E de tanto ser repetida, a ladainha se transformou em um dogma quase
incontestável. Por isso SAÚDE! resolveu passar essa história a limpo — e
com um respeitável time de especialistas. Primeira pergunta: como se
chegou a essa quantidade de 2 litros? “O corpo de um adulto gasta em 24
horas uma média de 2 litros de água em funções como digestão,
respiração, transformação dos nutrientes em energia e também por meio do
suor e da urina”, contabiliza a nutricionista Tânia Rodrigues, da RG
Nutri, em São Paulo. E é desse cálculo de gastos que vem a quantidade de
água preconizada.
A idéia é manter a homeostase do corpo, que é o seu estado de
equilíbrio. Em outras palavras, o que foi consumido precisa ser reposto.
Essa é a tese. Porém, avisam os experts, não convém generalizar. “Cada
pessoa deve beber a quantidade adequada para o seu caso e o seu estilo
de vida. Afinal, o metabolismo, a estrutura corpórea, o tipo de
exercício físico e até o clima são variáveis que precisam ser levadas em
conta”, lembra o fisiologista Paulo Zogaib, do Hospital Sírio Libanês,
em São Paulo, que também é especialista em medicina esportiva. “Há muita
diferença entre o gasto de água de quem vive andando na rua e o de uma
pessoa que trabalha sentada”, compara ele.
Como nem todo mundo se dá ao luxo de uma consulta para calcular o gasto
diário de líquido, os médicos utilizam, por segurança, a porção de 1 a 2
litros como parâmetro. “Para definir com mais precisão a quota ideal, a
pessoa deve se pesar no começo do dia e depois de duas horas de
trabalho. A diferença representa o quanto foi consumido de água nas
funções rotineiras”, explica Paulo Zogaib. Exemplo: se você perdeu 60
gramas, vai ter que repor 60 ml de água. Ou seja, a cada grama
corresponde 1 mililitro. Como um copo de água equivale a cerca de 200
mililitros, faça a conta. “Quem pratica atividade física deve subir na
balança antes e depois da malhação. E, se beber água nesse período, tem
que deduzir a quantidade ingerida do resultado final”, avisa Flávia
Abdallah, nutricionista do ambulatório de medicina esportiva do Hospital
das Clínicas de São Paulo.
0 comentários:
Postar um comentário