domingo, 14 de outubro de 2012

A infância deveria estar em sua plenitude, mas a menina ganha altura a cada dia, os mamilos já despontam, os pêlos crescem e aquele odor inconveniente exalado das axilas é sentido a distância. O tempo parece ter voado, escorrido pelos dedos. Os médicos chamam esse quadro que pode surgir aos 8 anos de idade ou até antes disso depuberdade antecipada. A percepção geral nos consultórios é de que ela está se tornando mais comum, embora não existam estatísticas a respeito.
Talvez um dos motivos seja o seguinte: nos dias de hoje bastaria um escorregão biológico, por assim dizer, para uma garotinha virar adolescente antes do previsto. Afinal, as meninas já estão menstruando mais novas do que a mãe e as avós. Isso é um fenômeno natural. "Nós o chamamos de aceleração secular do crescimento", diz a pediatra Maria Ignez Saito, chefe da Unidade do Adolescente do Hospital das Clínicas de São Paulo. De século em século a primeira menstruação chega mais cedo e o crescimento é mais rápido.
Nos idos de 1900 as mulheres passavam a menstruar, em média, aos 17 anos. Um século depois a idade média da menarca a primeira menstruação caiu para os 12. Atualmente considera-se normal que as transformações fisiológicas da puberdade sejam disparadas entre os 8 e os 13 anos nas meninas. Se as mudanças surgem antes disso, é para prestar atenção. Pode ser a tal puberdade antecipada. Ou, então, algo que mereça o rótulo clínico de puberdade precoce quando esses sinais aparecem em quem mal completou, se é que completou, 6 anos de idade.
O problema em questão tem a ver com o funcionamento antecipado da hipófise e do par de glândulas supra-renais, responsáveis por secretar os hormônios dodesenvolvimento sexual. Além de encurtar a infância, a puberdade precoce pode levar à baixa estatura o esqueleto logo esgota sua capacidade de se desenvolver. Claro, a pequena precisará ser tratada por um pediatra ou até mesmo por um hebiatra, que é o médico especializa do em adolescência. "Ele irá analisar vários exames para tentar bloquear o problema", conta a endocrinologista Angela Spinola e Castro, professora do departamento de pediatria da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp.

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