Respire fundo. Estamos
naquele período do ano em que o nariz sofre — e como sofre! Casacos
guardados durante meses finalmente saem do armário, o ar está mais seco e
a poeira voa livre, leve e solta por todos os cantos. Para piorar, a
gente tenta esquentar o corpo se amontoando em locais fechados, um prato
cheio para a proliferação de vírus e bactérias. Assim, está armado o
circo para que as doenças respiratórias promovam seu show. Nesta época,
gripes e resfriados dão o ar da graça e a rinite ataca, deixando as vias
aéreas expostas a toda sorte de inflamações. Aí, basta um
micro-organismo mais esperto aproveitar a brecha e pronto: instala-se a
sinusite — ou rinossinusite, como preferem os especialistas. "É muito
raro ocorrer a sinusite sem uma rinite", justifica Antônio Douglas
Menon, otorrinolaringologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Quem
já enfrentou o problema conhece os sintomas: a cabeça fica pesada e o
rosto parece que vai explodir.Sem falar naquela secreção esverdeada que
sai do nariz. Mas a doença às vezes dá sinais menos óbvios. "Rouquidão e
tontura também podem ser indícios", exemplifica o
otorrinolaringologista Fernando Chami, do Centro de Pesquisa e Estudo da Medicina Chinesa, em São Paulo. Até dor de dente a sinusite, como ainda é popularmente conhecida, pode provocar.
Todo
esse mal-estar ocorre porque os seios da face — as cavidades que ficam
no interior dos ossos, ao redor do nariz, da maçã do rosto e dos olhos —
entopem. Daí, abrir caminho para que o ar circule tranquilamente pelos
seios da face nem sempre é tarefa fácil. Felizmente, a ciência tem
trabalhado para desenvolver novas soluções para dar fim a esse sufoco. A
equipe do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos,
na capital paulista, acaba de trazer ao Brasil uma cirurgia criada nos
Estados Unidos, parecida com o procedimento usado para desentupir
artérias do peito: a sinuplastia com balão. "É mais uma ferramenta para
combater a rinossinusite", acredita o otorrinolaringologista João Flávio
Nogueira, que já testou o método em 12 pacientes. Menos agressiva do
que a cirurgia tradicional, ela seria recomendada para crianças, idosos
ou aqueles que não podem se expor a sangramentos, por exemplo.
Fonte: Saude.abril.com.br
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