Quem anda em luta com a balança muitas vezes acha que a batalha está
perdida quando a ansiedade resolve dar as caras. É que certas emoções
disparam aquele desejo irrefreável de atacar a geladeira e lá se vai a
dieta. Para falar sobre o assunto convidamos o psiquiatra Arthur
Kaufman. Confira a entrevista exclusiva ao Emagrece, Brasil!:
A ansiedade pode ser considerada como um dos fatores que interfere com o ganho de peso?
Sim,
a pessoa ansiosa quer uma saída rápida para sanar o problema, ela
deseja alívio imediato. Por essa razão, se tiver medicação ansiolítica
em casa, ela toma. Mas, quando o remédio falta, ela recorre à comida e
não demora a perceber que consegue se acalmar quando exagera nas
garfadas ou quando consome determinados tipos de alimentos, em geral os
hipercalóricos. O preço disso - dependendo sempre de sua idade e de sua
predisposição genética - será o aumento de peso.
Qual a definição para a ansiedade? Ela é resultado de um desbalanço químico no cérebro?
Ela pode ser uma reação normal, uma resposta do corpo a algum tipo de
estressor externo ou a um perigo real ou imaginário. Algumas alterações
físicas são comuns, caso do aumento do ritmo cardíaco, da respiração
rápida, do rubor e da inquietação psicomotora. É considerada uma doença
quando é desproporcional ao estímulo agressor ou em situações nas quais
não existe um motivo real, ou seja, é como se pessoa "fabricasse" a
situação. Várias substâncias químicas estão envolvidas na questão. Há as
chamadas aminas biogênicas, caso da noradrenalina, da dopamina e da
serotonina. Existem ainda os aminoácidos, como o ácido
gama-aminobutírico (GABA) e por fim há os esteroides e o maior
representante aqui é o cortisol, que também é popularmente conhecido
como "hormônio da ansiedade".
Quando é o caso de tratar a ansiedade com medicamento?
Se
há sintomas psicossomáticos, caso da insônia, da dificuldade para
dormir e para comer e quando existem interferências na vida sexual.
Somam-se a isso, os casos em que a ansiedade é tão forte que impede a
pessoa de ter uma vida normal, distrair-se e aproveitar as situações de
bem- estar que a vida pode lhe estar oferecendo. E, ainda, quando o
paciente passar a roer ou comer unhas, a chamada onicofagia e arrancar
cabelos, isto é, a tricotilomania. Todos esses sinais denunciam a
indicação de remédio.
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