quarta-feira, 6 de março de 2013


São dois os tipos de vacina capazes de evitar a poliomielite. No caso da Sabin -- , aqui no Brasil incitada em campanha pela personagem Zé Gotinha desde 1986 -, o póliovírus vivo, nome do agente causador da doença, é atenuado para que não tenha capacidade de danificar os neurônios . Depois de ingeridas, as famosas gotas, carregadas desses vírus enfraquecidos, estimulam a produção de anticorpos pelo sistema de defesa. Ou seja, o organismo aprende a reconhecer o inimigo, se ele aparecer pra valer.
O interessante da Sabin, como o excesso do vírus atenuado é eliminado pelas fezes, é o seguinte: a criança que, eventualmente, tiver contato , vamos imaginar, com o amiguinho que não lavou as mãos direito ou mora em locais com água contaminada pelo esgoto, acaba protegida por tabela. "O sucesso da eliminação da doença no Brasil é também fruto desse processo", analisa Lily Yin Weckx, da Universidade Federal de São Paulo.
A vacina Salk, por sua vez, utiliza vírus mortos e é injetada. Ela é especialmente indicada para pessoas com imunidade baixa ou que convivem com indivíduos que estejam com o sistema de defesa abalado. "A Salk é absolutamente segura por utilizar vírus inativos em sua composição", pondera Marion Burger, do Instituto Pelé Pequeno Príncipe, em Curitiba, no Paraná. Apesar do processo de produção de anticorpos ser equivalente ao da Sabin, essa vacina não é tão válida quando se pensa em varrer a doença do mapa, na opinião de alguns especialistas. "Isso porque os vírus mortos não são eliminados pelas fezes", complementa a pediatra. Ou seja, não existe aquela contaminação paralela, por assim dizer, que acaba imunizando quem não tomou a vacina.
Desde 2012, o Ministério da Saúde exige que o protocolo de vacinas contra a poliomielite utilize ambas as versões para a imunização, em vez de só a Sabin como no passado. As duas primeiras doses, injetadas aos 2 e aos 4 meses, são da vacina Salk. As próximas, aos 6 meses, aos 15 meses e, mais uma dose de reforço entre os 4 e os 6 anos, são dadas via oral - ou seja, aí a criança toma a Sabin. Segundo Lily Yin Weckx, da Universidade Federal de São Paulo, a combinação das duas vacinas potencializa a precaução.

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