A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) terá exames de sangue, urina e medição da pressão arterial. A coleta começa em sete estados e nas próximas semanas alcançará todas as unidades da federação
Começa nesta segunda-feira (12) a coleta de dados para
a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), estudo inédito realizado pelo
Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). A pesquisa, que será baseada em exames
laboratoriais para avaliar a saúde da população brasileira, vai mapear
diversas doenças e fatores de risco à saúde, como hipertensão, diabetes e
a obesidade.
Além
dos questionários, também farão parte deste estudo a coleta de sangue e
urina, a aferição de medidas antropométricas e a medição da pressão
arterial. A coleta das amostras clínicas será feita por profissionais
ligados aohospital Sírio Libanês, enquanto as entrevista serão realizadas por pesquisadores do IBGE que estão em treinamento desde o fim de julho.
A pesquisa começa pelos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Roraima, Amapá e Rio Grande do
Sul e, nas próximas semanas, alcançará todas as unidades da federação.
Cerca de 20 mil pessoas deverão ser submetidas aos exames, dos 80 mil
domicílios pesquisados, em 1.600 municípios brasileiros. O PNS irá
envolver, aproximadamente, mil agentes do IBGE.
No
total, o Ministério da Saúde vai repassar R$ 21 milhões para a
realização do estudo, sendo R$ 15 milhões destinados ao instituto de
pesquisa e R$ 6 milhões ao hospital que será encarregado pelos exames
laboratoriais. As análises feitas pela pesquisa também vão diagnosticar
se a pessoa diabetes,
anemia falciforme e analisar percentuais de creatinina, potássio e
sódio – indicadores que podem revelar eventuais problemas de saúde do
paciente. Se os resultados dos exames indicarem algum problema de saúde,
o entrevistado será encaminhado a uma unidade de saúde para receber
acompanhamento médico.
DENGUE -O
exame de sangue também trará a informação do percentual da população
brasileira que já entrou em contato com o vírus da dengue. “A sorologia é
importante para subsidiar, no futuro, a implantação da vacina conta a
dengue no país,possibilitando o mapeamento de áreas suscetíveis a surtos
de subtipos da doença.”, afirmou o secretario de vigilância em Saúde,
Jarbas Barbosa.
O
material coletado na pesquisa será guardado e vai compor um banco de
soro humano para monitorar a doença no país, ficando disponível para
universidades e institutos de pesquisas. O secretário Jarbas Barbosa
explica que a pesquisa permitirá uma avaliação mais ampla e um melhor
planejamento das ações estratégicas e políticas públicas. ”Além de
permitir que possamos examinar a tendência da saúde do brasileiro na
última década, a PNS traz uma radiografia bem detalhada não só do
Brasil, mas de regiões, dos estados, capital e interior”, observa.
Segundo ele, a previsão é de que o estudo seja realizado a cada cinco
anos. Os primeiros resultados deste estudo devem ser divulgados em 2014.
A
pesquisa faz parte do Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas
Não-Transmissíveis (DCNT) e tem como meta produzir novas informações
sobre os hábitos de alimentação, tabagismo, uso de bebidas alcoólicas,
prática de atividade física e fatores associados aos comportamentos não
saudáveis da população. As informações vão subsidiar as ações de combate
às DCNT, responsáveis por 72% dos óbitos no Brasil.
A
iniciativa propõe que a PNS dê continuidade aos inquéritos do Plano
Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), realizado em 1998, 2003 e
2008. A PNS também deve delinear o perfil lipídico da população e
dimensionar o acesso ao diagnóstico de alguns agravos crônicos (como
hipertensão, diabetes,
hipercolesterolemia, creatinina no sangue, dosagem de sal na urina),
com base na comparação de medidas objetivas (antropométricas, de pressão
arterial e exames laboratoriais) e subjetivas (morbidade auto
referida), além de outras investigações. A PNS foi aprovada no Comissão
Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
HISTÓRICO – Desde
2009, o Ministério da Saúde se reúne com pesquisadores para iniciar a
elaboração da pesquisa. De 2010 a 2011, ocorreram reuniões periódicas
com representantes do IBGE, onde foram estudadas experiências nacionais e
internacionais; definidas a metodologia; a amostragem e outros pontos
importantes. Em 2012, foram fechados os questionários e a parceria com o
Hospital Sírio-Libanês para a realização dos exames laboratoriais.
O
Ministério da Saúde já realiza, anualmente, o Vigitel (Vigilância de
Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico), estudo feito por inquérito telefônico em 26 estados e no
Distrito Federal. Em 2011, o Vigitel entrevistou 54 mil pessoas, sendo
uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de
saúde preventiva. A Pesquisa Nacional de Saúde, portanto, servirá como
aliada para agregar informações estatísticas dos hábitos de vida da
população comprovadas através dos exames.
Fonte: portalsaude.saude.gov. br
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