segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Não, a escalada não é diversão exclusiva de gente sarada e forte. Uma novíssima pesquisa da Universidade de São Paulo garante que altos, baixos, magrelos e gordinhos conseguem fazer bonito lá nas alturas. E não se engane com a aparente lentidão desse esporte: ele dá uma ajuda e tanto a quem precisa emagrecer. Até mesmo os especialistas estavam equivocados, pensando que para escalar seria preciso muito músculo e pouco fôlego. Uma dissertação de mestrado defendida no mês passado na Faculdade de Educação Física da Universidade de São Paulo prova que a escalada indoor, praticada em paredes lotadas de agarras coloridas, é uma atividade mista. Isto é, o exercício mescla esforço anaeróbico, essencialmente muscular, e aeróbico, aquele que envolve coração e pulmões no consumo de oxigênio. "Como a pessoa sobe uma posição, pára para pensar em como permanecerá no próximo apoio e, em seguida, volta a avançar, o esporte acaba sendo intermitente, daí os dois mecanismos", justifica o professor de educação de física Rômulo de Moraes Bertuzzi, que avaliou 14 escaladores em ação, entre amadores e atletas. Ele notou, inclusive, que o desafio nas alturas queima calorias. A pesquisa derrubou o mito de que é preciso ser esguio e forte para alcançar o topo. "As medidas do corpo e a força são fatores secundários. A habilidade, esta sim, é determinante", garante. Quem usa a cabeça para traçar uma rota inteligente, até mesmo quem está acima do peso, chega lá — os quilos a mais só atrapalham em paredes negativas, porque nelas o corpo inteiro fica pendurado pelas mãos (veja à esquerda).
Não à toa, o interesse pela escalada só cresce. Hoje existem mais de 20 ginásios de indoor espalhados por Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e interior, sem contar os muros em academias de ginástica. A Federação de Montanhismo e Escalada de São Paulo contabiliza 20 mil adeptos, dos quais mil são praticantes assíduos. Da parede para a rocha é um pulo. "A prática indoor desperta o interesse pelas escaladas ao ar livre", nota Silverio Nery, presidente da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada. No Brasil há em torno de 30 associações e clubes dedicados à atividade. Talvez seja o caso de você experimentar subir pelas paredes também.

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