
Em
outras palavras, cada droga tem um grau de absorção no corpo, uma vez
que parte dela é destruída no fígado antes de seguir em frente pela
circulação sanguínea. Ao prescrever uma dose, o médico conta com essa
porcentagem que não será aproveitada. Se a enzima responsável pela sua
quebra está inativa — efeito causado pelo consumo do nosso protagonista,
por exemplo —, o medicamento ficará mais tempo no organismo em sua
forma original. A consequência é uma quantidade muito maior do que o
necessário, podendo gerar uma overdose. Aí moram vários perigos.
Talvez
a falta de afinidade de nosso paladar com esse alimento azedo explique
também certa confusão quando se trata de saber como ele é chamado por
aqui, já que não faz muito sucesso entre os brasileiros. Seria toranja?
Não, não é a mesma coisa, vamos logo esclarecendo. "O grapefruit
corresponde ao nosso pomelo, cuja espécie botânica é Citrus paradisi",
ensina Walter dos Santos Soares Filho, pesquisador da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). "A toranja, por sua vez, é da
família Citrus maxima e tem em ‘pummelo’ sua tradução para o inglês",
ele complementa. Mas o importante mesmo é saber que, segundo a pesquisa
do Lawson Health, são três as frutas capazes de causar estragos quando
se está tomando algum remédio: a toranja, o pomelo e a laranja-azeda.
"Todas elas contêm a furanocumarina e interagem igualmente com os
medicamentos", diz, categórico, David Bailey. Porém, são diferentes no
que se refere às características físicas, ao sabor e aos nutrientes
"Neles, a furanocumarina está presente em quantidades bem menores e,
para que houvesse interferência significativa no metabolismo de drogas, o
consumo teria que ser absurdamente grande", tranquiliza Sergio Surugi
de Siqueira, farmacêutico bioquímico e professor da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná.
0 comentários:
Postar um comentário