Entre os efeitos comuns do vírus está a
orquite, a inflamação nos testículos, que dá as caras em 50% dos
adolescentes com caxumba e em 20% dos adultos infectados. Mais uma vez,
pode se manifestar uni ou bilateralmente. “Uma das possíveis
consequências, ainda que rara, é a esterilidade”, ressalta Granato.
As
mulheres também sofrem com o pequeno adversário. Chamada de ooforite, a
inflamação de um ou de ambos os ovários ocorre em 5% dos episódios no
período após a puberdade, mas dificilmente isso progride para a
infertilidade. Acima dos 15 anos, o índice de mastite — a inflamação das
mamas — é de 15%. Em tempo: se apenas um dos lados é comprometido, o
outro não fica protegido em uma eventual segunda infecção pelo
paramyxovírus.
A caxumba chega até a comprometer as
meninges, membranas que revestem a massa cinzenta e a medula espinal.
Quando isso acontece, 60% dos pacientes reclamam de rigidez na nuca.
“Mais comum no sexo masculino, a meningite viral é autolimitada”,
explica Maria Claudia Stockler de Almeida, infectologista do Hospital
das Clínicas de São Paulo. Isso quer dizer que o próprio organismo
geralmente consegue se livrar do perigo. Agora, existem situações em que
a meningite foge do controle e põe em risco a vida do enfermo. Outra
razão para acompanhar sua evolução de perto, sempre orientado por um
especialista.
O tratamento clássico da caxumba é realizado
com analgésicos, antitérmicos e repouso. Indivíduos que tomam
medicamentos anticoagulantes, como aqueles à base de ácido
acetilsalicílico, merecem atenção redobrada. Isso porque o vírus golpeia
as plaquetas do sangue, células que auxiliam na coagulação, e, em
conjunto com a ação dessas drogas, provocaria sangramentos.
Se
o quadro é grave — e em especial quando aparecem alterações
neurológicas —, os médicos optam por remédios mais fortes. “A ideia é
evitar um processo autoimune e, ao mesmo tempo, manter a capacidade de o
organismo combater a doença”, esclarece Raquel Muarrek, infectologista
do Hospital e Maternidde São Luiz, na capital paulista.
Para
fugir disso tudo, confira sua carteira de vacinação. Se não tem uma nem
sequer sabe quais injeções recebeu, vá direto para o consultório e
confira com o médico se precisa se imunizar. “Duas semanas após a
aplicação da vacina tríplice viral, você já terá produzido quantidade
suficiente de anticorpos contra a caxumba”, aponta Janete Kamikawa,
pediatra e infectologista do Fleury Medicina Diagnóstica, em São Paulo.
Está aí uma solução fácil para escapar de um oponente que, acredite, não
liga para a sua idade.
Futuras mamães, cuidado!
Durante
a gravidez, sobretudo no primeiro trimestre, a caxumba acarreta risco
de aborto espontâneo. Por outro lado, não há evidências de que ela, por
si só, culmine em malformação congênita. Só um alerta: gestantes não
vacinadas na infância estão proibidas de tirar o atraso. Mulheres nem
deveriam engravidar nos três meses seguintes à imunização.
Uma blindagem eficaz
O
Sistema Único de Saúde (SUS) prevê duas aplicações da vacina tríplice
viral: uma no primeiro ano de vida e outra entre os 4 e os 6 anos. Se
você tiver pulado uma dessas etapas, o risco de sofrer com caxumba
quando mais velho sobe. De acordo com o Ministério da Saúde, mulheres
entre 12 e 49 anos e homens de até 39 anos sem prova de imunização podem
ser vacinados. Converse com seu médico.
Fonte: saude.abril.com.br
0 comentários:
Postar um comentário