Vale a pena reservar uma horinha para estreitar o vínculo com o seu
filho. E de um jeito muito especial: massageando todo o corpo dele. "Não
encare a massagem como uma técnica pura e simples. Esse é um momento
para aprimorar o afeto em família", enfatiza a enfermeira e
psicomotrista Maria das Graças Barreto da Silva. Ela coordena um grupo
da Universidade Federal de São Paulo que investiga os benefícios da
massagem e ensina mães e pais a aplicá-la. Sim, os homens também podem e
devem participar.
"Há um trabalho em andamento que pretende
elucidar como o pai vivencia a experiência de tocar o próprio filho",
conta. As mães, já se sabe por uma pesquisa anterior, reconhecem que,
graças à massagem, passam a compreender melhor as reações do filhote. E
os bebês? Atualmente o grupo da Unifesp busca comprovar que a massagem
reduz o estresse dos pequerruchos. No mínimo o sono melhora, como
mostrou um estudo feito no ano passado com nove crianças. "Mais
relaxadas, elas dormem profundamente", observa Maria das Graças.
Um
artigo inglês publicado este ano no periódico científico Paediatric
Nursing confirma que os toques sistemáticos são relaxantes, aliviam
cólicas e ajudam no desenvolvimento motor e psicológico da criança. Mas
há outro benefício ainda mais surpreendente: eles fortalecem o sistema
imune. "O toque bem-feito reduz a quantidade do hormônio chamado
cortisol. E isso permite que as células de defesa, em especial as
natural killers, capazes de combater vírus e até câncer, sobrevivam",
explicou à SAÚDE! a cientista americana Tiffany Field, do Instituto de
Pesquisas sobre o Toque, em Miami. Há até mesmo estudos com prematuros
mostrando que a massagem estimula o ganho de peso, além de diminuir o
tempo de hospitalização. E nem precisa ser uma técnica específica.
"Qualquer pressão moderada com as mãos faz bem", garantiu a
especialista.
A mais famosa de todas as massagens é a milenar shantala. Essa prática
indiana chegou ao Ocidente na década de 1960 na maleta do obstetra
francês Frédérick Leboyer, criador do famoso método "Nascer Sorrindo",
que reduz o risco de sofrimento do bebê na hora do parto. Em uma visita
ao país, Leboyer se encantou ao ver a cena de uma mulher massageando seu
bebê com extrema naturalidade. Decidiu, então, ensinar às ocidentais a
linguagem instintiva do toque, que batizou com o nome da jovem mãe
indiana.
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