiquiatra André Malbergier, do Grupo Interdisciplinar de Estudo sobre Álcool e Drogas, da Universidade de São Paulo, a USP.
     

    sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


    São muitos os problemas de saúde que podem afetar a jovem grávida. Abaixo dos 18 anos, dobra o risco de anemia, o que, inclusive, traz mais complicações para o parto, diz Marco Aurélio Galleta. Já para o bebê, aumenta a possibilidade de ele vir ao mundo prematuro ou malnutrido. O corpo da adolescente, ainda em desenvolvimento, compete com o do feto, que também está crescendo, explica o ginecologista. Sem contar que ela é mais suscetível à cesariana, a possíveis infecções e à depressão pós-parto. Também dobra o risco de pré-eclâmpsia, doença caracterizada por hipertensão e inchaço, e multiplica-se por nove o da eclâmpsia propriamente dita, uma evolução da encrenca, capaz de levar a convulsões, ao coma e até mesmo à morte da jovem mãe.


     Se a adolescência em si carrega transformações que inspiram livros e filmes, imagine, então, quando surge uma gestação inesperada. Essa enxurrada de dilemas e conflitos acaba de desaguar no cinema, com a comédia americana Juno. Quem protagoniza a história é uma garota de 16 anos que, justo em sua primeira vez, engravida do melhor amigo. No filme, que concorreu a quatro estatuetas do Oscar 008 e faturou a de melhor roteiro original , o tema é apresentado com doses de ironia, o que não deprecia a reflexão. A ficção não está nem um pouco desgrudada da realidade, que, aliás, é universal.
     
    A gravidez na adolescência aumenta tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles em desenvolvimento, afirma a ginecologista Albertina Duarte Takiuti, que coordena o Programa de Saúde do Adolescente da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo.
    Um filho no meio do caminho solapa os anos dourados e pode ser um trauma de difícil superação. Para evitar uma gestação precoce e até mesmo doenças sexualmente transmissíveis, é preciso uma ação conjunta de pais, médicos,professores e, claro, dos maiores interessados a moçada. Mas, segundo os especialistas, a educação sexual ainda deixa a desejar. Só no primeiro semestre de 2007, o SUS, Sistema Único de Saúde, realizou mais de 300 mil partos em brasileiras com menos de 19 anos idade que, do ponto de vista médico, seria a reta final da adolescência.
    O número não inclui os nascimentos em hospitais particulares. Só que, embora não contem com o respaldo de dados oficiais, há médicos arriscando dizer que a gravidez precoce avança com maior rapidez na classe média. E, quando se mira a faixa etária, ela cresce especialmente entre as menores de 14 anos. Por razões óbvias, também não existem estatísticas precisas sobre abortos em adolescentes, mais ou menos favorecidas.
    São Paulo foge um pouco à regra. É que o programa da Secretaria Estadual de Saúde, liderado por Albertina Takiuti, criou centros municipais de atendimento ao adolescente para esclarecer todas as dúvidas e abrir as portas para o diálogo. Eles ajudaram a reduzir em 32% a incidência de gravidez nessa faixa etária nos últimos dez anos. A questão é: mais informação não implica mais prevenção, resume a ginecologista. É fundamental uma mudança de atitude que leve ao que ela chama de negociação da relação sexual. O que isso significa? Os parceiros têm que decidir juntos se estão preparados para a transa. Não basta conhecer os métodos; o jovem precisa ter um auto-cuidado, responde.
    A dificuldade é despertar a consciência para um corpo e uma mente mutantes, já que essa é a fase da vida dominada pelas transformações. Já atendi mais de 1 500 meninas grávidas. Nenhuma delas me disse que não sabia como se engravida, relata o ginecologista Marco Aurélio Galleta, responsável pelo setor de Gravidez na Adolescência do Hospital das Clínicas de São Paulo. A gente fala muito dos métodos contraceptivos e pouco da sexualidade, diz. A menina ainda tem a possibilidade de ser orientada pelo ginecologista, diferentemente do garoto, que nem sempre conta com ajuda especializada.

    quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013


    Foi-se o tempo que criança saudável era criança gordinha. Hoje o cenário é assustador: a obesidade atinge 15% dos pequenos, que estão expostos a riscos de gente grande. A falta de exercícios e a alimentação inadequada são os grandes culpados pelos quilos a mais. Só para se ter uma idéia, quando o pequeno devora um pacote de bolacha na hora do lanche, está ingerindo o equivalente a uma refeição completa em calorias. Os prejuízos são enormes: além do impacto na auto-estima, aumenta a chance de problemas ortopédicos, de infecções respiratórias e de pele, de cirrose hepática por excesso de gordura depositada no fígado - a chamada esteatose. Pior: uma criança obesa em idade pré-escolar tem 30% de chances de virar um adulto rechonchudo. O risco sobe para 50% caso ela entre na adolescência gorda. Explica-se: as células adiposas vão ficando cada vez mais recheadas de gordura até que estouram e se multiplicam, fenômeno mais comum justamente no primeiro ano de vida e na adolescência. Reverter o quadro depende basicamente de uma coisa: reeducação alimentar.


    Talvez soe estranho encontrar um economista nas páginas de SAÚDE!, mesmo sendo ele conhecido por traduzir as idéias mais complexas do mundo das finanças e até mesmo da filosofia para o público leigo o que fez com maestria em seus cinco livros editados pela Cia. das Letras. Afinal, qual seria o elo entre economia e vida saudável, ainda mais pensando em crianças? Ocorre que, em uma de suas obras, O Valor do Amanhã, Giannetti mostra que os juros fazem parte dos mais variados aspectos do dia-a-dia, e muitos deles nem têm a ver com o nosso bolso. E há ali o relato de uma experiência, no mínimo, inspiradora para quem pretende criar filhos que, mais tarde, serão capazes de fazer escolhas mais equilibradas, inclusive em relação aos cuidados com o corpo.
    Em seu escritório, o economista, que é também professor das Faculdades Ibmec, em São Paulo, conversou com SAÚDE! sobre a importância de ensinar a criança a esperar ou, ao menos, tentar.

    SAÚDE! Qual foi a experiência que o senhor relatou em seu livro e que trata da questão da espera na infância?
    Giannetti Na verdade foi uma série de experimentos, realizados sempre nos mesmos moldes pelo psicólogo Walter Mischel, da Universidade Columbia, nos Estados Unidos. Ele aplicou testes que nós chamamos de gratificação postergada em crianças de 4 a 12 anos. Imagine o seguinte: um menino de 4 anos é levado a uma sala na companhia de um adulto. Lá, eles fazem um acordo. O adulto deixará o cômodo, mas diz que voltará se a criança tocar um sino e lhe trará, então, o seu chocolate preferido. No entanto, se o garoto suportar a espera e não tocar o sino, o adulto voltará depois de um tempo com duas unidades do doce. Quais as chances de a criança levar o prêmio em dobro? Aos 4 anos de idade, praticamente nenhuma.

    quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


    Pai ausente, filho doente.

    Pesquisas provam que a figura paterna é tão importante para a criança que, quando ela se sente relegada a segundo plano, acaba com problemas de saúde.
     
    Quem nunca presenciou uma cena como a que sugere a da foto ao lado? Imerso na leitura do jornal, o pai ignora o filho, que suplica por alguns momentos de atenção. Frustrada com a rejeição paterna que remédio? , a criança se retira e vai brincar sozinha ou com algum amiguinho. Se isso acontece uma vez ou outra, nenhum problema. Agora, caso vire rotina, ela pode levar para a vida adulta uma série de transtornos psicológicos. A curtíssimo prazo, ou seja, ainda na infância, esse distanciamento acaba até mesmo afetando a saúde do pequeno enjeitado.
    Vamos abrir mão de preconceitos: as mães também podem assumir essa postura de pouco caso. Mas o que você vai ler aqui são revelações que focam a figura do pai. Um deles vem do outro lado do mundo. A pediatra Melissa Wake, do Royal Childrens Hospital, em Melbourne, na Austrália, acaba de realizar uma pesquisa com quase 5 mil crianças entre 4 e 5 anos. Ela descobriu que a incidência de sobrepeso e obesidade na garotada em idade pré-escolar tem relação direta com a negligência dos papais.
    Por que isso acontece? Ninguém sabe ainda.


