O
cirurgião faz as últimas inspeções em exames de raio-x e tomografias.
Assim como um engenheiro, ele analisa bem o terreno onde pretende
edificar os implantes. Em cerca de duas horas o homem de 61 anos de idade e sete dentes na
boca, deitado na cadeira do dentista, terá o sorriso totalmente
transformado. Ou melhor, reconstruído. Além dos dois, estão presentes na
sala outros seis profissionais, entre anestesista, enfermeiro e
auxiliares.
A reforma vai começar. "A cirurgia ideal
é aquela que não precisa ser feita. Se houver outra maneira de resolver
o problema, melhor", pondera, com extrema franqueza, o implantodontista
Laércio Vasconcelos, enquanto faz o primeiro corte na gengiva do
paciente. E olha que ele é um dos maiores especialistas do país no tema
aliás, um dos pioneiros nessa técnica.
Os implantes colocados
diariamente em sua clínica em São Paulo substituem as antiquadas
dentaduras ou tomam o lugar de dentes machucados por fraturas e
problemas irreparáveis de canal. "Um deles vem do outro lado do mundo.
O implante faz as vezes da raiz", explica o odontologista José Rubo, da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo em Bauru.
Feito
de titânio e semelhante a um parafuso, ele pode ser fincado no osso da
mandíbula quando é realizado na parte de baixo da boca e em um osso dos
seios da face caso seja fixado no arco superior. "Ali oimplante é literalmente rosqueado e, com o passar das semanas, incorporado pelo organismo", explica Laércio Vasconcelos. É a chamada osseointegração,
uma união da peça metálica com o tecido ósseo, conta. Em geral os
cirurgiões esperam que essa estaca já esteja bem estável para instalar a
prótese logo acima dela, na parte externa, sobre a gengiva.
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