sábado, 16 de fevereiro de 2013


Quem anda em luta com a balança muitas vezes acha que a batalha está perdida quando a ansiedade resolve dar as caras. É que certas emoções disparam aquele desejo irrefreável de atacar a geladeira e lá se vai a dieta. Para falar sobre o assunto convidamos o psiquiatra Arthur Kaufman. Confira a entrevista exclusiva ao Emagrece, Brasil!:
 
A ansiedade pode ser considerada como um dos fatores que interfere com o ganho de peso?
 Sim, a pessoa ansiosa quer uma saída rápida para sanar o problema, ela deseja alívio imediato. Por essa razão, se tiver medicação ansiolítica em casa, ela toma. Mas, quando o remédio falta, ela recorre à comida e não demora a perceber que consegue se acalmar quando exagera nas garfadas ou quando consome determinados tipos de alimentos, em geral os hipercalóricos. O preço disso - dependendo sempre de sua idade e de sua predisposição genética - será o aumento de peso.
 
 Qual a definição para a ansiedade? Ela é resultado de um desbalanço químico no cérebro? 
Ela pode ser uma reação normal, uma resposta do corpo a algum tipo de estressor externo ou a um perigo real ou imaginário. Algumas alterações físicas são comuns, caso do aumento do ritmo cardíaco, da respiração rápida, do rubor e da inquietação psicomotora. É considerada uma doença quando é desproporcional ao estímulo agressor ou em situações nas quais não existe um motivo real, ou seja, é como se pessoa "fabricasse" a situação. Várias substâncias químicas estão envolvidas na questão. Há as chamadas aminas biogênicas, caso da noradrenalina, da dopamina e da serotonina. Existem ainda os aminoácidos, como o ácido gama-aminobutírico (GABA) e por fim há os esteroides e o maior representante aqui é o cortisol, que também é popularmente conhecido como "hormônio da ansiedade".
 
 Quando é o caso de tratar a ansiedade com medicamento? 
Se há sintomas psicossomáticos, caso da insônia, da dificuldade para dormir e para comer e quando existem interferências na vida sexual. Somam-se a isso, os casos em que a ansiedade é tão forte que impede a pessoa de ter uma vida normal, distrair-se e aproveitar as situações de bem- estar que a vida pode lhe estar oferecendo. E, ainda, quando o paciente passar a roer ou comer unhas, a chamada onicofagia e arrancar cabelos, isto é, a tricotilomania. Todos esses sinais denunciam a indicação de remédio.

Tagged:

0 comentários:

Postar um comentário