quarta-feira, 19 de dezembro de 2012


"O fim da Aids" — esse foi um dos principais assuntos debatidos na Conferência Internacional sobre a Aids, que começou no último domingo em Washington, nos Estados Unidos. "Erradicar a doença é uma esperança e um objetivo que precisamos ter. Caso contrário, não sairemos do lugar", afirma Elly Katabira, presidente da Sociedade Internacional de Aids. "O melhor exemplo disso é que, em 2000, não achávamos que países de terceiro mundo teriam bom acesso a antirretrovirais. Hoje, isso é uma realidade", argumenta.

Mais de 20 mil pessoas frequentam o congresso, entre elas importantes personalidades, como a secretária do estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, e o filantropista e criador da Microsoft, Bill Gates. Um dos principais focos do evento está na prevenção, principalmente em grupos mais expostos ao vírus HIV. Prova disso foram as apresentações feitas logo no início do congresso sobre os direitos de profissionais do sexo, além de discussões sobre as possíveis políticas públicas voltadas a eles e a usuários de drogas.

Abordar temas tão polêmicos não foi um acaso. Afinal, diversos palestrantes relataram que um dos maiores obstáculos para vencer o mal continua sendo a discriminação e as informações equivocadas. "Não importa quem você é ou quem ama, todos merecem compaixão e dignidade. A doença é causada por um vírus, mas a epidemia não. Essa é abastecida por estigmas, desinformação, indiferença e ignorância", discursou o cantor inglês Elton John.

Entre as pesquisas, destaque para uma divulgada na versão online da revista científica The Lancet. Após colheram dados do Canadá, do Reino Unido e dos Estados Unidos, pesquisadores mostraram que homens negros que fazem sexo com pessoas do mesmo sexo, embora tendam a se valer mais de medidas preventivas, como usar camisinhas, ainda estão entre os com maior índice de infecção. Mas que fique claro: isso não tem nada a ver com o indivíduo em si, e sim com questões socioeconômicas e até da biologia da transmissão — o vírus HIV ganha acesso ao corpo mais facilmente por meio do sexo anal do que com sexo vaginal.

Com base nisso, os especialistas sugerem mais ênfase em campanhas de conscientização e, quando a Aids se instala, adesão aos medicamentos, além de consultas regulares.

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