Além do sabor azedo,
que cai bem no clima tropical, o maracujá é recheado de nutrientes, tem
uma forte ação antioxidante e pouquíssimas calorias. "O maracujá é rico
em vitaminas do complexo B, cálcio, ferro, fósforo, sódio e potássio",
enumera a nutricionista Paula Fernandes Castilho, diretora da Sabor
Integral Consultoria em Nutrição, em São Paulo. "Ele conta com bastante
vitamina A e C e muita fibra solúvel", acrescenta a nutricionista
Vanderlí F. Marchiori, de São Paulo.
100% aproveitável
E
não é só a polpa que merece atenção. Um estudo realizado na
Universidade Federal do Rio de Janeiro mostra que a casca do maracujá
evita os picos de insulina, muito perigosos para os diabéticos, combate o
mau colesterol e ainda ajuda a emagrecer. Nas sementes, por sua vez,
pode ser encontrado um óleo com boa quantidade de ácidos graxos, muito
apropriado para uso na cozinha ou até em cosméticos, graças à sua ação
emoliente e antioxidante. E as folhas do maracujazeiro oferecem
igualmente benefícios. Nelas fica a maior parte dos ativos por trás da
ação tranquilizante.
Os
cientistas já perceberam que essa planta guarda muitas outras
surpresas. A aposta nela é tão grande que foi criada uma associação de
pesquisadores para desvendar seus segredos. "Ela é composta de 27
instituições brasileiras de renome, como a Universidade de São Paulo e a
Universidade de Brasília, além de duas internacionais", conta a
pesquisadora Ana Maria Costa, da Embrapa Cerrados, que coordena a rede.
"Uma das metas é estudar as variedades de espécies nativas, estimadas em
cerca de 200", ela explica. Tanto empenho tem valido a pena. A equipe
descobriu que algumas delas combatem o diabete, os problemas do coração,
as enxaquecas, o estresse, a tensão pré-menstrual, os tremores e a
obesidade, além de contribuírem para a regeneração celular. "Muitas não
são conhecidas pelo público, por isso agora estamos trabalhando com o
intuito de colocá-las no mercado, o que deve acontecer em breve", diz
Ana Maria.
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