O
que entra pela boca tem grande efeito na saúde cardiovascular. Para o
bem e para o mal. Enquanto certos ingredientes são apontados como os
maiores inimigos do peito, outros se elevam ao posto de guardiões. E
assim algumas injustiças acontecem. Principalmente quando o assunto
envolve o colesterol, a molécula que, em níveis abundantes, abre caminho
às placas que entopem os vasos e levam ao infarto.
Para
desfazer enganos e mostrar o que há de verdadeiro sobre o elo entre
alimentação e colesterol, conversamos com a nutricionista Regina Helena
Marques Pereira, diretora do Departamento de Nutrição da Sociedade de
Cardiologia do Estado de São Paulo, a Socesp. É hora de você saber se
precisa rever seus conceitos no cardápio.
1. O ovo deve ser banido
Mito
Sempre
que o assunto é colesterol, ele é o primeiro alimento que vem à cabeça.
E não é à toa: de fato, o ovo de galinha concentra muito da substância –
podendo chegar a 200 mg em uma única unidade! Foi justamente essa
quantidade exorbitante a responsável por botá-lo no banco dos réus lá
nos idos de 1960 e 1970.
De uns tempos pra cá, porém,
assistimos à sua reabilitação graças a um montante de estudos que o
livraram da pecha de vilão. Uma das explicações é de que boa parte do
colesterol vindo do ovo não é absorvida pelo nosso organismo. E, se a
molécula não chega à circulação, não vai ameaçar os vasos e o coração.
2. A gordura saturada faz subir as taxas de colesterol
Verdade
A
substância presente nas carnes, no leite, no coco e na manteiga tem
mesmo um impacto no aumento do colesterol, tanto nas taxas de LDL, a
versão ruim, quanto no HDL, o tipo do bem, que ajuda a limpar as
artérias. Por causa desta última ação, não é preciso excluir esses
alimentos do prato, basta apreciar com moderação, dentro de uma dieta
equilibrada. Se você abusou em um rodízio de churrasco no final de
semana, por exemplo, deve maneirar nas fontes de gordura durante a
semana.
Agora, há uma espécie de gordura bem pior do
que a saturada, a trans. Ela ainda aparece em algumas tortas, sorvetes e
biscoitos industrializados. E, mais do que elevar o LDL, também é capaz
de abaixar o HDL, tornando-se, portanto, um fator crucial para a
aterosclerose, o processo de formação de placas nas artérias. Cuidado
com ela!
3. Frituras não podem fazer parte do cardápio
Mito
Não
é necessário retirar totalmente a fritura do menu, desde que ela seja
feita com óleo de boa qualidade e sem reaproveitamento, pois a ingestão
de alimentos fritos não está relacionada diretamente ao aumento do
colesterol e ao risco de doenças cardiovasculares. O fato é que esse
modo de preparo, no mínimo, faz somar muito mais calorias ao cardápio
diário e, quando o consumo é corriqueiro, a obesidade pode dar as caras.
O perigo, no caso, mora aí: quilos a mais patrocinam problemas
cardiovasculares.
4. Óleo de soja não contém colesterol
Verdade
Embora
as embalagens tragam esse aviso, nenhum alimento de origem vegetal
oferece colesterol, já que ele é específico do reino animal. Os óleos –
soja, canola, milho, girassol, oliva, entre outros – contêm uma ótima
composição gordurosa. Eles oferecem ácidos graxos monoinsaturados e
poli-insaturados, que são festejados por sua atuação em prol das
artérias.
5. As fibras são aliadas das artérias
Verdade
Além
de dar aquele empurrão ao trânsito intestinal, elas ajudam a varrer o
colesterol para fora do organismo. O destaque vai para as fibras
solúveis, que são encontradas na aveia, nos feijões e em frutas como a
pera e a maçã. Mas aqui vai um lembrete: é importante caprichar na
hidratação do organismo para que, durante a digestão, se forme o gel
encarregado de arrastar a gordura para fora do corpo. A recomendação,
aliás, é que você consuma 25 gramas da substância diariamente. Então,
fica o convite para abusar de frutas, verduras e cereais integrais.
Fonte: sintaseucoracao.com.br
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