Para você, o que é ser um cidadão responsável? Talvez sua resposta seja
algo como reciclar, economizar água ou respeitar a faixa de pedestres.
No entanto, nos países europeus, essa noção vai além: faz parte da
rotina do bom samaritano a doação sanguínea. As atrocidades das guerras
que massacraram o local no século 20 mudaram o comportamento por lá. Ao
verem parentes, amigos e inocentes feridos, os povos do velho
continente passaram a encarar o gesto como uma ação cotidiana, passada
de geração em geração.
Mas por aqui o cenário é diferente. Apenas 1,9% da população doa
sangue anualmente, segundo dados da Fundação Pró-Sangue, o maior
hemocentro da América Latina, ligado à Secretaria de Estado da Saúde e
ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (USP). A opinião corrente é que o problema tenha origem cultural.
Especialistas que defendem essa teoria sustentam que, ao contrário da
Europa, o território brasileiro nunca foi atingido por guerras
avassaladoras. Por esse motivo, nossa nação não teria desenvolvido o
hábito de doar. Para reverter o quadro, então, o primeiro passo é
entender o que está por trás de todo o processo de transfusão.
No Brasil, é possível doar de quatro formas: voluntária, vinculada -
também chamada de reposição -, específica e autotransfusão. Na
primeira, o indivíduo contribui com os bancos de sangue. No segundo
caso, o doador tem a intenção de repor a quantidade de líquido vermelho
utilizada no tratamento de um conhecido. Na categoria específica, a
bolsa é destinada a um determinado paciente. Por fim, a autotransfusão
permite que a pessoa reserve seu sangue para, mais tarde, ela mesma
utilizá-lo.
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