sexta-feira, 3 de agosto de 2012

De uns tempos para cá, ele deixou de ser um mero cosmético para ganhar status de acessório, tornando-se tão importante quanto uma bolsa ou um sapato na composição do visual. O boom dessa tendência gerou, é claro, uma enxurrada de novos vidrinhos, com cores das mais variadas, além de estilos diferentes de pintura. Como resultado, as mulheres passaram a trocar de esmalte como quem troca de roupa íntima. O hábito, não há dúvidas, faz um bem danado para a autoestima. Mas será que o corpo sai ileso?
Segundo a dermatologista Denise Steiner, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pincelar o produto todas as semanas e, consequentemente, abusar da acetona ou de outro removedor pode ressecar as unhas, deixando-as esbranquiçadas e causando sua descamação. Mas isso não é regra. "A principal questão não diz respeito ao número de vezes que o cosmético é utilizado, e sim se ele é capaz de desencadear reações alérgicas", pondera Denise.
O quadro, diga-se de passagem, não é raro. "Aproximadamente 10% da população tem alergia a esmaltes", conta a dermatologista Solange Pistori Teixeira, da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp. Na maioria dos casos, ela está associada a um solvente chamado tolueno, responsável por acelerar a secagem. O formaldeído, substância que ajuda a conferir aderência e durabilidade ao produto, é outro que está por trás de reações - as mais importantes são vermelhidão e coceira nos dedos e nas áreas que sofreram contato, como mãos, rosto, pescoço e orelhas - enfim, onde você mais costuma passar as mãos. "A alergia pode aparecer em qualquer idade", faz questão de lembrar o dermatologista Beni Grinblat, do Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista
As substâncias comumente identificadas como estopins de quadros alérgicos são consideradas tóxicas e, por isso, a inclusão na fórmula é restrita nos Estados Unidos, em países da Europa e também no Brasil. Vale lembrar que uma delas, chamada dibutilftalato, também foi tachada como potencialmente cancerígena. "Esses testes foram realizados com animais e em concentrações elevadas. Aqui, as empresas têm respeitado a legislação", assegura Josineire Sallum, gerente-geral de cosméticos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. "Quando isso não acontece, impedimos a comercialização do produto."

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