Quem diria! Puxar ferro pode ajudar a controlar a pressão e as taxas de açúcar no sangue. Durante
décadas, a musculação carregou a fama de sobrecarregar o coração.
“Havia um elo errôneo entre esse tipo de atividade e a morte súbita”,
diz o cardiologista Rui Manoel dos Santos Póvoa, diretor da Sociedade de
Cardiologia do Estado de São Paulo, a Socesp. O médico conta que as
suspeitas surgiram por causa do abuso de anabolizantes usados pelos
“marombados”. “É que algumas drogas usadas em academia afetam
diretamente o coração”, justifica.
Nos
últimos anos, entretanto, diversos trabalhos surgiram para desfazer o
engano. Um dos mais recentes, feito na Universidade Federal de São
Paulo, mostrou que levantar peso pode ajudar a equilibrar a pressão
arterial. E são vários os mecanismos por trás desse grande feito.
“A
prática de exercícios, em geral, favorece a fabricação de substâncias
promotoras do bem-estar, caso das endorfinas”, revela Póvoa. Assim, com a
cabeça livre das tensões, a tendência é que o sangue circule sem
grandes apertos. Além disso, quem sua a camisa mantém o peso saudável e
isso, por si só, já tem enorme impacto contra a hipertensão.
Para
completar, existem fortes evidências científicas sobre o efeito da
malhação nas taxas de açúcar no sangue. “A musculação favorece a
captação da glicose pelas fibras musculares, o que ajuda a equilibrar os
níveis circulantes de açúcar e insulina”, explica Póvoa. Esse fenômeno
assegura proteção aos vasos. Isso porque, quando existem excessos
açucarados na circulação, aumentam as chances de surgirem machucados na
parede dos vasos, o chamado endotélio. Essas microlesões, por sua vez,
servem de estopim para o entupimento das artérias — processo que culmina
em infartos e derrames.
Diante
de tantos benefícios, você já deve estar toda animada para frequentar a
academia, não é? Porém, é fundamental conversar com seu médico antes de
começar a puxar ferro. Ele fará uma avaliação clínica criteriosa para
afastar qualquer perigo. Dado o sinal verde, busque um profissional de
educação física que possa auxiliar sobre a intensidade e a frequência
das atividades. Aliás, aqui cabe mais um aviso: se houver exageros na
malhação, o tiro acaba saindo pela culatra e o coração pode reclamar.
Nada de exagero, hein?
Fonte: sintaseucoracao.com.br
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