quarta-feira, 20 de junho de 2012

Antidepressivos: seu humor depende deles?

A solução de qualquer empecilho, hoje em dia, tem que ser rápida, bem rápida. No trabalho, na universidade e por aí vai, há uma demanda para que obstáculos sejam tirados do caminho o quanto antes, não importa o quê. O cenário é semelhante dentro das clínicas psiquiátricas. Atualmente, melancolia e outros sentimentos tão desagradáveis quanto naturais fazem com que os pacientes muitas vezes exijam dos médicos uma pílula milagrosa que traga alegria a jato. "Estamos observando um crescimento no consumo de antidepressivos que não se traduz em melhor assistência à população", lamenta Ricardo Moreno, coordenador do Programa de Transtornos Afetivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas paulistano. "Isso evidencia um potencial abuso dessas drogas", analisa o psiquiatra.


O drama é que esses medicamentos estão longe de serem inócuos. Segundo uma revisão da Universidade McMaster, no Canadá, os efeitos colaterais vão muito além da cabeça. "A maioria dos fármacos contra depressão aumenta a disponibilidade de serotonina, neurotransmissor que não age somente no cérebro, mas também no sistema digestivo, no funcionamento do órgão reprodutor masculino e até na coagulação sanguínea", explica Paul Andrews, neurocientista e autor da pesquisa. Ou seja, esses remédios acarretam desde diarréia e disfunção sexual até um eventual derrame. Aliás, esse último fator ajudaria a justificar a maior taxa de mortalidade em idosos que tomam antidepressivos encontrada no estudo.
 

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