
A realidade, porém, é diferente: estima- se que entre 30 e 50%
da população mundial apresente taxas inadequadas de vitamina D —
fenômeno que não poupa um país tropical como o Brasil. Essa defasagem
tende a ser maior nas grandes cidades, porque, dentro de casa, do
escritório ou do carro, as pessoas acabam fugindo do sol.
Atingir
a cota de 400 a 600 unidades internacionais, preconizada a adultos
saudáveis, não é tarefa hercúlea. "Bastaria caminhar no parque
permanecendo com braços e pernas expostos ao sol, sem filtro solar,
durante 15 minutos pela manhã", diz a nutricionista Lígia Martini, da
Universidade de São Paulo.
Mas, como você deve imaginar (ou
sentir na pele), a rotina atribulada e as variações climáticas
dificultam as coisas. "Além disso, depois dos 50 anos a necessidade de
vitamina D aumenta para cerca de mil unidades diárias", observa a
reumatologista Vera Szejnfeld, da Universidade Federal de São Paulo "E,
com o avançar da idade, nossa pele perde a capacidade de sintetizar a
substância a contento." Daí, não adianta torrar sob o sol. A solução
definitiva também não seria se refestelar de salmões, por exemplo.
Convenhamos: não há apetite que aguente.
O fato é que, se os
níveis da molécula no sangue ameaçam minguar, é recomendável estudar a
possibilidade de recorrer à suplementação, ou seja, às gotas da versão
sintética da vitamina. "Além de contribuir com a osteoporose, o déficit
desse hormônio provoca dores nos ossos e fraqueza", avisa Vera. Bem
indicados, os suplementos exibem altos índices de segurança. "As doses
recomendadas não oferecem o risco de intoxicação nem efeitos
colaterais", garante a professora.
Existem grupos para os quais a
suplementação é extremamente bem-vinda. Isso significa que entre essa
gente faz todo o sentido dosar a molécula no sangue e, se necessário,
adotar em seguida o conta-gotas. Encabeçam a lista as mulheres na
menopausa, alvos fáceis da osteoporose. Sozinho, o cálcio não faz
milagre pelos ossos: é a vitamina D que assegura sua absorção no
intestino. Quem tem mais de 65 anos também deve investigar suas taxas.
Além de o organismo perder a competência para produzi-la, essa turma
está mais ameaçada de fraturas. "E a vitamina D ajuda inclusive a evitar
a perda da massa muscular", afirma a nutricionista Camila Freitas, de
São Paulo.
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