Se do ponto de vista nutricional o microondas
maltrata um pouco os vegetais, o leite fica bem mais preservado, ainda
segundo a investigação de Adriana e Fisberg. Quando aquecido no fogão
convencional, o alimento perde vitaminas do complexo B, como
piridoxamina e piridoxal, formas ativas do grupo B6. Já sob o efeito das
microondas, em dois minutos e meio há uma redução de 36% de vitamina C, enquanto os teores de vitamina E e de riboflavina, uma vitamina do complexo B,
se mantêm inalterados. Porém, após quatro minutos no micro, evapora-se a
maior parte de tiamina, outro nutriente do mesmo grupo, presente no
leite desnatado e nos do tipo integral esterilizado. Quanto às fórmulas
infantis, sossegue: a riboflavina e a vitamina C não vão embora. Até
porque ninguém oferece ao filho uma fórmula dessas pelando.
Outro malefício comumente atribuído ao microondas é de natureza físico-química: o calor ali produzido derreteria os plásticos,
liberando substâncias cancerígenas, como as dioxinas. Isso acontece,
sim. “Mas a culpa não é do eletrodoméstico, e sim de quem usa
recipientes feitos com materiais impróprios para aquecimento”, afirma
Marco Aurélio De Paoli, do Instituto de Química da Universidade Estadual
de Campinas, no interior paulista. Que não restem dúvidas: só
utensílios específicos para o micro são inócuos para a saúde. Quanto às
demais mensagens em tom alarmista que se difundem com velocidade na
internet, o bom senso recomenda: não dê crédito, pois nada é o que
parece ser. Pelo menos até prova em contrário.
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