O tão temido
vitiligo é temido por falta de conhecimento. A doença que bloqueia a
pigmentação da pele assusta desde o aparecimento até a confirmação do
diagnóstico. As pessoas acreditam que a falta de cor que atacou Michael
Jackson é irreversível. No entanto, engana-se quem pensa dessa forma,
Ana Maria Costa Pinheiro, dermatologista e membro da Sociedade
Brasileira de Dermatologia, deixa claro que há tratamentos, e maneiras
de brecar a doença, e recomenda prevenção, sempre!
O que é o Vitiligo?
Ana
Maria - O vitiligo é uma doença autoimune, isso significa que certas
células do sistema imunológico produzem substancias que bloqueiam a
produção de pigmento, por isso a doença é caracterizada pelas manchas
brancas, ou seja, falta de cor em algumas partes do corpo. A textura da
pele é a mesma, porém com cores diferentes. Apesar de muitas pessoas
ligarem a doença a uma herança genética, esta maneira não é a mais
correta de caracterizar essa disfunção, pois a ideia de genética está
apenas na predisposição para desenvolver o vitiligo.
Quais são as causas?
Ana
Maria - Existem algumas teorias da causa do vitiligo, mas a mais aceita
é a imunológica, em que essas substâncias impedem a produção da
melanina. No entanto, ainda não se tem teorias comprovadas, que deem
certeza das causas da doença. Há estudos desde sistema nervoso até
substâncias presentes na borracha, mas nada comprovado cientificamente.
Quais são os sintomas?
Ana
Maria - A pessoa não sente nada. Com o aparecimento da doença ela só
vai observar as manchas que vão surgindo pelo corpo, podendo ser várias
de uma vez, ou apenas uma, já que, existem alguns tipos de vitiligo,
como o localizado (o mais comum), o generalizado, e o segmentar, que
pega apenas uma região do corpo. Dentre os tipos de vitiligo há áreas em
que a doença é mais comum, como por exemplo, ao redor dos olhos, na
boca, nas articulações (joelho, cotovelo, tornozelo), no dorso das mãos,
e, ainda, nos pés. É importante ficar atento, pois o vitiligo não
escolhe idade.
Como é feito o diagnóstico?
Ana
Maria - O diagnóstico é principalmente clínico, o dermatologista vai
olhar o tipo de mancha para aplicar o melhor procedimento. Há ainda
outra maneira de diagnosticar o vitiligo, existe uma luz chamada lâmpada
de Wood, é um tipo de luz negra, que deixa a pigmentação branca mais
visível e mais fácil de ser diagnosticada pelo médico. Muitas pessoas
falam no procedimento da biopsia, no entanto, não é muito eficaz, já
que, apesar da célula estar inativa, ela ainda se encontra na pele da
pessoa, portanto, este teste não mostrará a funcionalidade desta célula
na pele, o que torna este procedimento inconclusivo.
Como é feito o tratamento?
Ana
Maria - O tratamento vai agir de duas maneiras: bloqueando a evolução
da doença, e tratamentos que ajudem a repigmentar a pele. O primeiro
será feito com remédios, são usadas substâncias que retirem este
bloqueio imunológico, essas substâncias são as chamadas
imunossupressoras, encontradas nos corticoides. Já a segunda maneira
será feita com substâncias fotossensibilizantes, a fototerapia é um
exemplo deste tipo de tratamento, o aparelho conta com uma lâmpada
especial que emite radiação ultravioleta A, ou B. O paciente, então, se
submete a sessões de acordo com a pele e a extensão atingida pela
doença, mas geralmente, ele faz a aplicação duas ou três vezes por
semana. O tratamento age impedindo que as células agravem a doença, e
ajudam a repigmentar. Hoje, pode ser considerada a maneira mais eficaz
de combate ao vitiligo.
Principais recomendações da dermatologista Ana Maria Costa Pinheiro:
1) Em primeiro lugar: é importante ter em mente que quanto mais rápido a doença for descoberta mais eficaz será o tratamento.
2) O
paciente não deve aceitar um diagnostico em que o médico diga que seu
vitiligo não tem jeito, porque ninguém sabe qual será a resposta daquele
tipo de pele ao tratamento. É verdade que algumas pessoas não respondem
ao tratamento, no entanto, a maioria consegue reverter os danos
causados pela doença.
3) Muito cuidado
com tratamentos caseiros. Por ser uma área muito sensível os tratamentos
devem sempre ter um acompanhamento médico e serem feitos com muito
cuidado, se os devidos cuidados não forem tomados, a doença poderá ser
agravada e virar até mesmo uma queimadura.
Fonte: saude.abril.com.br
Se pega no sexo?
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