O
porco, quem diria, é alvo de preconceito no Brasil. Tomando por base um
dos últimos levantamentos sobre como a carne suína é vista e apreciada
por aqui — realizado pela Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto,
com 480 pessoas de quatro estados — dá para dizer que a maioria ainda a
evita por considerá-la pra lá de gordurosa e transmissora de doenças.
Essa percepção remete ao passado do porco, que, até a década de 1960,
costumava ser criado em meio à lama e à sujeira, comendo restos e
detritos. De lá para cá muita coisa mudou: o bicho ficou mais limpinho e
enxuto. E o ramo da nutrição nos convoca a rever conceitos na hora de
ir ao açougue ou fazer o pedido no restaurante.
Pra
começo de conversa, a dieta dos rebanhos se tornou bem mais balanceada.
Nada de lavagens. O cardápio dos chiqueiros modernos inclui ração de
milho e farelo de soja, com vitaminas e minerais. Graças a ela, a carne
suína ganhou teores mais brandos de gordura e uma porção de
micronutrientes vantajosos ao corpo humano. "No passado, um animal bom
para o abate pesava cerca de 300quilos. Hoje ele não passa dos 90",
conta o zootecnista Elsio Figueiredo, da Embrapa Suíno e Aves, em Santa
Catarina. Para completar, os criadouros, antes imundos, foram cimenta
dose higienizados, respeitando regras de vigilância sanitária cada vez
mais rígidas.
Somadas
à manipulação genética, todas essas mudanças renderam uma redução de31%
na gordura, 14% nas calorias e 10% no colesterol presentes na carne de
porco — sem falar na queda brusca no número de parasitas abrigados ali.
Esses avanços, no entanto, ainda passam despercebidos pela maior parte
dos brasileiros. Apesar de o consumo nacional ter crescido 28% nos anos
2000, isso é pouco se compararmos com o resto do mundo: a procura global
subiu
87%.
Fonte: saude.abril.com.br
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