De acordo com a Organização Mundial da Saúde 10% da população do globo tem algum grau de deficiência auditiva.
Só no Brasil estima-se que existam mais de 15 milhões de pessoas nessa
situação a maioria não dá ouvidos às suas dificuldades para captar toda a
sonoridade do mundo e ignora que deixou de ouvir bem. Há ainda 350 mil
brasileiros com surdez profunda que, sem a ajuda de aparelhos, vivem
mergulhados no absoluto silêncio, de acordo com os últimos levantamentos
do IBGE segundo os quais, de todas as deficiências que atingem os sentidos, a auditiva é a que mais afeta nossa população.
Em todo o ruidoso planeta, o problema só tende a aumentar, como alerta a organização não governamental Hear the World,
com sede em Londres. Nos próximos oito anos o número de indivíduos que
não ouvem bem deverá duplicar. A culpa, em parte, é do aumento da
expectativa de vida, com uma população mundial cada vez mais idosa. Mas
só em parte: em princípio a audição
é um sentido sem prazo de validade, que seria capaz de perceber o mais
baixo zunido por muitos anos se não a castigássemos com tanto barulho.
E aí vem o outro lado da questão leia-se tocadores de MP3, festas rave,
trios elétricos, baladas, a poluição sonora nas cidades, a rotina
estrondosa que começa na juventude. Não é de estranhar que a comunidade
científica esteja de orelhas em pé, captando qualquer sinal de esperança para resolver as questões auditivas.
Para os casos graves a aposta é o desenvolvimento de terapias genéticas
capazes de regenerar as responsáveis pela percepção dos sons as células
ciliadas. Já se ouvem por aí resultados positivos.
Pesquisadores da Universidade de Michigan,
nos Estados Unidos, deram nova vida a essas estruturas em testes com
mamíferos, ativando um gene conhecido como Atoh1. É mesmo para a gente
gritar comemorando, uma vez que, danificadas, essas células morrem para
todo o sempre. "Outra grande esperança é o uso das tão comentadas
células-tronco, mas aí mora um desafio, o de criar tecnologia para
transformá-las nas tais células ciliadas do corpo humano", diz o médico
Arthur Castilho, presidente da Sociedade Paulista de Otorrinolaringologia.

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