Estatísticas mundiais mostram que a incidência de câncer na boca tem
crescido no planeta, principalmente entre adultos jovens. O grande
responsável pelo aumento entre essa turma é o vírus HPV. A explicação,
segundo o Instituto Nacional de Câncer, o Inca, teria a ver com os
hábitos sexuais. Os outros dois vilões são o álcool e o cigarro — quando
essa dupla maligna atua em conjunto, o risco de o problema dar as caras
é 30 vezes maior. A boa notícia é que o diagnóstico precoce da doença
eleva as chances de cura. Para isso, devem entrar em cena dentistas e
médicos.
Esse foi um dos objetivos de um projeto realizado no
Ceará e finalista na categoria Políticas Públicas do Prêmio SAÚDE 2011.
"Criamos o programa porque estávamos cansados de receber pacientes com a
doença avançada a ponto de não ser possível operar", explica Fabricio
Bitu, professor da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do
Ceará e coordenador da força-tarefa idealizada para conter o avanço da
doença no estado. "Esses tumores são comuns em pessoas de baixa
instrução e renda, com dificuldade de acesso aos serviços de saúde",
continua o dentista.
A solução foi criar uma rede de diagnóstico e
rastreamento que, desde 2006, reúne especialistas também da
Universidade de Fortaleza, da Secretaria Estadual de Saúde, do Conselho
Regional de Odontologia e da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza — e
já atendeu mais de 20 mil pessoas.
A equipe é formada por
dentistas de especialidades como patologia, cirurgia, epidemiologia,
além de cirurgiões médicos e estudantes. Os profissionais identificam as
áreas cearenses mais impactadas pela doença, levam aos moradores dessas
regiões informações sobre os fatores que provocam o mal, ensinam
medidas de prevenção e realizam exames detalhados. Quando necessário, os
pacientes são encaminhados para as grandes cidades, em especial
Fortaleza.
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