domingo, 9 de junho de 2013

O dia 31 de maio marca a data mundial de combate ao cigarro. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de um terço da população adulta fuma. Em outros termos, calcula-se que quase 47% dos homens e 13% das mulheres ao redor do globo fazem uso de tabaco constantemente. O pior é que, além de provocar doenças cardiovasculares e tumores nos fumantes, as substâncias exaladas na fumaça também trazem problemas às pessoas que convivem com eles. 


O drama é que, apesar de tantas campanhas nos últimos anos, os jovens continuam sendo um dos principais alvos do tabagismo. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) fez um estudo com cerca de três mil alunos da rede pública e constatou que 10% dos fumantes tiveram exemplos vindos de casa. O levantamento ainda constatou que 40% das vítimas do fumo passivo hoje têm menos de 5 anos de idade. 

E por que o cigarro continua tão popular? Segundo o cardiologista Carlos Alberto Machado, diretor de Promoção da Saúde Cardiovascular da SBC, como há muitas leis que restringem o uso de cigarros em ambientes fechados, os fabricantes têm se apropriado de novas estratégias para conseguir chamar a atenção sobretudo dos adolescentes. "Nos pontos de venda, o cigarro permanece próximo das prateleiras dos doces, geralmente visualizadas pelas crianças e jovens", afirma o médico. A guerra contra o cigarro, portanto, não terminou. Pelo contrário: ainda cobra um extenso trabalho de autoridades de saúde e da sociedade civil. Uma das frentes de batalha é desestimular as pessoas a começar a fumar. A outra é dar fim ao vício a quem já sofre com ele. Então, vamos falar de tratamentos. 

Como parar de fumar 

Em primeiro lugar, como você deve saber ou intuir, é preciso muita força de vontade. Mas alguns tratamentos ajudam na empreitada. De acordo com a psicóloga Silvia Cury, gerente do Serviço de Psicologia e responsável pelo Programa de Assistência Integral ao Fumante do Hospital do Coração, em São Paulo, ele vai variar de acordo com o paciente. "O chamado padrão ouro de abordagem é conciliar medicamentos com um acompanhamento psicológico. Essa combinação é considerada a maneira mais eficaz para largar o vício e também a mais empregada", conta a especialista. 

Além da intervenção psicológica, da reposição de nicotina — que pode ser feita por meio de adesivos e gomas de mascar, por exemplo — e dos remédios que exigem prescrição médica, há uma linha alternativa de tratamento. Ela se baseia numa crítica à supervalorização da abstinência por razões bioquímicas. Em outras palavras, a indústria e muitos especialistas estariam colocando demais a culpa na dependência gerada pela nicotina e outras substâncias, o que dificultaria, inconscientemente, o abandono do vício. 
Um dos métodos se baseia em seminários e se chama Allen Carr’s Easyway to Stop Smoking. Criado nos anos 1980 no Reino Unido pelo contador Allen Carr, ele aposta em uma única palestra que busca convencer o fumante a dar adeus aos cigarros. Nada de reposição de nicotina, nem de remédios. 

A proposta já conta com algum respaldo científico e vem sendo adotada por empresas mundo afora, inclusive no Brasil. "Um dos grandes mitos que desfazemos dentro do nosso programa de seminários é justamente esse ligado à abstinência. Ela é uma coisa mais leve e fácil de se lidar quando se tem uma abordagem correta", diz Lilian Brunstein, terapeuta que emprega o método no Brasil. As pessoas que aplicam as palestras não são médicas, mas ex-fumantes focados num trabalho psicológico feito em grupos de até 20 pessoas. Segundo Lilian, bastaria um seminário para que a maioria das pessoas abandonasse de vez o vício. 

Procuramos especialistas ligados à vertente mais tradicional para saber sua opinião sobre essa forma de combate ao tabagismo, mas eles preferiram não emitir opiniões a respeito.

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