domingo, 30 de junho de 2013


Entre os efeitos comuns do vírus está a orquite, a inflamação nos testículos, que dá as caras em 50% dos adolescentes com caxumba e em 20% dos adultos infectados. Mais uma vez, pode se manifestar uni ou bilateralmente. “Uma das possíveis consequências, ainda que rara, é a esterilidade”, ressalta Granato.
 
As mulheres também sofrem com o pequeno adversário. Chamada de ooforite, a inflamação de um ou de ambos os ovários ocorre em 5% dos episódios no período após a puberdade, mas dificilmente isso progride para a infertilidade. Acima dos 15 anos, o índice de mastite — a inflamação das mamas — é de 15%. Em tempo: se apenas um dos lados é comprometido, o outro não fica protegido em uma eventual segunda infecção pelo paramyxovírus.
 
A caxumba chega até a comprometer as meninges, membranas que revestem a massa cinzenta e a medula espinal. Quando isso acontece, 60% dos pacientes reclamam de rigidez na nuca. “Mais comum no sexo masculino, a meningite viral é autolimitada”, explica Maria Claudia Stockler de Almeida, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Isso quer dizer que o próprio organismo geralmente consegue se livrar do perigo. Agora, existem situações em que a meningite foge do controle e põe em risco a vida do enfermo. Outra razão para acompanhar sua evolução de perto, sempre orientado por um especialista.
 
O tratamento clássico da caxumba é realizado com analgésicos, antitérmicos e repouso. Indivíduos que tomam medicamentos anticoagulantes, como aqueles à base de ácido acetilsalicílico, merecem atenção redobrada. Isso porque o vírus golpeia as plaquetas do sangue, células que auxiliam na coagulação, e, em conjunto com a ação dessas drogas, provocaria sangramentos.
 
Se o quadro é grave — e em especial quando aparecem alterações neurológicas —, os médicos optam por remédios mais fortes. “A ideia é evitar um processo autoimune e, ao mesmo tempo, manter a capacidade de o organismo combater a doença”, esclarece Raquel Muarrek, infectologista do Hospital e Maternidde São Luiz, na capital paulista.
 
Para fugir disso tudo, confira sua carteira de vacinação. Se não tem uma nem sequer sabe quais injeções recebeu, vá direto para o consultório e confira com o médico se precisa se imunizar. “Duas semanas após a aplicação da vacina tríplice viral, você já terá produzido quantidade suficiente de anticorpos contra a caxumba”, aponta Janete Kamikawa, pediatra e infectologista do Fleury Medicina Diagnóstica, em São Paulo. Está aí uma solução fácil para escapar de um oponente que, acredite, não liga para a sua idade.
 
Futuras mamães, cuidado! 
Durante a gravidez, sobretudo no primeiro trimestre, a caxumba acarreta risco de aborto espontâneo. Por outro lado, não há evidências de que ela, por si só, culmine em malformação congênita. Só um alerta: gestantes não vacinadas na infância estão proibidas de tirar o atraso. Mulheres nem deveriam engravidar nos três meses seguintes à imunização.
 
Uma blindagem eficaz 
O Sistema Único de Saúde (SUS) prevê duas aplicações da vacina tríplice viral: uma no primeiro ano de vida e outra entre os 4 e os 6 anos. Se você tiver pulado uma dessas etapas, o risco de sofrer com caxumba quando mais velho sobe. De acordo com o Ministério da Saúde, mulheres entre 12 e 49 anos e homens de até 39 anos sem prova de imunização podem ser vacinados. Converse com seu médico.


Fonte: saude.abril.com.br

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