    Acena é clássica em filmes americanos: os grandalhões da equipe de futebol infernizam a vida do protagonista da trama, em geral um garoto tímido e franzino, incapaz de se impor diante da brutalidade dos colegas. O garoto indefeso é perseguido, ridicularizado, humilhado e, nas cenas mais dramáticas, até surrado, enquanto seus algozes saem impunes. No decorrer da película, o personagem principal, com auxílio de seus amigos nerds, rebela-se contra a tirania dos agressores e passa de vítima a herói. 
    Na vida real, no entanto, as histórias em que há esse tipo de violência nem sempre acabam com o mesmo final feliz e hollywoodiano. O fenômeno conhecido como bullying tem consequências preocupantes para a saúde física e principalmente emocional de seus atores — tanto faz se são os agressores, as vítimas ou as testemunhas. E o que é pior: a intimidação, o medo e a vergonha sedimentam um pacto velado de silêncio entre os jovens. É comum que pais e educadores só se deem conta do que está acontecendo quando a situação chega a extremos. Diante de quadro tão crítico, a pergunta é uma só: o que fazer? 

    "Em primeiro lugar, manter a calma", aconselha o pediatra Aramis Antônio Lopes Neto, do Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Entender o fenômeno é um excelente começo. Sem tradução direta para o português, o termo é utilizado para designar violências físicas e psicológicas praticadas de forma recorrente por um indivíduo ou um grupo deles contra um mesmo colega, que acaba se tornando uma espécie de bode expiatório. Mais frequente na escola, nada impede que aconteça no condomínio, no bairro, na família e no trabalho — adultos também podem sofrer com esse tormento. 

    A maneira de agredir varia muito: verbal, física, moral, material e até sexual. As crianças apelidam, batem, amedrontam, discriminam. De uns tempos para cá, e-mails, blogs, fotos e SMSs incrementaram o arsenal da garotada — criando a variante batizada de ciberbullying. O motivo que justifica o ato violento, em geral, é apenas um pretexto, qualquer coisa que diferencie a vítima: estatura, peso, pele, cabelo, sotaque, religião, notas, roupas, classe social ou outra característica que sirva ao preconceito.

    terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


    Para evitar problemas futuros, o acessório deve comportar no máximo o equivalente a 10% do peso da criança.

    Um projeto de lei que define a quantidade de material que deve ser carregada nesse acessório está sendo analisado pelo Senado brasileiro. Mas, com ou sem lei, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, a Sbot, recomenda que tudo aquilo que é transportado nas costas não passe de 10% do peso corporal do pequeno. Caso a lei entre em vigor, é difícil imaginar como a fiscalização ocorreria, por isso o cuidado ainda recai sobre os pais. "Eles devem, inclusive, participar da escolha da mochila, com alças largas e acolchoadas e vários compartimentos, para uma melhor distribuição do peso", aconselha o ortopedista Miguel Akkari, da Sbot. As malas de rodinha são outra opção, mas, se a escola for cheia de escadas, melhor ficar com a mochila mesmo. 

    O que e como carregar

    Peso Se seu filho tem 40 quilos, por exemplo, o material que leva nas costas não deveria passar de 4. 

    Distância Se a criança vai para a escola caminhando, tente diminuir ainda mais o peso. 

    Posição A mochila deve ficar encostada sempre na altura da lombar.