sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013


Vale a pena reservar uma horinha para estreitar o vínculo com o seu filho. E de um jeito muito especial: massageando todo o corpo dele. "Não encare a massagem como uma técnica pura e simples. Esse é um momento para aprimorar o afeto em família", enfatiza a enfermeira e psicomotrista Maria das Graças Barreto da Silva. Ela coordena um grupo da Universidade Federal de São Paulo que investiga os benefícios da massagem e ensina mães e pais a aplicá-la. Sim, os homens também podem e devem participar.

"Há um trabalho em andamento que pretende elucidar como o pai vivencia a experiência de tocar o próprio filho", conta. As mães, já se sabe por uma pesquisa anterior, reconhecem que, graças à massagem, passam a compreender melhor as reações do filhote. E os bebês? Atualmente o grupo da Unifesp busca comprovar que a massagem reduz o estresse dos pequerruchos. No mínimo o sono melhora, como mostrou um estudo feito no ano passado com nove crianças. "Mais relaxadas, elas dormem profundamente", observa Maria das Graças.

Um artigo inglês publicado este ano no periódico científico Paediatric Nursing confirma que os toques sistemáticos são relaxantes, aliviam cólicas e ajudam no desenvolvimento motor e psicológico da criança. Mas há outro benefício ainda mais surpreendente: eles fortalecem o sistema imune. "O toque bem-feito reduz a quantidade do hormônio chamado cortisol. E isso permite que as células de defesa, em especial as natural killers, capazes de combater vírus e até câncer, sobrevivam", explicou à SAÚDE! a cientista americana Tiffany Field, do Instituto de Pesquisas sobre o Toque, em Miami. Há até mesmo estudos com prematuros mostrando que a massagem estimula o ganho de peso, além de diminuir o tempo de hospitalização. E nem precisa ser uma técnica específica. "Qualquer pressão moderada com as mãos faz bem", garantiu a especialista. 
A mais famosa de todas as massagens é a milenar shantala. Essa prática indiana chegou ao Ocidente na década de 1960 na maleta do obstetra francês Frédérick Leboyer, criador do famoso método "Nascer Sorrindo", que reduz o risco de sofrimento do bebê na hora do parto. Em uma visita ao país, Leboyer se encantou ao ver a cena de uma mulher massageando seu bebê com extrema naturalidade. Decidiu, então, ensinar às ocidentais a linguagem instintiva do toque, que batizou com o nome da jovem mãe indiana. 

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