Quem
sofre com a tensão pré-menstrual, a famosa TPM, ganhou novos aliados
para apaziguar suas desagradáveis manifestações. Pesquisadores das
Universidades Harvard e de Massachusetts, ambas nos Estados Unidos,
revelam que colocar fontes de ferro e de zinco no prato reduz o risco de
passar por aqueles dias marcados por irritação, tristeza, inchaço,
cólicas ou apetite fora de controle. Para chegar ao achado, eles
analisaram os hábitos à mesa de aproximadamente 3 mil mulheres. Depois
de dez anos, 1 057 foram diagnosticadas com TPM, enquanto 1 968
permaneciam livres do transtorno. E, nesse último grupo, a ingestão da
dupla de minerais era bem superior.
Entretanto,
não foi qualquer tipo de ferro que pareceu afastar a síndrome — sim, a
TPM também é chamada de síndrome prémenstrual. As sortudas do
levantamento americano consumiam sobretudo a versão não heme, presente
em alimentos como amêndoas, frutas secas, grãos integrais e rúcula.
"Investir nesse nutriente acarretou uma diminuição de 30 a 40% na
probabilidade de desenvolver a condição", conta a principal autora do
trabalho, Patricia Chocano Bedoya, pesquisadora do Departamento de
Nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard.
A
cientista notou, aliás, que a quantidade de ferro ingerida para os
sintomas não darem as caras era superior a 20 miligramas por dia. E, aí,
chegamos a uma encruzilhada, porque o limite de consumo indicado hoje é
de 18 miligramas. "A dose observada no estudo é excessiva e poderia
culminar no acúmulo do mineral no organismo", repara a ginecologista
Mara Diegoli, coordenadora do ambulatório de TPM do Hospital das
Clínicas de São Paulo. Em última instância, esse estoque resultaria em
lesões no coração e no fígado. Portanto, vale caprichar em alimentos
ricos em ferro não heme, mas sem cair na extravagância — botando em
números, não seria confiável chegar à casa dos 20 miligramas.
Para
baixar ainda mais o risco de encarar as chatices típicas do período que
antecede a menstruação, o artigo também recomenda zinco. Ele está nas
ostras, no camarão, na carne bovina, nos peixes e nas oleaginosas. Entre
as mulheres, o benefício vem com uma ingestão diária de 8 miligramas.
Valor fácil de alcançar. Para ter ideia, em 100 gramas de contrafilé
grelhado já temos 5 miligramas do nutriente. "Ele ajuda a regular os
níveis de glicose no sangue, favorecendo o controle da compulsão por
doces", diz a nutricionista Rosângela Passos, da Universidade Federal da
Bahia (UFBA).
Um
terceiro mineral chamou a atenção dos cientistas americanos: o
potássio. Contudo, nesse caso as surpresas não foram lá muito positivas.
Encontrado na banana, no coco verde e no leite, ele elevou o risco de
TPM na turma que o consumia com frequência — e olha que as doses nem
chegavam aos 4,7 miligramas indicados pelos experts. "Esse nutriente
está envolvido no equilíbrio de fluidos corporais e pode, assim,
interferir em sintomas associados à retenção hídrica, como o inchaço",
justifica Patricia.
Já
para Rosângela, a nutricionista da UFBA, o dado é surpreendente: "As
principais fontes de potássio são as frutas, as leguminosas e as
verduras, que garantem o bom funcionamento do organismo". Por ser a
primeira vez que essa relação aparece em laboratório, é necessário se
debruçar mais sobre o tema antes de mandar o potássio para a lista negra
das mulheres à beira da TPM.
Já
para Rosângela, a nutricionista da UFBA, o dado é surpreendente: "As
principais fontes de potássio são as frutas, as leguminosas e as
verduras, que garantem o bom funcionamento do organismo". Por ser a
primeira vez que essa relação aparece em laboratório, é necessário se
debruçar mais sobre o tema antes de mandar o potássio para a lista negra
das mulheres à beira da TPM.
O
fato é que as novas descobertas só reforçam o impacto da alimentação
frente à síndrome. Outros nutrientes já receberam o aval para
afugentá-la, caso das vitaminas do complexo B. "Elas aumentam a produção
de serotonina, substância que promove bem-estar", pontua Mara. Os itens
abastecidos de vitamina E também são parceiros, o que reduz a liberação
de prostaglandinas, responsáveis por sintomas dolorosos. "Alimentos
como morango, melancia e agrião são igualmente importantes, porque
auxiliam o corpo a eliminar água", lembra a ginecologista. Solucionar a
TPM não é fácil, mas a receita do sucesso pode incluir ingredientes
gostosos.
Sem
cólica Um dos efeitos da TPM é o desconforto abdominal, às vezes
acompanhado de constipação. A boa notícia é que o quadro pode ser
aliviado quando você come alimentos ricos em fibras — como os legumes,
as verduras e o pão integral —, que melhoram o trânsito no intestino. Já
para aplacar as contrações uterinas, invista ainda nas fontes de
cálcio, como o leite e seus derivados.
Fonte: saude.abril.com.br
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